Capítulo 32

4K 377 67
                                    

"Faz isso com ela não (...) É muita covardia, ela não faz mal pra ninguém, deixa ela viver a vida, ela tem coração, deixa a menina"

— Deixa a menina, Luiza e Maurílio

Bianca narrando

Alguns dias depois...

— EU ODEIO AQUELE GAROTO — Mariana entrou gritando na sala e bufando.

Eu e Clarissa estávamos sentadas no sofá, enquanto a Maju deitada em minhas pernas, cochilando.

— Shii — Fiz sinal com a mão na boca e fechei a cara pra ela.

Peguei Maju em meu colo e subi a escada com ela.
Comecei a balançar ela e entrei no quarto, depois que deitei ela no berço coloquei o ursinho ao seu lado, fechei o mosquiteiro e liguei o ar condicionado.

Encarei o seu rostinho sereno enquanto dormia, a sua inocência.

Incrível como ela insiste em me chamar de mãe, mesmo com o pai repreendendo e até eu mesma.

Confesso que na primeira vez me bateu uma emoção, uma alegria, assim como todas as vezes, mas depois que notei que Guilherme não gostava tenho tentado ao máximo fazer com que Maju pare.

Entendo que esse lugar é, e sempre será de Lorena e que ele deve me achar uma intrusa por querer roubar o lugar dela, mas eu realmente não quero isso.

Por falar em Guilherme, eu e ele mal conversamos nesses dias que passaram, aliás, mal olhamos um na cara do outro.

Eu fiquei magoada com o que aconteceu, e tá ligado, eu acho que tô na minha razão sabe.

Eu não tava em mim quando aquilo aconteceu, e ele sabe, ele sempre soube que meu coração sempre foi dele e ele não tinha o direito de quebrar meu coração daquela forma, não mesmo.

Hoje é sábado e vai ter baile.
Por isso Clarissa tá aqui.

Tá nos dias de folga dela, e nós três decidimos ir juntas pra o baile, botar a bunda pra bater no chão bebê.

Fechei a porta do quarto e desci a escada de novo, Mariana tava de braços cruzados no sofá.

— Pronto, agora tu conta o que aconteceu — Clarissa fez sinal com a mão pra ela.

— Aquele menino pow — passou a mão no rosto nervosa — Tenho paciência não véi, tenho não... — interrompi ela que falava rápido, pior que o vô Guilherme matando alguém.

— Respira fundo e conta o que aconteceu fofa, devagar — Falei pausadamente

— Eu tava subindo pra cá né... tu acredita que ele me fez cair? cai com tudo no chão mulher, parecia jaca mole — fez careta e depois bufou — eu odeio aquele menino com todas as minhas forças, se um dia ele for pra praia pode ter certeza que acontece um acidente, porque Iemanjá vai devolver a oferenda — bateu os pés no chão.

Olhei pra Clarissa com uma careta de quem não tava entendendo nada e ela tava prendendo o riso.

— O menino é o Renato? — perguntei confusa.

Isso é o que o amor fazOnde histórias criam vida. Descubra agora