|Alexia Shelb-Cullen|
Três meses depois e eu já estava me acostumando com a sensação da perda, meus olhos não queriam mais chorar e os soluços descontrolados diminuíram seu ritmo, mas os pensamentos... esses aí nunca paravam um segundo se quer. Mas eu estava me acostumando e de alguma forma eu acreditei que tudo ficaria bem.
Na sexta-feira pela manhã a primeira ligação do dia foi do advogado, exatamente como Harry havia dito. Ele teve uma breve conversar comigo e depois nos convocou para encontrar com ele às dez horas da manhã. Eu me arrumei e fui arrastada, não queria ouvi-lo contar sobre como meu pai conquistou seus bens e agora irá dividi-los. Porém não teve como fugir, e aconteceu de todas as formas possíveis. E surpresa; Harry saiu tão beneficiado como eu, mas o papai fez questão de deixar oitenta por cento dos seus bens ficaram comigo.
— E aí? – quebro o silêncio que se formou desde que saímos da sala do advogado. Harry dirigia pelas avenidas nova-iorquinas e eu com a cabeça encostada na janela.
Ele me olhou, soltou um suspiro e continuou o caminho. — Agora é oficial.
Juntei as sobrancelhas e o encarei esperando entender sua resposta. Ele esperou mais alguns segundos, tocou o objeto do colar que aí até o meio do seu peito, ali tinha uma meia assa de metal. Apertei os olhos e assenti, era realmente oficial.
— E agora que eu estou aqui vou entrar pra faculdade, procurar um emprego e eu sei lá.
— Você já não fazia faculdade? – ele arregalou os olhos desacreditados.
— Ainda não, estava pensando em fazer isso aqui. Sabe, eu tinha tudo planejado, mas agora nada parece fazer sentido pra mim.
— Eu sei como é está assim.
Sorri de lado quando sua mão alcançou meus ombros e os massageando. Eu queria muito sentar lá na varanda do apartamento e tomar um café, ou, deitar na cama e dormir até acordar talvez no céu. Mas como eu; uma garota arteira poderia ter um benefício como esse? E eu também não poderia deixar Harry pra trás, agora vendo ele tão abalado emocionalmente sinto que preciso ficar aqui e cuidar dele.
— O quê você vai fazer? – digo quando ele para no estacionamento, me faz sair do carro e segui-lo até dentro do estacionamento cheio de instrumentos musicais e um pequeno amontoado de discos de vinil. — Uau.
Meus lábios se abriram num sorriso, aquilo era de mais, a esfera musical era de mais e eu sempre quis estar envolvida com nisso. Eu adorava ouvir música, especialmente as antigas, quando estava feliz de mais até quando estava tão triste que mal conseguia respirar. Mas esse lugar é muito bonito. Tem um cheiro de café moído na hora, e mesmo estando com bastantes clientes e somente três funcionários tentando atender a todos de uma só vez, ainda assim é um lugar confortável, aconchegante com suas cores pastéis.
— Apresento-te sua nova casa, se você quiser – ele caminhou até o meio do espaço e abriu os braços, tinha alguma.
— O quê isso significa? – giro sobre os calcanhares olhando em volta, acabo trombando em uma senhora. — Meu Deus!
Segurei a mulher de cabelos grisalhos pelos ombros com força, ela me olhou assustada e acabou soltando uma risada.
— Tudo bem querida, foi só um esbarrão – ela sorri e dá um tapinha em minhas mãos, só então percebi que a segurava com força de mais.
— Me desculpa – pedi soltando seus ombros. Dei um meio sorriso e olhei Harry, ele prendia o riso. — Não ri tá, eu quase deixei a idosa cair.
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Antes Que Não Haja Amor
RomanceAlexia Shelb-Cullen só tinha um único objetivo: subir em sua moto e correr a 200 quilômetros por hora. Prestes há completar dezoito anos, sem planos para o futuro, desesperada pra encontrar sua independência e desaparecer de Londres. E Sebastian Vet...