Capítulo 14

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JP

Parei pra entender o que ela disse, essa novinha tá me tirando e não é de b
hoje. Tá se achando muito pro meu gosto mas, isso vai acabar agora.

- eu não sei aonde tu tá querendo chegar com esse papo - cheguei perto dela - tu é muito folgada mermo né

- já te disse que não sou folgada porra , quando você vai perceber que eu não sou essas putas que você pega? Hein? Chega JP, eu não quero mais ser usada desse jeito só quando você quer transar, eu tenho sentimentos se você não tem.. - ela faz uma pausa - não posso fazer nada

Senti umas paradas estranha quando ela disse mas, real? Não queria sentir não, vou deixar ela viver a vida dela. Foda-se se ela vai dar pro morro inteiro. Só quero ela longe de mim, essa garota tá se achando demais.

- então tá, some daqui - ela me olhou sem entender - ta surda? Some, sai fora.

Ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas, pegou uma roupa minha no guarda roupa, vestiu e foi embora. Nem disse nada mas, assim era melhor.  Chega né, ela tá se iludindo sozinha. Nunca vou ser o cara que ela quer, meu negócio é só sexo. Não vou dar o amor que ela quer.


Isa...

Ele me mando embora, ele me mando embora em plena madrugada. Eu quero que ele se foda, que fique longe de mim, quero que ele morra. Ele me mando embora, mano.. isso me magoou de verdade. Ele me expulsou da vida dele. Ahhhhh que ódio.

Cheguei em casa e minha mãe ainda tava acordada, corri pra abraçar ela. Que saudade de ter minha aqui. Chorei horrores abraçada com ela, chorei mesmo. 

- Isabela por que você ta chorando minha filha?

- por tudo mãe, eu quero meu pai de volta, eu quero sair desse morro, eu quero que tudo isso passe

- filha - eu olho pra ela - de quem são essas roupas? Por que tá chegando essa hora? E por que toda vez que eu passo pelas ruas desse morro todos me olham como se eu  soubesse o que está acontecendo?

Seco as lágrimas e olho pra ela. Já tá na hora dela saber a verdade né.. Mas, eu não faço ideia de como contar pra ela. Ela vai surtar.

- mãe, Eu tenho uma coisa pra te dizer mas, quero que saiba que eu me arrependo de tudo de tudo mesmo...

- Isabela meu amor, o que tá acontecendo?

- mãe, lembra quando eu disse que o JP me salvou? - ela assente - mãe eu me apaixonei por ele, a gente tava.. - eu nem consegui terminar - ah mãe a gente se envolveu e eu me iludi sozinha

- ah meu Deus isabela - ela me abraça - ele machucou você? Ele te fez alguma coisa? Você tá bem minha filha?

- não mãe! eu tô bem, ele não me fez nada..

- então por que tá chorando?

- por que eu sou uma idiota mãe, eu achei que a gente podia ter alguma coisa séria mas, nao da.. Ele é esse tipo de homem que não quer uma ele quer várias.. então ele que fique com as várias dele, vou focar nos meus estudos

- seu pai sabia disso? - nego com a cabeça - graças a Deus, imagina se ele soubesse

- pois é mãe

- minha filha - olho pra ela - vocês chegaram a...

- sim mãe, eu dormi com ele mas me arrependo de tudo

- ah meu Deus isabela, tem certeza que tá bem? Não tem sentido enjoo?

- mãe eu não tô grávida, se é isso que quer saber

- graças a Deus, filha você quer mesmo sair do morro?

- claro, vou me sentir mal por deixar a Lice  mas quero ir pra bem longe

- a dona Erika me disse que se eu quisesse podíamos ir morar com ela, disse que você teria seu próprio quarto

Olhei pra ela. Eu sempre quis sair do morro mas, quando chega a verdadeira hora é muito diferente. Pensei na Lice, com minha amiga ia ficar sem mim? Pensei no LK, apesar de tudo ele é meu amigo. E cheguei até pensar nele... será que ele ia sentir minha falta? Tomara que sinta por que eu vou.

- claro mãe, quanto antes melhor - digo secando as lágrimas - se a senhora quiser né

- claro minha filha, amanhã a gente prepara tudo - me abraça - Agora vai dormir por que você ta com uma cara péssima

Fui direto pra cama, e apaguei.

~▪~

No outro dia tomei café da manhã com a minha mãe e contei tudo pra ela, com alguns detalhes. Terminei de me arrumar e desci o morro indo na casa da Lice. Todos me olhavam e cochichavam. Parei em frente a casa dela e chamei (gritei) ela.

- tô indo - ela desce e me abraça - qual foi piranha

- bora na sorveteria? Eu pago - a Lice abriu um sorriso enorme no rosto - preciso te contar uma coisa

A gente foi conversando,e quando chegamos lá tinha uma mesa que nela estavam o LK, o JP, outros vapores e umas piranhas. Passei sem olhar pra ninguém ali e fui direto fazer meu sorvete. A Lice fez o dela também e sentou na minha frente. Eu realmente não sabia como contar pra ela.

- então vaca, o que tem pra me contar?

- euvousairdomorro -se disse baixinho

- han? Fala mais alto doida

- eu vou sair do morro

- ÉOQUE? - ela levantou gritando, todos olharam pra nós - COMO ASSIM ISABELA? VOCÊ TA BRINCANDO NÉ?

Apaixonada Por Um TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora