Capítulo 7▶

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|Alexia Shelb-Cullen|

Eu tive que anular vinte e oito dias da minha cansativa vida e pular logo para o dia do meu aniversário. Enfim estava completando dezoito anos, o que significa liberdade total, irei ver o meu pai após seis meses e ainda terei a chance de encontrar Geórgia com o humor um pouco melhor. 

A minha mãe pode ser uma chata a maioria das vezes, mas todo aniversário ela faz questão de dá uma festa. Logicamente que tudo acontece do jeito dela e com as pessoas que ela quer, mas ainda assim é uma festa com direito a open-bar. 

— Alex, docinho, o quê você está achando de decoração? – Ryan me arrasta até o meio da sala e me faz olhar a minha volta.

— Meu Deus! – exclamo com os olhos arregalados. — Isso é sério? 

— Ainda não está tudo pronto, mas está incrível, não está? – ele estava eufórico olhando toda aquela decoração exagerada no tom de rose e dourado.

— Parece que a Hello Kind vomitou aqui – fiz careta diante daquela situação. — Olha só, eu vou voltar lá pra cima.

Toda aquelas coisas estavam me fazendo ficar tonta, sério, aquilo tudo não tinha nada a ver comigo. Parecia que minha mãe ia dar uma festa pra Barbie, uma filha que ela nunca existiu. De repente comecei a me sentir mal com a situação, quando a noite chegasse eu teria que bancar a filhona que sonhou com aquela festa. Eu teria que sorrir abraçar quem eu nunca vi e tirar fotos que ninguém irá guardar de lembrança.

Entro pro meu quarto, fecho a porta e encosto na mesma refletindo sobre o quê está acontecendo. Esse tem que ser o dia perfeito, necessito iniciar minha liberdade com louvor e não com coisas caras, artificiais e passageiras. Eu tenho que sentir mais do quê sinto quando estou tirando racha a 200 quilômetros por hora, eu tenho que sentir alegria verdadeira, coração acelerado, um sorriso que aquece o coração, eu...

O notebook começou apitar encima da cama indicando uma chamada de vídeo, me afastei da porta e atendi a chama, ali estava um lindo homem, de barba negra cobrindo todo seu maxilar, olhar claro e exalando um brilho que me fez rir.

— Pai! – cantei empolgada ao vê-lo, mesmo que através de uma tela, depois de muito tempo. — Que saudades, não sabia que o senhor sabia fazer essas chamadas de vídeo.

Ele riu e disse: — A gente tem que começar a evoluir junto com a tecnologia né?

Quando dou por mim já estava chorando, meu pai é tudo pra mim e eu sentia tanta sua falta que chega doer. Ele foi embora e eu me senti tão sozinha e perdida. Eu queria voltar pras pistas só para me sentir conectada com ele de alguma forma.  E agora, ali, só de vê-lo eu me sentia menos surtada, menos sozinha, eu sabia que ele estava ali.

— Minha garotinha, eu também estou com muita saudade de você – diz sem conter o sorriso. — Para de chorar Alex, assim você acaba com o resto do meu coração.

— Desculpas – enxugo as lágrimas me sentindo uma garota de sorte por ter um pai como ele. — Como o senhor está?

— Bem meu anjo, e você? Está comemorando bem os dezoito há anos? 

— A mamãe está inventando uma festa maluca lá em baixo, mas não vai ter graça nenhuma, então me conta; como está Nova York?

— Agitada – respondeu com cara de tédio. — Inclusive estamos em contagem regressiva para o dia trinta e um.

— Sério? O que terá nesse dia? 

— A disputa pelo troféu de corrida Motocross. O Club cresceu muito, e todo final de semana tem corrida, dessa vez resolvemos competir por um troféu de ouro e uma boa quantia em dinheiro.

Antes Que Não Haja Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora