Clementine Narrando:
SkytwoodEra mais um dia em Skytwood, mais um dia como princesa, e como tal eu precisava fazer algo pelo reino, deslizei até a banheira na qual uma das criadas preparou o banho para mim, na medida em que me banhava lembrei de Ravi, de como foi duro comigo na frente daquela moça, além disso estava muito intimo dela. Confesso que não gostei nada, detesto admitir, mas o amo, o amo antes mesmo de conhece-lo bem como conheço hoje.
Apressei meu banho enquanto algumas aias me ajudavam, vesti o primeiro vestido que vi no armário e desci para o café matinal. Como de costume o rei expressava certa aflição, sentia medo do rumo que Skytwood poderia tomar. A rainha esbanjava arrogância e tédio, já Penélope fazia uma junção de tudo. Me acomodei a cadeira e observei a mesa farta, havia uma variação de doces, manjares, pães, sucos e vinhos, haviam especiarias também, não comeriamos aquilo tudo, com certeza boa parte de tudo iria para o lixo, que desperdício.
- Meu rei, gostaria que conversassemos sobre oque asola o reino. - Comecei a falar, quebrando todo o silêncio.
- Do que você entende sobre isso Clementine. - A rainha perguntou um tanto sarcástica.
- Nada, mas posso aprender. - Encarei-a. - Alteza. - Voltei minha atenção para ele. - Isso aqui... Não é necessário um banquete se não iremos comer tudo. Oque sobra vai para o lixo enquanto tantas pessoas trabalham e soam para ter um prato de comida. As vezes nem tem. - Afirmei. - É injusto não acha?
A rainha e o rei se entre olham. Estava evidente que ela não gostava daquela conversa.
-Clementine, nós somos uma das maiores potências que o pais já teve, somos da realeza, é normal a fartura. - Penélope disse com um sorriso no rosto, pela sua resposta e seu sorriso, achava engraçado oque eu havia acabado de falar.
- Mas então só porque temos de tudo precisamos disperdiçar? - Voltei a questionar.
- Mas que ousadia, não é você quem deve dizer isso.- A rainha alterou seu tom de voz.
O rei pediu para que a rainha se calasse apenas com o olhar. E a mesma o fez.
- Tanta comida vai para o lixo, isso que nós comemos é o suor de um trabalhador. - Continuei.
- Tem razão Clementine. - O rei refletia.
- Desta vez preciso concordar. - Penélope olhava para os lados um tanto envergonhada.
- Isso é um absurdo. Será que você Stannis, tão sábio irá se deixar levar por tamanha besteira?
- Ela tem razão Charlote. - O rei levantou de sua cadeira em alta voz. - Não é porque temos dinheiro que devemos disperdicar alimentos, quando na aldeia há tantas pessoas mendigando um prato de comida, um pedaço de pão.
- Isso já está passando dos limites. - A rainha levantou irada.
- A partir de hoje iremos economizar na comida.
- Faça oque quiser. - Saiu pisando firme.
- Grata por me ouvir meu rei, mas eu não queria causar essa discórdia.
- Não se preocupe Clementine, a raiva passa, ela sempre foi assim. - Voltou a tomar seu lugar na cadeira.
- Será que eu poderia falar com ela?
- Sim, mas não garanto que irá faze-la mudar de ideia.
- Com licença. - Levantei.
- Mas não irá comer? - O rei perguntara olhando meu pão de mel intacto.
- Estou sem fome. - Disse e me retirei.
Segui a rainha que ainda caminhava em direção ao jardim, tentei alcanca-la, porém ela estava longe demais, até pensei em gritar seu nome no entanto seria indelicado da minha parte. Então decidi segui-la em passos rápidos, uma hora ela teria que parar.
O estranho era que ela andava por corredores que nunca havia entrado antes, era um local vago no castelo, não havia movimento tampouco janelas, era um pouco escuro também. Comecei a andar devagar ao perceber que havia mais alguém ali. Era um homem, já o vi nos corredores do palácio.
Continuei me aproximando, para falar com eles, mas algo inesperado me faz arregalar os olhos e me esconder atrás de uma das colunas que sustentavam o teto.
- Oh meu Deus. - Voltei a olhar para eles na esperança de estar me equivocando. Mas não, eles estavam aos beijos, o homem a desrespeitava como um cafageste e ela gostava. Eu precisava sair dali sem que me vissem. Dei um passo a frente e corri silenciosamente. Teria me saído bem se não fosse o salto. Pisei em falso e torci o pé fazendo um barulho considerável em meio ao silêncio, aquilo me delatou imediatamente.
- O que faz aqui? - A voz da rainha entrou nos vãos dos meus ouvidos como agulhas.
Virei para ela, os dois caminhavam em minha direção enquanto eu procurava me manter de pé.
- Por acaso estava me seguindo! - Ela berrava.
- Não, não é que...
- Você é uma infeliz mesmo, como se não bastasse colocar meu marido contra mim ainda fica me espionando. É uma sem vergonha!
- Então você trai o rei e eu sou a sem vergonha? Não! Acho bom repensar no que diz, se existe alguém neste nivel não sou eu. - Disse finalmente me equilibrando no salto.
- Quem você pensa que é!? - Berrou, em seguida bateu em minha face com toda a raiva que havia em si.
Com a força do tapa senti meu pescoso doer juntamente com meu rosto.
- Não é um tapa que irá mudar oque você vem fazendo com o rei, ele não merece isso. Você sabe oque acontece com pessoas que adulteraram não sabe?
- Você está me ameaçando? - Se aproximou ainda mais de mim.
- Não, jamais faria isso.
- Se por acaso comentar oque viu com alguém, ou com o próprio rei, irei fazer com que seus dias aqui acabem. - Ameaçou.
- Não será preciso contar rainha, o rei saberá por si só, Deus mostrará sua traição.
-Deus? - Ela começou a gargalhar e junto dela o homem, acabei lembrando que é o cavalariço do palácio, um dos melhores inclusive.
- Que decepção Gael, quando o rei souber será um golpe muito grande para ele.
- Aah é? E oque você vai fazer para consola-lo? Dormir com ele? Porque tenho certeza que é isso que você quer ocupar o meu lugar.
Espontaneamente lhe dou um tapa, foi inevitável me controlar, aquelas palavra foram como adagas sendo cravadas em mim
- Vai com calma ai, nela você não toca. - O cavalariço se coloca no meio de nós duas.
- Você vai se arrepender por isso. - A rainha me ameaçou.
Sai dali o mais rápido possível, não queria causar nenhuma imprudência. Ou causar o pior. Além disso, ela e aquele homem poderiam me fazer algum mal, já estava claro que ela não passava de uma fingida perante ao rei e a todos. Me abalei pelo rei, ele não merecia numa mulher como ela.
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Princesa Segundo o Coração de Deus
Tâm linhEm um reino distante coberto por idolatria e pecado, Clementine vivia em segredo. Apesar da morte cruel de seus pais ter lhe causado grande dano, não fora o suficiente para descrer em seu Deus e renuncia-lo. Desde então, sua sua vida tem se baseado...