Capítulo 16 part.II▶

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— Oi, entra aí – o interfone tocou as dezenove e vinte em ponto, ele entrou.

— Vista um agasalho e vem comigo.

— Pra onde? 

— Um amigo está dando uma festa, a gente pode ir lá, curtir a festa e falar sobre o que você quiser – propôs enumerando o que podíamos fazer, pensei por um instante e; por quê não? 

— Devo trocar de roupa? – abri os braços dando ele a visão das minhas roupas: saia jeans na metade da cocha, meia calça preta, coturno, camiseta e por cima uma blusa de lã.

— Não, você está perfeita assim.

Peguei minha bolsa e segui Vettel até o estacionamento, lá ele abre a porta do seu carro pra eu entrar e faz uma reverência, na minha oportunidade de imitar o movimento acabo tropeçando nos meus pés e caindo em sua direção.

— Opa! – eu disse rindo e me apoiando em seus ombros, ele me segurou pela cintura fazendo nossos rostos ficarem próximos. — Não sou nada sútil.

— A postura de realeza não combina com você – ele disse dando uma risada que faz seu halito quente atingir meu rosto, solto um suspiro. — Seu perfume é muito bom.

E nisso ele enfia o nariz entre meu casaco e os meus cabelos. O sacana passa seu nariz fino por toda extensão do meu pescoço, pressiono os lábios e fecho os olhos quando ele deixa um beijo molhado no lóbulo da minha orelha.

— E você é bem atrevido – digo num fiapo de voz, estamos tão perto que nossos lábios trombam quando falamos.

— Você não parece incomodada – tombou a cabeça para o lado, sorri e retribui com meu melhor olhar desafiador. — Tá bom.

Ele deixou um selinho rápido nós meus lábios, bagunçou meus cabelos da mesma forma que se faz quando tem um irmão mais novo, e depois me fez entrar no carro. Babaca, eu amaldiçoei mentalmente.

Sebastian dirigia e me olhava de canto a cada minuto, eu ignorei sua presença cantando Trouble, do Cage the elephant. Eu balançava a cabeça de um lado pro outro e cantava cada frase com sentimento, no refrão Vettel entrou no ritmo me fazendo sorrir.

— Não sabia que conhecia essa música – ele disse enquanto eu representava o solo musical.

— Essa só não é a minha música favorita por que o Elliot Smith tem álbuns incríveis.

— Você é inacreditável – riu balançando a cabeça em negação.

Sebastian tem uma personalidade despreocupada e minimalista que emana paz. Ele tem aquele jeito que te faz pensar que o mundo não é um caos, não tem problemas e nós estamos vivendo a melhor fase. E isso é bom, porque é difícil encontrar esse tipo de pessoas, principalmente quando você é tão ferrado quanto eu.

 — Então, senhorita? – Vettel começa depois que pegamos nossas bebidas e nós acomodamos em um lugar mais calmo.  A festa estava barulhenta, bem como as festas da faculdade.

— Na minha mente você não frequentava mais lugares como esse – bati com o fundo da minha garrafa no bico da cerveja dele, resultado, a bebida espumou e ele colocou a boca na garrafa impedindo que o álcool caísse. 

— Sua sacana – ele disse tossindo um pouco, soltei uma gargalhada. — Nunca é tarde para ir a festas universitárias, e olha só, tem bebida grátis.

Revirei os olhos observando a nossa volta. Patrick, amigo do Sebastian, acena pra mim bem desajeitado. Ele já estava bem bêbado e já tinha subido as escadas umas duas vezes com garotas diferentes. Bem safado eu diria.

— Quanto eu devo você? – vou direto ao ponto, fazer rodeios nunca foi minha praia.

— Uns beijos ali na pista de dança, o quê você acha? – se aproximou ficando mais perto de mim, me afastei soltando uma risada nasal.

— Boa tentativa, mas você não alcançou seu objetivo – dou o último gole da cerveja. — Sem rodeios Vettel.

