Me diz, quando é que acaba?

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MELIODAS


— Meli! — Vulcânia corre e me abraça, gostaria de retribuir o abraço, porém, estou acorrentado. Ela pulou no meu colo para me abraçar, já que eu estava sentado, acho que ela nem se deu conta de que ainda estou machucado. Mas eu aguentei, não reclamei, eu precisava do seu abraço. Ela precisava. — Oh, Meli. O que fizeram com você? — murmurou a loira chorando e me analisando.

— Está tudo bem, Vulcânia. — falo sem olhar pra ela, meu olhar está no Perseu, lá atrás. — Por que trouxe ela? — pergunto em tom severo.

— Oh, não gostou? — ele finge inocência.

— Eu quero que ela e Madmá fiquem em segurança!

— Não se preocupe, eu não vou machucar a loira. — diz o Renegado. — Ela veio para limpar o chão na verdade. — ele sai e volta em um segundo, ele entrega baldes com água, panos de chão e esfregões para Vulcânia. — Deixe tudo pronto para mim. — então ele sai.

— Os Guardiões vão nos achar. — diz Vulcânia enquanto prepara tudo para a limpeza.

— Pode usar seu poder? — pergunto ignorando seu comentário à respeito dos Guardiões.

— Não, essas pulseiras que ele colocou em mim estão drenando minha Energia. — disse ela enxugando as lágrimas que logo voltaram a descer. Ela começou a limpar o chão sujo de sangue. — Isso tudo é sangue seu, Meli? Eu não posso imaginar pelo o que você passou. — agora ela soluça de tanto chorar. — Me desculpa... Eu deveria te consolar, mas eu só consigo chorar! Meli, por quê você me abandonou mais uma vez? Eu preciso de você, Meli.

— Calma, Loira. Não precisa se desesperar tanto. Eu vou sair daqui, vai ficar tudo bem. — forço um sorriso para tranquilizá-la. — E você não deve falar desse jeito comigo, seu namorado pode não gostar. — ela me olha triste.

— Eu vou terminar com ele assim que voltarmos pra Terra. Não vai dar certo.

— Por que não? Luan parece ser um cara TÃO perfeito! — falo com uma cara de “só que não”.

— Ele poderia até ser, mas isso não vale de nada se eu amo outro. — ela me olha quase maliciosamente.

— Oh, então você ama outro... Esse outro deve ser um cara muito especial... — falo fingindo inocência enquanto Vulcânia limpa a minha cadeira e meu corpo com os panos molhados.

— É, ele é...

— Que sortudo!

— Não é? Ele deveria me pedir em namoro logo! — e aí está. Mesmo em meio à todo esse sofrimento consigo tirar um sorriso de Vulcânia. Mas seu olhar continua triste. Eu permaneço calado depois da sua “indireta”. — Que foi? Não tem nenhuma ideia do porquê esse meu... Interesse amoroso ainda não me pediu em namoro? — ela insiste.

— Talvez ele não seja tapado e sabe que você é boa demais pra ele.

— Não, Meli. Isso não! Por favor! Nunca mais diga isso. Eu não sou perfeita, nunca fui. E você é o único homem com quem eu quero passar a eternidade! — o que aconteceu com o jogo na terceira pessoa?

Fico calado depois da sua repreensão.

Olho para Madmá que continua desacordada.

— Ela sofreu muito também, não é? — Vulcânia rompe o silêncio assim que pega meu olhar na deusa ruiva.

— Sim, sofreu. — afirmo com os olhos em Madmá.

Vulcânia levou algumas horas para limpar tudo, era muito sangue mesmo. Nesse tempo, todas as minhas feridas se regeneraram e eu já esperava o momento em que Perseu apareceria por aquela porta com um sorriso sarcástico no rosto e com os olhos vermelhos, pronto para me torturar ainda mais.

O Rei Dos Mil Mundos: Parte 1 (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora