Capítulo 28

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28. Capítulo 28

Hermione Malfoy

O som de seu salto contra o piso ecoava pela sala pequena enquanto andava de um lado para o outro pensativa.

- Então está me dizendo que a equipe do qual estava responsável durante a ação apenas ignorou suas ordens, sabendo que você era a voz do comandante para eles naquele momento, e seguiu com o plano inicial como havia sido ensaiado nas salas de simulação? – ela elaborou a sentença.

- Não, dona. – o homem sentado a cadeira se pronunciou. – Eu não disse que eles me ignoraram...

- Até onde me recordo, você havia dito que eles podiam te escutar perfeitamente. Se eles podiam te ouvir e moveram-se de acordo com o plano original e não o modificado, significa que eles te ignoraram. – ela falou como se não fosse bastante óbvio.

- Escute, dona...

- Não. – ela parou e o encarou cruzando os braços. – Cansei de escutar e sabe o que eu acho? Acho que está mentindo.

Ele uniu as sobrancelhas com indignação e riu como se estivesse escutando a coisa mais absurda de sua vida.

- Mentir? Por que eu mentiria? Estamos do mesmo lado aqui, dona!

Hermione estava realmente começando a se irritar com o "dona".

- Isso não se trata de um processo para descobrir sobre traição! – estava começando a se sentir frustrada com tudo aquilo tanto quanto Draco. – Vocês tinham uma tarefa muito clara! Era uma segunda tentativa em York! Ensaiaram o que deveriam fazer dezenas de vezes nas salas de simulação e mesmo assim colocaram tudo a perder por sabe-se lá o que! – sentiu que sua voz subia de tom gradativamente mas era incapaz de controlar. - Se parassem de mentir e admitissem os próprios erros seriamos capazes de encontrar o que houve de errado para que pudéssemos concertar! Entende? Entende o trabalho que precisamos fazer aqui? Poderia colaborar?

- Estou colaborando, dona. Estou respondendo todas as suas perguntas.

- COM MENTIRAS!

- Esse é o seu julgamento, mas a verdade é que não estava lá. Não saberia.

Hermione puxou o ar para sentindo que iria a loucura. Estava afrontando e sendo afrontada desde a manhã daquele dia que ela sabia que seria interminável como todos os outros. Precisou controlar cada nervo em seu corpo para evitar condenar aquele homens a algum castigo, embora não tivesse realmente esse poder. Foi até a mesa, juntou os papéis furiosa dentro da pasta e a fechou.

- Estou farta disso! – vociferou, deu as costas e saiu batendo a porta com violência.

- Sra. Malfoy, nós ainda temos mais 10 pessoas para colher depoimento antes do intervalo. – sua assistente nomeada apressou-se a segui-la quando ela avançou pelos corredores

- EU ESTOU FARTA! – parou lançando sua pasta furiosa contra a parede. – QUAL É A RAZÃO DE FAZERMOS ISSO SE TODOS ELES CONTINUAREM MENTINDO? – voltou-se para a mulher. – NÃO VOU PERDER MEU TEMPO COM ISSO! – deu as costas e continuou avançando firme.

A cada passo que dava sentia sua respiração ficar cada vez mais apertada, como se não conseguisse puxar o tanto de oxigênio que realmente precisava. Os nervos pareciam correr sua pele e ela começou a sentir que poderia suar litros com o calor que subia pelo seu corpo.

Virou uma esquina e passou por um conhecido beco. Apertou o passo ao entrar dentro do lavatório feminino. Empurrou a porta da primeira cabine que seus olhos alcançaram, debruçou-se sobre a porcelana do sanitário e despejou ali tudo que havia em seu estômago.

CIDADE DAS PEDRASOnde histórias criam vida. Descubra agora