Dou a volta e vou para antiga escola abandonada atrás da minha onde eu estudava, o prédio foi condenado por péssimas estruturas mas nunca chegou a ser demolido então, algumas pessoas vem pra cá fumar, conversar, passar tempo e até mesmo transar, é algo além do normal ver guimbas no chão e camisinha, além de algumas pichações e desconfio que também façam rituais aqui mas nunca cheguei a confirmar. Suspiro sabendo o que me aguardará quando chegar em casa amanhã, tiro meu casaco deixando minhas marcas expostas. Como Joohyun descobriu o que eu passo dentro de casa? Será que me seguiu? Me espionou? Eu estou ferrado, acho que os meninos só não acreditaram porque a coisa é pesada demais até mesmo pra mim, não fui questionado sobre nada apenas falamos assuntos aleatórios e...
-Olha quem está aqui... - o timbre da voz me causa arrepios... estamos sozinhos aqui e não adiantaria gritar
Ninguém ouviria.
Visto meu casaco rapidamente e levanto
-Onde pensa que vai? - pergunta
-Eu tenho que ir - respondo baixo
-Tem que dar pro papai né? Eu entendo... mas não sem antes dar pra mim - nossos olhos encontram
-Ficou louco? Me deixa passar
-Tenta passar por mim, vem - sorri, cerro os punhos - oh! prefere assim? Tudo bem - ele tira o casaco e vem para cima de mim, desvio e corro pra porta mas sou segurado pelo casaco, retiro o mais rápido que consigo mas não rápido o suficiente antes dele me agarrar
-NÃO! ME SOLTA! SOCORROOOO!!! - me debato e consigo acertar algumas partes do corpo dele, é algo impossível ele não estar sentindo dor
-Grita putinha, não é assim que gosta de ser chamada? Grita mais... mas quero que seja meu nome - estapeio os braços dele e dou-lhe um tapa no rosto, ganho um soco no olho enquanto me debato
-Me solta Joohyun, por favor - peço já chorando, eu não tenho forças para me soltar dele ainda mais quando aperta meu braço, grito de dor sendo tomado pelo êxtase dela, sou virado de costas
-Seja uma boa puta
-Seja um cavaleiro e solta ele - uma voz grossa manda, não tenho coragem de olhar a pessoa pela posição e momentos vergonhosos que me encontro
-O que?! Mas eu...
-Mandei soltar.
Sou solto me tremendo da cabeça aos pés, ouço alguns barulhos e logo a porta de ferro bate denunciando a saída de alguém
-Você está bem? - pergunta aquela mesma voz
"Apenas afirme, ninguém se importa"
-Estou - digo rouco e pigarreio me levantando da mesa
-Mentir é feio.
-Fingir que se importa também - subo minha calça e caço meu casaco
-Se eu não me importasse não teria impedido
-Fez por pena, dispenso ela - visto meu casaco e pego a mochila
-Como vou ter pena se ao menos te conheço?
-Não é necessário conhecer para ter tal sentimento... mas obrigado pelo feito - saio dali e sigo pro lado oposto
Não tenho para onde ir, nem mesmo onde ficar, meu corpo clama por descanso enquanto vago pela rua até uma certa parte, eu só queria um abrigo e me sentir seguro, é pedir muito? Meu casaco está manchando pelo sangue de ontem, me sento ao lado de uma árvore, me sinto muito cansado, faz noites que não durmo, sou tomado pelo sono apagando na rua em questão de segundos.
¥|¥|¥
Abraço mais o travesseiro sentindo o cheiro gostoso do perfume, faz tempo que não sinto um cheiro tão bom assim. Abro os olhos sentindo a maciez do colchão... eu não dormi nessa maciez toda, me sento e vejo meu braço com curativos, minha perna foi enfaixada com uma tala branca, olho o local ao redor onde há livros, muitos livros, um ventilador e outras tantas bugigangas
-Acordou - olho rapidamente em direção a porta e por ela entra o mesmo homem que me ajudou com Joohyun
-O que estou fazendo aqui e porque tocou em mim?!- pergunto firme
-Eu te achei todo arrebentado atrás de um terreno abandonado e fiquei sensibilizado, não quis te deixar morrer exposto lá e te trouxe pra cá e... eu toquei em você apenas para fazer os curativos como pode perceber, nenhum contato à mais
-Quem te deu essa liberdade? Quem é você? Porque cuidou de mim? - continuo com a mesma postura firme, sou muito desconfiado e não vou facilitar para esse estranho só porque me ajudou
-Eu tomei a liberdade de cuidar de você a partir do momento em que sua vida corria riscos, tudo o que precisa saber sobre mim é que eu não vou te fazer nenhum mal... não sou como os babacas lá de fora e... eu cuidei de você porque sei como você se sente - suspira e me estende os braços de frente me permitindo ver as cicatrizes enormes e profundas, fico surpreso
-Você...?!
-Sim, eu também fazia. Não sei pelo que você passa, mas não está sozinho nessa.
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¡Hero {CHW/ SHS}
FanfictionComo viver numa sociedade que nos julga a cada suspiro? Ele queria gritar, se libertar, mas perdia as forças longe de Shin Hoseok. Baseado em fatos reais. Capa feita pela minha irmãzinha: @taemonet