Prólogo | Linkin Park

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|Alex Shelb-Cullen| 

Euforia

O capacete travado abaixo do meu maxilar, as luvas de borracha tampando meus dedos, meus olhos por trás do visor fixo na pista a minha frente; a corrida já vai começar. Ao meu lado uma fileira de homens sanguinários e competitivos espera o soar da buzina para disparar em direção do que chamamos de aventura. 

É só mais uma noite comum na qual eu saí pela sacada do meu quarto e vinha parar nas pistas onde aconteciam os rachas ilegais. Por quê o proibido é sempre mais gostoso? Papai costumava me alertar sobre isso na minha infância, ele dizia:

"Alex, nunca se meta com o que é proibido. Toda vez que alguém disser que não pode, então não faça." – E eu, criança e inocente perguntei com os olhinhos atentos a seja qual fosse sua resposta:

"Mas por quê papai? A mãe da Polly disse que se fizermos algo de errado é só a gente pedir desculpas."

"É verdade minha pequena, ela tem razão. Mas se você fizer as coisas ilegais que vão aparecer no seu caminho quando você crescer, você nunca, nunca mais será a princesa da mamãe e você não quer isso, não é mesmo?"

"Eu nunca vou deixar de ser a princesa da mamãe, eu nunca vou ser desobediente."

Ah! Essa era eu com uns seis anos de idade. Mas olha só pra mim; estou perto de fazer dezoito anos, fugi da minha mãe - pela milésima vez -, correndo em pistas proibidas toda sexta-feira e estou prestes a cometer agora a maior loucura da minha vida. Eu nunca fui à princesa da mamãe, o quê é uma pena pra minha mãe.

— Vai Alex! - Ouvi amigo Billy gritar junto das outras pessoas enquanto balançam as mãos no ritmo de um rock tocando às alturas.

— Já estão todos na marca? Preparados? - um cara chamado Tico grita no megafone deixando todos ansiosos. — Vamos lá, comecem a contagem. Cinco, quatro, três...

 Às vozes foram abafadas pelo barulho da multidão eufórica gritando fazendo aumentar a adrenalina em meu corpo. E foi na hora em que tirei os pés do chão e acelerei na frente de uns três competidores que eu caí na real sobre o que o papai dizia de eu ter a parecia de uma Schelb e a postura de um Cullen. Teodoro sabia que eu teria tantos genes seu que nem mesmo o dinheiro que a mamãe me oferecia poderia mudar isso. Eu era uma rebelde sem causa.

— Por Deus, você é muito boa nas pistas e nos temos que sair pra comemorar - Billy vem correndo em minha direção, ela começa a mexer o quadril quando vê uns caras vindo em nossa direção. 

— Boa corrida! - o moreno de olhos azuis diz tocando meu cabelo, ele usava uma jaqueta jeans e por baixo seu peitoral nu exibia seu físico malhado. Bonitinho até.

— Valeu! - sorri de lado me esquivando do seu toque. Odeio quando colocam as mãos em mim sem permissão.

Billy enrola uma mexa se seus cabelos no dedo e sorri se jogando em cima dos homens na nossa frente. Bufo e desvio minha atenção querendo que eles vão embora.

— Um amigo nosso está dando uma festa e a tá todo mundo indo pra lá, vocês duas querem vim? - o cara diz encostando-se à minha moto. Daí me paciência!

— Claro que a gente quer ir, passa o endereço e nós chegamos lá daqui a pouquinho - minha amiga diz pegando o endereçado com os rapazes, eu subo na minha monto e espero Billy dar seu jeito.

Billy tem um espírito festeiro e extrovertido que nos me mantém sempre em festas e encrenca. Eu não curto muito estar no meio de um monte de jovens bêbados e inconscientes fazendo merda, eu sempre prefiro ir pra um lugar e comer, mas Billy é insistente e sempre consegue me levar pra festas.

Antes Que Não Haja Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora