Capítulo 13▶

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 |Alexia Shelb-Cullen |

Uma dor, latente e persistente bem no meio do peito. Parecendo um ar preso que me faz sufocar, como uma agulha desmensurada entrando lentamente para dentro do coração. A dor da perda doía cada instante incansavelmente me fazendo querer parar de respirar.

Havia alguns minutos que eu tinha acordado em um quarto desconhecido, vestindo roupas de um cara que eu nunca tinha visto antes e com um vazio enorme no peito. Meu corpo rolava de um lado para o outro entre os lençóis macios, eu queria me levantar, mas só de pensar que teria encarar a realidade atrás da porta, já me fazia arfar.

— Bom dia! – a porta foi aberta, e um ser bronzeado, usando camisas sociais pretas ¾ e calças jeans, carregando uma bandeja atravessa meu campo de visão. — Tudo bem?

— Eu já iria levantar – respondi passando as mãos pelo rosto inchado e certamente vermelho pelo choro da madrugada toda.

— De qualquer foram, aqui está o seu café da manhã.

— Muito obrigada Sebastian, mas eu não estou com fome.

Sai da cama, prendi meus cabelos horríveis com uma pulseira que estava no meu pulso, peguei minhas roupas sobre a cômoda e entrei no banheiro. Vesti-me, passei água no rosto e sai. Sebastian ainda estava em pé no meio do quarto, com a bandeja nas mãos.

— Você não vai sair daqui enquanto não comer pelo menos três coisas dessa bandeja – ele caminha até a porta e gira a chave.

— Qual é? – bati as mãos nas pernas, ele deu de ombros. — Eu não estou com fome. 

Enquanto dobrava as cobertas, ele me encarava, já estava me tirando a pouca paciência que me restava. 

— Você come, depois vai pra casa, toma um banho e vem comigo. Não é difícil Alex.

— Alguém já te disse que você é chato e controlador? Sério, você é o cara mais mandão que eu já vi na vida.

— Me sinto lisonjeado – suas mãos pousam no peito e ele faz uma postura insignificante e exagerada.

Dobrei as cobertas, arrumei os lençóis da cama e depois caminhei até Sebastian, peguei uma torrada e o copo de suco de laranja.

— Satisfeito senhor? – perguntei irônica após beber o líquido de uma só vez. 

— Vai ter que comer mais alguma coisa, eu disse três – ele se sentou na beira da cama me empurrando a bandeja. — Você não me parece o típico que come pouco.

— Atá! – revirei os olhos, comi o bacon e me levantei. — Posso ir embora?

Suspirei aliviada quando entrei no elevador e, eu quis voltar pra dentro dele quando a caixa abriu me deixando na cobertura. As lembranças de quando cheguei aqui me atingiram como uma avalanche. Meus olhos arderam e evitar as lágrimas foi inevitável.

— Você chegou, graças a Deus! 

Ouvi dizer quando atravessei a porta, eu sabia que ele estaria me esperando, mas eu estava pouco me importando com o cara me seguindo pelo apartamento.

— Sabe, a última pessoa que eu queria ver aqui dentro era você – andei mais um pouco e me virei, batendo de frente com Harry. — O quê você quer? 

— Como assim o que eu quero? Ontem foi um acidente, um erro gigantesco eu ter decidido participar daquela maldita corrida, mas aconteceu. A gente avistou a polícia, Theo me obrigou a largar a pista e ir atrás de você e eu fui. E você estava aonde eu disse pra você ficar? Não, você não estava. Então o que você esperava que eu fizesse Alex? Você desapareceu – as lágrimas escorriam pelo rosto cansado e machucado de Harry, e os meus lábios tremiam de raiva.

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