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Deixo que algumas lágrimas caiam enquanto vago pela rua, eu realmente devo ser muito trouxa pra aguentar todas essas humilhações, porque não dou um fim à tudo isso? Cadê minha força quando tenho que tomar uma decisão a respeito disso? Ela simplesmente foge, o dia em que ou eu me mato ou eles me matam está próximo, agora não é apenas um e sim dois, uma segunda pessoa aparentemente legal e que poderia servir de descanço para mim me aparece sendo mais ameaçadora e cruel do que o outro, onde fui me meter? Porque ele ainda faz isso comigo? Porque eu simplesmente não posso viver minha vida até maior idade e depois sair de sua casa sem nenhum dano?

Danos...

Eles já fazem parte da minha vida, rotina e história, sou fodido de 51 jeitos diferentes, eu sou um mero covarde com medo de acabar com a própria vida.

Sento num banco da praça trêmulo de frio enquanto mordo meu lábio para anestesiar o ar gélido, meu corpo dói... aliás, não há nenhum dia em que ele não doa, não há um dia em que ele não seja violentado ou violado, não há dias de paz na vida de um órfão, minha paz se foi junto com minha mãe.

"Chego da escola tremendo de frio, corro até a porta de casa e bato no vidro mas ninguém atende, bato novamente e me encolho sentindo a ardência no lado do rosto, aqueles meninos me fizeram de bobo novamente. Sento no chão abraçando meu próprio corpo na esperança de me aquecer ao menos um pouco... mas isso não acontece, minhas lágrimas caem lentamente. Como farei amanhã perante à todos aqueles alunos que me viram apanhar e não fizeram nada?

— Filho! — desperto com a voz da minha mãe, acho que eu cochilei e não percebi. Olho em sua direção que corre até mim e me pega no colo — me perdoa pequeno Wonnie, eu tive que dar uma saída de emergência... você está gelado filho! Onde está o casaco que mandei você colocar?! — já dentro de casa, ela larga suas coisas no chão e corre pro quarto comigo se enfiando ao lado do meu corpo embaixo das cobertas - me perdoe meu amor, eu prometo que isso não vai se repetir

— Está tudo bem Omma — sussurro me aquecendo com sua pele

-Não querido, não está, eu não quero imaginar você doente... meu bebê - e assim ficamos um abraçado ao outro nos aquecendo daquele frio insuportável de inverno... - o que foi isso no seu rosto? "

Desperto da lembrança sendo levantado, olho para pessoa e vejo Hoseok. O abraço antes de chegar onde ele me leva, sou acolhido em seus braços e recebo um beijo na testa, deixo um beijo em seu ombro e sou afastado sendo levado pro carro. Me encolho em seu casaco sentindo meus olhos pesarem...

— Durma um pouco — aconselha mas eu nego

— Pra onde vai me levar? — minha voz soa fraca denunciando meu estado

— Fica tranquilo, não é pra sua casa — suspiro passando a observar a rua que sai de ruas largadas à muito limpas e luxuosas... Hoseok mora em bairro nobre

Saio do carro quando ele estaciona na garagem, andamos até o elevador e esperamos chegar ao destino enquanto sou abraçado de lado, meu queixo cai um pouco quando as portas se abrem, entro em seu apartamento

— Fica a vontade

— Você mora aqui?! — *não Hyungwon, ele te trouxe aqui pra testar o designer* escuto seu riso de um outro cômodo

— Moro. Você gostou?

— Eu... adorei! É enorme, mora sozinho?

— Desde os 18

— Quantos anos você tem? — percebo que ainda estou parado em frente ao elevador e me movo até o sofá varrendo os olhos por sua casa

— Quantos acha que eu tenho?

¡Hero {CHW/ SHS}Onde histórias criam vida. Descubra agora