— Que tal você deixar esse assunto quieto e se divertir? Sério Alex deixa os problemas de lado e vem.

Sua mão grande e coberta por uma tatuagem pousou na minha cintura e me conduziu até a pista de dança. Pousei meus braços timidamente em seus ombros e deixei que ele conduzisse meu corpo de um lado pro outro, a música era um pouco rápida e me fez soltar um pouquinho a dançarina escondida dentro de mim.

Tinha tenta gente amontoadas no mesmo lugar que era impossível fazer passos elaborados longe do corpo de Sebastian, e eu não me importava. Dançava presa ao seu corpo, subia meus braços pra cima e acariciava seus cabelos enquanto sua boca fazia um excelente trabalho em mordiscar o ponto fraco na minha clavícula. Eu puxei seu rosto pra junto de mim dando um beijo que eu ansiava desesperadamente, e ele retribuiu. Estamos ficando sem ar, mas quem se importava? Queríamos satisfazer o desejo, e com certeza era nisso que Sebastian pensava quando me arrastou para o andar de cima.

•°•°•

Uma pontada de luz atingiu meus olhos me fazendo arfar um palavrão. Apertei os olhos e senti minha cabeça latejar, ergui meus braços e eles passavam tanto que acabei os deixando cair sobre o colchão debaixo do meu corpo, num movimento rápido acabo acertando um corpo nu ao meu lado, me assusto e sento bruscamente.

— P0rπ@! – praguejo pressionando os dedos contra meus cabelos. Dói pra caramba, o quarto está girando e pera… quê horas são e onde estou?

As cobertas que tampava meu corpo mechem, e então eu tenho a visão do meu corpo nu junto de um corpo masculino. Que droga! Ele se meche, mas não acorda, me levanto vagarosamente e cato minhas roupas pelo chão às vestindo em seguida, procuro meu telefone, mas ele não está em lugar nenhum. Um flash da noite anterior vem a minha mente quando o homem na cama com cara de sono e os olhos mais verde que o habitual me olha em pé no meio do quarto.

— Aonde você… – ele para de falar quando o telefone começa a tocar, o barulho é tão alto que me faz tapar os ouvidos.

— Atende logo essa merda – digo sentindo minha cabeça latejar.

— Desculpa – ele pede desligando o celular. Sim, desligou o aparelho todo, apagou total. — Aonde você vai?

— Procurar café, analgésico e tentar ofuscar minha vergonha – digo mordendo o lábio inferior, eu estava com vergonha ao mesmo tempo em que muito satisfeita. Esse cara é um daqueles deuses gregos que você tem um orgasmo só de olhar pra eles.

— Caramba! – ele disse passando as mãos nos cabelos castanhos, ele se sentou sobre a cama mostrando seu abdômen definido, perdi meu olhar naqueles gominhos que eu fiz questão de mordiscar com desejo. — Por quê você não toca em vez de ficar só olhando? É sério, eu estou quase explodindo aqui só com o seu olhar.

Arregalei os olhos e sorri de lado, caminhei até ele. Um momento estava fazendo carícias de sedução, em outro eu gemia alto e pressionava minha cintura contra a ereção subindo. Vettel era um cretino que não transava sem sacanear, e eu me sentia uma vadia por gostar. Aquilo estava ficando cada vez melhor.

— Passa aqui mais tarde, vamos terminar isso pelas caladas da noite – me deu uma piscadela, apertou minha bunda e enfim me deixou entrar no elevador e subir pra casa.

Minhas roupas estavam toda amassada, eu estava sem calcinha porque ele fez questão de rasga-la, mas o sorriso não saia do meu rosto. Eu era mais feliz depois de uma transa louca.

Destravei a porta do apartamento e já saí correndo para o chuveiro, eu tinha trinta minutos pra me arrumar e chegar à Coffee and Poetry's antes das oito da manhã.

A Coffee and Poetry's é um nome fictício, ok galera? Um dia eu abro um café desse, talvez aqui na minha cidade (Belo Horizonte), talvez em outro lugar...

É isso✌
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