Antes Que Não Haja Amor

Capítulo 23 part. II▶

Alexia Shelb-Cullen

— Será que essa é uma boa ideia? Ele parecia bem nervoso e determinado a voltar para casa, talvez tenha algum problema a resolver – enquanto relaxavam na incrível banheira da Judy, as lembranças do dia sobrevoavam sobre minha mente como uma pandora. Tinha alguma coisa acontecendo com Sebastian e eu estava preocupada. Ele não falou muito, parecia nervoso todas as vez que o seu telefone vibrava e ainda teve o episódio do El Ranchon. Havia algo acontecendo em Nova York, e isso provavelmente era quase que uma questão investigativa porque depois das 14h ele desligou o celular, trocou os cartões de crédito pela nota e sempre olhava a nossa volta como se de repente alguém pudesse estar nos seguindo. 

— Não se preocupe com isso, querida. O Sebastian e um rapaz um pouco complicado, mas ele realmente ama você e está feliz por estar aqui – ela garante me entregando um roupão e me fazendo sentar na frente da penteadeira.

— Eu sei, mas é que às vezes me é estranho sabe? Ele nunca agiu assim antes – encaro minha fisionomia através do espelho.

— A vida é assim. Ninguém é feliz e satisfeito o tempo inteiro, e no início de um relacionamento as pessoas sempre dão um jeito de fazer parecer que a vida é leve e tranquila e que eles são totalmente resolvidos. Mas aí vem o primeiro mês, o segundo e você cria intimidade, deixa a outra pessoa enxergar o seu coração. Daí você percebe que tudo que precisa fazer é ser você mesmo, deixar que o outro veja o quão imperfeito e problemático você pode ser.

— A Judy, eu não sei não.

— O que eu quero dizer é que o Sebastian te ama, e ele é um cara incrível. Não porque ele é o meu neto e eu dou a minha vida por ele. Mas acontece que ele realmente está disposto a ir até o fim do mundo por você, e eu sei disso porque eu nunca o vi tão radiante como estou vendo essa semana.

— Mesmo? – abro um leve sorrindo diante daquela declaração. Para mim é realmente importante saber de pessoas tão próximas do Vettel o que ele é.

— Sim, e a provava viva disso é você e eu nós arrumando para um baile de ação de graças – ela sorri, desfaz o nó dos meus cabelos e começa a penteá-los. — Você é a primeira garota que ele me apresenta formalmente e que ele trás aqui. Na verdade você é a primeira que o tira de Nova York, e o faz passar um tempo com a cabeça fora daquela nuvem de trabalhos estressantes. Todas essas pequenas coisas que você talvez não consiga perceber e entender agora, só prova o quanto ele te ama e está se esforçando para te ter unicamente por um bom tempo.

Ela terminou meu cabelo, me fez a maquiagem e depois me fez usar um vestido de seda tão glamoroso e cheio de perolas que eu estava me sentindo a própria Lindsay Lohan. Nunca na minha vida eu me senti tão chique e sexy como estou me sentindo, minhas bochechas levemente coradas entrega a satisfação que sinto no meu interior, e a Judy percebendo isso faz questão de me fotografar.

— A senhora fez uma mágica em mim – a puxo para um abraço, mas a mesma logo da um jeito de me afastar.

—  Nada de abraços agora, vai amarrotar o seu vestido.

— Tá bom, mas agora eu vou ajudar você – digo a fazendo sentar na frente da penteadeira. 

— Você sabe fazer uma maquiagem? – sua voz anasalada mostra que ela está se segurando para não rir de mim.

— Não, mas eu posso dar um jeito – eu estava determinada a tentar, porem ela não deixou porque previu que nós não ficaríamos prontas há tempo se eu arriscasse tentar.

Eu ri muito enquanto assistia ela se arrumar. Judy é a senhora mais vaidosa e glamorosa que conheço, ela também é muito bonita e adora ser observada. Essa mulher na juventude com certeza era a fraqueza de muitos homens. Eu olho para ela e não acredito que a mesma tem quase setenta anos, os anos foram literalmente cuidados com ela.

— Só mais uma cor nos lábios, e uma banho de perfume – ela diz fazendo o que diz. — Agora sim, estamos gostosas e cheirosas para caramba.

Judy me emprestou uma de suas bolsas  de festa, sorriu para mim e saiu do quarto. Pensei em segui-la, porém  não fiz porque entendi que talvez ela quisesse falar a sós com o seu neto. Eu estava mais relaxada depois de conversar sobre o que havia acontecido e o que provavelmente era um problema, mas mesmo assim, bem lá no fundo, eu sabia que talvez as coisas só piorassem. Eu não fazia ideia de como Sebastian iria reagir, e nem se eu deveria me preocupar em força-lo a dizer o que esta acontecendo. Eu só fui, sai do quarto e assisti-o caminhando vagarosamente em minha direção, bem típica cena de filme da Disney que eu julgava, mas agora aqui, vivendo esse momento eu tenho uma única coisa a dizer; isso é incrível e eu estou perdidamente apaixonada.

— Uau! Você está linda – diz ao se aproximar totalmente e segurar minha cintura. Ele usava um terno fosco e uma gravata clara que combina com meu vestido. Sua barba bem aparada e os cabelos cortados e penteados para trás dá a ele um sinal de príncipe perdido.

— Você também. Quase não te reconheço usando tantas roupas – digo pousando a mão direita na altura de seu coração. Ele ri do meu comentário e rouba de mim um beijo.

— Ok, chega de romance e vamos antes que o baile chegue ao fim.

O baile de ação de garças foram as melhores cinco horas que eu já experimentei fora das pistas, foi uma noite regada a petiscos, bebidas caras, danças e muitas risadas. Sebastian fez questão de fazer aquela noite valer a pena, ele fez literalmente o que prometeu; esqueceu-se do que acontecia no lado de fora do mundo e se divertiu.

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Contagem regressiva...