MELIODAS
Sentado aqui, olhando Madmá dormir, me lembrei das vezes ela me consolou, as vezes que eu precisei dela e ela estava lá.E é por isso que eu vou livrar ela desse lugar! Ainda que seja a última coisa que eu faça!
— M-Meli...? — o murmúrio de Madmá me faz despertar. Ela está atordoada, acordou, mas está muito fraca.
— Oi, Madmá. — respondi mostrando minha afobação. Está difícil de controlar meus sentimentos, minhas emoções. — Fica calma.
— O-Onde estamos...? — perguntou tentando levantar suas mãos, mas foi impedida pelas algemas mágicas.
— Em uma espécie de cativeiro... Eu não sei onde estamos exatamente. — respondi sinceramente.
— Entendo... — ela desistiu de tentar se soltar, seus olhos estão cansados, sua voz está rouca. Ela deita a cabeça para trás, a apoiando nas costas da cadeira. — Não consegue u-usar seus poderes... não é? — pergunta me olhando com os olhos baixos.
— Não... Essas correntes estão drenando minha Energia.— respondo balançando as correntes brevemente.
— Entendi...
— Madmá... Você se lembra do que aconteceu com o Atômico? — minha voz ecoa pela sala. Madmá arregala os olhos na mesma hora, como se tivesse se lembrado de alguma memória adormecida.
— A-Atômico! — ela começa a se contorcer — Não! Atômico! Por quê?! — ela está chorando.
— Madmá, se acalma! Me conte o que aconteceu.
— E-Ele... E-E-Ele m-matou... Ele matou o Atômico, Meli! — poucas vezes eu à vi chorar desse jeito.
Eu já esperava que Atômico estivesse morto, então não fui pego totalmente de surpresa. Mas estou me segurando muito para não chorar também. Atômico não iria querer isso!
— Eu sinto muito. — murmuro de cabeça baixa — É tudo culpa minha. Mas ouça, eu vou tirar você daqui. Eu prometo!
— Nós vamos sair daqui! — ela diz — O Renegado fez um ataque direto no Mundo dos Guardiões! Já devem estar nos procurando.
— Não vão nos achar. Eu vou ter que te livrar daqui de dentro.
— Como assim? São os Guardiões!
— Eu sei... Mas Perseu... Odeio admitir, mas já o observei o suficiente. Ele é astuto, está sempre um passo à frente, ele é experiente. Eu vou nos livrar! — fecho os olhos e tento concentrar Energia suficiente, mesmo que elas sejam drenadas rapidamente, se eu conseguir juntar a quantidade suficiente para quebrar as correntes, então teremos alguma chance de sair daqui.
Me concentro, uma aura azul se forma ao meu redor, mas ela logo é sugada pelas correntes.
— Meli, você está bem? — pergunta Madmá, mas eu a ignoro e tento mais uma vez.
Me concentro, meu poder começa a fluir pelos meus olhos, energia azul começa a emanar do meu corpo, mas assim como antes, as correntes drenam tudo.
— Tentando fugir, irmão? — a voz de Perseu ecoa pela sala, abro meus olhos e o vejo em pé na minha frente.
— Maldito, solta a Madmá! Isso é entre você e eu! Não envolva ninguém nisso! — grito tentando atacá-lo, mas sou abraçado pelas correntes.
— Oh, e qual seria a graça, irmão? Não seja tão egoísta, devemos convidar outras pessoas para a festa! — ele tem o olhar de um psicopata, um sorriso sarcástico está em seu rosto. Seus olhos brilham vermelho, então ele me encara. — Fique com os olhos bem abertos! — ele ordena me olhando nos olhos. Então ele vai até Madmá.
— Se afasta dela! Sai! Agora! — me desespero.
— Vou te mostrar o que acontece com quem é fraco!
— Maldito! Se afasta!
— Eu não sei se percebeu, Meliod... Mas a Madmá está em uma cadeira especial... — ele passa seu longo dedo indicador pelo braço da cadeira de metal — Ela está sentada em uma cadeira elétrica. — ele se afasta e vai até um tipo de interruptor.
— Se você machucá-la... Eu juro... EU JURO QUE TE MATO! — meus olhos brilharam azul por um momento, mas logo minha energia foi drenada pelas correntes.
Perseu ri.
— Você é tão engraçado quando esta zangado. — ele coloca sua mão sobre o interruptor. Meus olhos não piscaram até agora, eu não consigo fechar os olhos e eles já estão ficando ressecados.
— NÃO! — grito.
— Vamos brincar um pouco. — diz ele e em seguida puxa o interruptor, enviando assim uma descarga de energia elétrica para Madmá que grita terrivelmente enquanto sua pele é queimada pela tensão elétrica. Eu grito junto, desesperado. Eu prefira a morte nesse momento do que ver ela sendo torturada.
— Isso, querida! Grite para mim! — grita Perseu rindo doentiamente.
— VOCÊ É DOENTE! VOCÊ É LOUCO! — brado carregado de ódio.
— Sim! Eu sou louco! Mas dizem que as pessoas loucas são as melhores, não? — ele zomba.
Madmá está sendo queimada viva somente pela eletricidade. É tanta força... Onde ele encontrou isso? Eu não posso vê-la assim! Não posso!
— Me mata! Me mata, Perseu! Por favor! Me mata! — grito desesperadamente.
— Oh, você quer que eu te mate?
— Sim! Sim! Sim! Por favor, me mate! — lágrimas começam a descer pelo meu rosto.
— Ora, não seja fraco! — e de repente ele fica sério e severo. Ele desliga a cadeira elétrica de Madmá e caminha rapidamente na minha direção. Ele pega uma estaca de aço e enfia no meu peito, cuspo sangue. — Você quer fugir?! Vai abandonar a menina? Pensei que fosse forte!
— Não, eu não sou, eu não posso continuar assistindo isso!
— Acho que vou matar ela então! — ele se vira para Madmá.
— Não! Não à mate! Deixe-a ir! EU IMPLORO! — me debato.
Perseu se vira para mim.
— Acho que ainda não é hora de matá-la mesmo... — ele me olha nos olhos — Pode piscar agora. — então eu consigo piscar os olhos que já estavam queimando.
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O Rei Dos Mil Mundos: Parte 1 (PAUSADO)
General FictionContinuação do livro "Coração de Gelo". "O Rei Dos Mil Mundos: Parte 1" continua a nos emocionar com a incrível história de Meliodas, um Anticristo que luta para mudar o seu destino de ser algum tipo de vilão! Nessa continuação Meliodas volta para...