Capítulo 3

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"A saudade de você é visita frequente (...) Ah, que saudade da gente (...) Como é que tá aí? De você faz tempo que não ouço nada, fala um pouco sua voz tá tão calada, sei que agora deve está impressionado os anjos com sua risada"

- Impressionado os Anjos, Gustavo Mioto

Guilherme narrando

Confesso que a morte de Lorena foi até hoje, a dor mais profunda que eu senti.
Eu a amava, com todas as minhas forças.

Por mais que fosse difícil eu demonstrar isso, mas eu a amava.

Passei algum tempo rejeitando Maju... Achava que era culpa da minha menina a sua mãe ter morrido.

Mas só quando Clarissa abriu meus olhos, eu passei a entender que Lorena já havia morrido, antes mesmo de Maju nascer.

Clarissa é a melhor irmã que eu podia pedir aos céus.
Ela me entende, cuida da minha filha é sempre esteve ao meu lado em tudo, até nas minhas burradas.

••

Tava na sala com Maju em cima da minha barriga.
Tava só eu e ela em casa, e eu precisava sair.

Hoje era dia da morte de Lorena, e como sempre, todos os meses eu ia em seu túmulo deixar flores e conversar um pouco.
Contar como a Maju está a cada dia.

Sou interrompido dos meus pensamentos com a voz do meu pai.

- Vem com o vovô - Falou estendendo os braços pra minha filha.

A Maju estendeu os bracinhos pra ele que a pegou no colo sorrindo.

- Valeu ai coroa... Vou resolver aquele b.o que tu me mandou - Menti, com um meio sorriso.

Não quero que as pessoas tenham pena de mim, principalmente minha família.
Por isso faço as coisas tudo no escondido.

💭Se eu contar, ficam me tratando como um pobre coitado que perdeu a mulher e teve que ser pai solteiro 💭

Meu pai assentiu e ficou balançando minha filha.

Levantei do sofá e peguei a chave da minha moto que estava em cima do balcão e sai de casa.

•••

Parei em frente ao cemitério e assim que estacionei minha moto, entrei.

Tava carregando um buquê de rosas brancas, favoritas da Lorena.

Caminhei até seu túmulo, e sempre que fazia esse percurso, lembrava do dia que a enterramos.

Flashback on

Todos cantavam uma música que no momento, não tinha cabeça pra me concentrar na letra.

Clarissa segurava em minha mão enquanto o caixão seguia em nossa frente.

A mãe de Lorena chorava alto e desesperada, enquanto eu, nem lágrimas tinha mais pra chorar.
Era como se dentro de mim tivesse secado algo.

Isso é o que o amor fazOnde histórias criam vida. Descubra agora