Capítulo 6

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"Meu subconsciente... Vai atrás do seu corpo (...) É só você e mais nada, aceito esse amor unilateral (...) Não há razões para não ser feliz, mas pra ser feliz preciso de uma razão, e o motivo é você, sempre foi você o fantasma do meu coração"

— Fantasma, Luan Santana

Bianca narrando.

Quando meus pais saíram do Rio de Janeiro, eu ainda era muito pequena, não tinha minha autonomia.

Tudo foi muito difícil pra mim.
Não cresci ao lado do meu avô, da minha vó e mal podia ir vê-los.

Não era sempre que meu pai ou minha mãe podiam largar os empregos, ou tinham férias juntos.
Por isso minha convivência com minha família, ficou um pouco abalada.

Minhas melhores amigas, primas e irmãs, sempre foram a Clari e a Mari.

Não que eu não tenha feito amizades aqui em Sampa, mas eu sempre fui muito retraída pra essas coisas.

Eu sou bem banda vuô... Mas apenas quando estou com elas.

Faz acho que quatro anos que nunca mais fui no Rio, e a alguns dias atrás, tive que sentar com meus pais, pra conversar sério.

Flashback on

— O que você quer? — Papai perguntou impaciente enquanto olhava o relógio em seu pulso

— Quando foi que o senhor ficou tão sério, senhor Leonardo? — Perguntei prendendo o riso.

Ele riu pelo nariz e balançou a cabeça.

— É que eu tô em meu horário de almoço — Fez uma careta.

— Enquanto isso... O Muka está comandando a Rocinha — Mamãe falou rindo e balançou a cabeça.

Meu pai assentiu também rindo.

— Mas fala... Eu já tô me comendo todinho de curiosidade. — Falou fazendo gestos com a mão.

Então... Vocês sabem muito bem que eu não quero mais morar em São Paulo... Sabem que eu não tenho amigos aqui e também sabem que eu preciso viver minha vida.. Eu já tenho 19 anos, trabalho e só vivo ainda com vocês porque eu sei que o papai morreria se eu saísse daqui — Dei uma risadinha e ele revirou os olhos.

— E... — Mamãe me incentivou a continuar.

— E... Que eu sei que minha vida não é aqui em São Paulo mãe... Eu tive que abrir mão de muitas coisas minha vida inteira e não tô mais disposta... Eu quero voltar a morar no Rio — Falei firme.

Eles dois arregalaram os olhos.

— Mas...mas tá te faltando alguma coisa? Eu sempre luto e... — interrompi minha mãe.

— Eu sei que sim dona Avelyn — Sorri e segurei sua mão — Mas eu não quero mais viver aqui... Nunca me faltou nada material, mas falta no coração...eu quero poder conviver com meu avô, com minha prima e melhor amiga... — Meu pai me interrompeu

Isso é o que o amor fazOnde histórias criam vida. Descubra agora