Capítulo 4: Encontro às Escuras

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(bônus) Corianne.

Já havia esquecido o quanto era bonito, os olhos cor de mel cintilavam à luz de velas pareciam estar em chamas, os cabelos castanhos mais sedosos que já vi em vida brilhavam à meia luz, a pele tão clara me faz lembrar o quão senível é ao toque e isto me faz querer tocá-lo como nunca.

Maven nunca soube disfarçar sentimentos, um rubor fugaz sempre o entregava. A lembrança do último dia que nos vimos há quatro anos atrás dança em minhas lembranças. Havia pego um voô de Nortawind há Lestland apenas para se despedir de mim, passaria três intrigantes meses sendo instruído em prol de seu reino, preparações, etiqueta, protocolo, afinal ele era o futuro rei do reino central, o reino com maior responsabilidades entre todos os quatro reinos, o reino que comandava toda a Wind Rose desde os fundamentos. Maven sempre foi calmo e gentil, sempre me deixava ganhar, apesar de não precisa fazer muito esforço pra isso já que sempre fui uma ganhadora nata. Nem consigo contar quantas brigas já travei contra Atos e Emmica que sempre trapasseavam para ganhar quaisquer que fossem os desafios contra mim.

Cresci sabendo que me casaria com ele, nos viamos poucas vezes ao ano mas eu fazia de tudo para chamar sua atenção quando nos encontravamos. Me lembro bem de estar encantada por ele desde sempre, mesmo sem saber o que era amor eu já o sentia quando o assunto era ele. Desde o início quis ser rainha para estar ao lado dele. Começamos a troca de cartas ao seis anos. Maven sempre amou escrever, eu nunca fui tão boa quanto ele, fui atrasada em minhas instruções, mas corri para alcança-lo pois sempre soube que um dia eu seria sua parceira.  Sempre soubemos tudo o que estava acontecendo com o outro, nos atualizava-mos com correspondências todos os meses, até tudo acabar quatro anos atrás.

Sem mais cartas.

Sem mais visitas.

Sem mais notícias.

Sem Maven.

Há quatro anos quando veio se despedir não parecia que ia desaparecer e só voltar quando a obrigação de se casar batesse a porta. Juro que cheguei a pensar naquela época, que estávamos apaixonados, mesmo nunca tendo havido palavras que concretizassem meus pensamentos. Meu amor não se tornou um fardo. Eu ainda o queria.

Ainda o esperava, mas nunca fui capaz de procurá-lo, encará-lo e questioná-lo sobre onde foi que tudo mudou.

E ali estava em minha frente, estava ainda mais alto que de costume, os cabelos ainda caiam por sobre dos olhos, o rubor em suas bochechas ainda mais marcantes por conta do recente banho quente, um pescoço chamativo, um peitoral de deixar em transe. E é assim que me sinto, em transe. 

Maven me encarava com um quê de perplexidade, esperando uma resposta da invasora de seus aposentos. Meu sexto sentido me alertou sobre ele indagar algo. Acho que chamou meu nome. Meu nome? Como posso pensar no meu nome com o homem belo e semi nú em minha frente? Como saio dessa? 

Atos eu te mato!

— Corianne? mais perguntou a si mesmo, do que à mim.

 — Oi Maven.  — Oi Maven? O que estou fazendo? 

Dei um meio sorriso torto que deve ter parecido com uma careta aterrorizante.

 — Oque você faz aqui? Não espera... como você entrou aqui?

 — A porta estava aberta, gênio. 

Não seja sarcástica agora, Corianne.

 — Estava?  — pareceu pensar um pouco. —  Estava com a guarda baixa, seus mordomos estão me deixando no prejuízo.

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