|Alexia Shelb-Cullen |
Sabe aquela sensação gostosa de estar descobrindo coisas novas? Aquele friozinho na barriga quando alguém toca sua mão, sorri e diz como você está bonita? Eu nunca tive essa sensação antes e eu achava que não viveria essa sensação tão cedo, mas olha só pra mim; estou radiante. Eu fiz questão de vestir o vestido mais sexy que tinha no meu quarto roupa, e vou te falar viu, eu nunca tive vontade de usar decotes ousados e pernas de fora, mas aqui estamos nós. Harry até tirou sarro quando me viu meia hora na frente do espelho, eu estava nervosa e agora estou eufórica porque Sebastian está me olhando a cada segundo.
Ele dirigiu por vinte minutos saindo da movimentação nova-iorquina, eu já entendi que estamos indo pra um lugar especial pra ele, e a certeza disso é quando ele para no meio da pista e me convida a sair. Ele abre a porta mala do carro e tira uma coberta, uma mochila e lanterna. Arqueio a sobrancelha com um sorriso de lado diante da situação.
— Vamos escalar montanha?
— É seguro – respondeu batendo a porta do carro, ele arrumou a mochila nas costas e estendeu a mão pra mim. — Vamos?
Passo os olhos em nossa volta, o que aconteceria se eu dissesse que não iria? A nossa volta não tinha absolutamente nada além de uma trilha, a pista ficava uns cinco minutos caminhando e sem contar que estava um breu ali. Sorri pra disfarçar e segurei sua mão, eu estava pronta pra subir e ele começou a rir, assim, do nada, ele gargalhava alto.
— O quê foi em? – perguntei impaciente, ele tinha que parar de rir. — Dá pra parar de fazer escândalo? Se aparecer um bandido aqui você vai ter que se virar com ele.
— Por quê? Você vai pra onde se um bandido aparece? – perguntou segurando o riso. Bufei revirando os olhos e comecei a arrasta-lo pra onde eu achava que era o caminho certo. — Não me vai dizer que está com medo? Sério! Não faz sentido você estar com medo de escuro.
— Cala boca! – falei perdendo a paciência. Puxo a lanterna da mão dele e clareio o caminho onde devíamos pisar. Relaxa Alex, aqui é Nova York, nenhum inimigo vai aparecer. Eu repeti o mantra até estarmos no topo da montanha, e vou te falar viu, o lugar é de tirar o fôlego.
— Valeu à pena? – perguntei a me ver suspirar olhando a paisagem, eu assenti sem olha-lo. — Você está bem?
Soltei um suspiro e umedeci os lábios. Virei lentamente em sua direção, seus olhos analisava cada mínimo detalhe do meu rosto. Apertei os olhos e sorri espantando qualquer pensamento negativo. Estamos em um encontro – eu acho –, não é hora que falar merda Alex. Olha esse cara gostoso na sua frente, se joga garota, não é todo dia que alguém assim aparece.
Dou dois passos fazendo nossos corpos se juntarem, pousei as mãos timidamente em seu peitoral e olhei em seus olhos. A ventania a nossa volta fez com que meu corpo estremecer, ele percebeu, soltou um grunhido e me abraçou sem desviar o olhar. Vamos ficar só nisso? – pensei juntando as sobrancelhas, o que esse cara tá pensando? Porque eu só consigo pensar no quanto essa boca beija bem, no quanto poderíamos estar nos beijando agora e… estou nem aí. Levantei os pés um pouquinho e beijei, com vontades sentindo nossas línguas se tocarem. Aperto sua nuca e ele meu quadril, mordisco seus lábios e ele solta um palavrão. Tá vendo como é melhor estar beijando do que se olhando.
— Sua ousadia me faz perder o fôlego – comenta quando nossas respirações ofegantes nos faz parar o melhor momento de todos.
— Ok, me diz o que viemos fazer aqui – digo me virando pra vista a nossa frente, a cidade é linda daqui de cima, todas essas luzes… olhando daqui ninguém imagina como lá em baixo está um caos.
— Beijar e ouvir os pensamentos – ele se aproximou e passou os braços por minha cintura.
— Ouvir pensamentos? Você não me parece fazer isso com frequência.
— Acertou em cheio – riu apertando meu quadril. — Já se sentiu pressa em algo que você sabe que não é bom?
— Todos os dias – um sorriso fraco escapa de meus lábios. — É continuar fumando quando você sabe que pode morrer com câncer pulmonar.
— É uma droga!
Ele sacou uma caixa de cigarros do bolso, acendeu entre os lábios e depois me ofereceu. E eu, como uma boa companhia ferrada, aceitei. Nós passamos horas nas montanhas, comemos o que ele tinha levado, ouvimos músicas e no final eu me vi querendo concertar as coisas. Eu não quero mais ser uma bagunça ambulante, não quero viver brigada com as pessoas porque pensa só; a vida é curta e cheia de pegadinhas. Uma hora você é 100%, equilibrada e feliz e, em outro momento você pode estar morrendo, dependendo das pessoas e sei lá. E tudo bem que eu talvez não seja a pessoa recomendada para dar esse tipo de concelho, mas eu também sou humana, gosto e admiro a humildade tanto quanto estou afim de pratica-la.
— O quê você acha de fazermos um desafio? – ponderei no caminho de volta pra casa. Sebastian não estava com uma boa fisionomia, e eu queria ajuda-lo.
— Desafio?
— É poxa! Nós dois estamos complicados, então vamos fazer assim. Eu vou resolvo minha vida e você a sua, depois a gente volta e fica juntos. O quê me diz?
Chegamos no estacionamento, ele desligou o carro, tirou o sinto de segurança e virou-se em minha direção acariciando meu rosto.
— Você é inacreditável. – Se aproximou mais e juntou nossos lábios com um beijo lento. Ele parecia querer dizer muitas coisas através deles, porém eu não conseguia interpretar. Naquele momento o meu foco era; resolver as coisas e voltar para ele.
Quando saí de Londres eu prometi a mim mesma que não me envolveria em um relacionamento tão cedo, mas quando encontrei com Vettel, quando ele cuidou de mim sem ao menos me conhecer. Tudo que ele fez, incluindo me tirar a paciência, só me fez querer estar junto de si. Ele me fez querer saber como é amar, ser amado e correspondido. Me fez acordar as oito da manha em sua cama, me fez respeitar regras e querer me produzir toda só para vê-lo babando em mim. Sebastian Vettel mudou minhas vontades, fez-me acreditar no futuro e especialmente no amor.
— Onde você está indo? – Harry pergunta bisbilhotando dentro da mala aberta sobre a cama.
— Londres. Preciso resolver uns assuntos inacabados para poder viver em paz.
— Alex, você tem certeza? Sabe, tem aquele cara e... – Sua preocupação me faz sorrir.
— Está tudo bem – me aproximei e beijei sua bochecha. – Não vou vê-lo, o assunto que tenho a tratar é com minha mãe. Depois eu vou voltar e continuar, leve e humilde. Não é assim que temos que ser?
— Exatamente – ele beija minha testa. – Torço para que tudo dê certo pra você, arco-íris.
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Antes Que Não Haja Amor
RomanceAlexia Shelb-Cullen só tinha um único objetivo: subir em sua moto e correr a 200 quilômetros por hora. Prestes há completar dezoito anos, sem planos para o futuro, desesperada pra encontrar sua independência e desaparecer de Londres. E Sebastian Vet...