Capítulo 36

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36. Capítulo 36

Draco Malfoy

Era tarde da noite e ele estava preso na Catedral sabendo que perdera o jantar com Hermione e sua mãe em casa. Ao menos podia dizer que não ficara o dia inteiro longe delas. Tomara café com sua mãe e passara boa parte do dia com Hermione reprogramando a tomada de Ordem, o que os fizeram passar basicamente quase metade do dia discutindo e sendo rudes um com o outro.

Ele sabia que Hermione não era uma mulher fácil, da mesma forma como sabia que ele também não conseguia ser nada compreensível, principalmente quando lhe feriam o orgulho, e se havia alguém que sabia ferir seu orgulho, esse alguém era Hermione.

Ela voltara para casa frustrada e com raiva. Ele sabia que boa parte era sua culpa. Não que ele quisesse causar todos aqueles sentimentos nela, mas Hermione não conseguia engolir o fato de que ele não poderia apresentar para Voldemort um plano que possivelmente incluiria capturar Harry Potter, cheio de falhas ou pontos cegos. Além de colocar em risco sua posição, colocaria em dúvida sua lealdade e sem sombra de dúvida, seria vetado pelo mestre.

Resumindo, ela estava frustrada com ele por estar defendendo um plano completo, severo e brutal, e ele estrava frustrado com ela por estar tornando impossível que eles concordassem em algo e principalmente por estar atrasando toda sua operação. Draco não conseguia entender como Hermione podia frustrá-lo até aquele ponto, mas ainda assim fazê-lo ter tanta certeza do que sentia por ela. Apesar de terem tido um péssimo dia, ele não deixava de contar os segundos para voltar para casa e vê-la uma última vez antes de dormir simplesmente porque não havia mais a tensão de antes que os separavam, a tensão que colocava milhões de anos luz de distância entre eles, mesmo estando na mesma cama.

Conseguiu finalmente terminar sua última reunião com os líderes das zonas mais altas. Sabia que todos eles questionavam o fato de toda a operação ter entrado em status de espera e Draco gostava de ter uma relação direta com quem trabalhava com ele e esclarecimentos sempre deveriam ser feitos antes que começassem conversinhas e murmurinhos as suas costas. Não tinha problemas em deixar claro a todos que eles entrariam em ação somente quando ele e Hermione estivessem em acordo. Achava importante que todos tivessem a ideia de que ele sempre operara em acordo com ela e que só havia conquistado o que conquistara por causa disso. Sentia-se como seu pai quando pensava em família e nome, daquela forma, mas no fundo, sentia-se satisfeito por ver como todos de seu departamento enxergavam ele e Hermione como sendo um. Era como ter mais um par de olhos e ouvidos confiáveis.

Enquanto imergia do subsolo e deixava a zona do quartel de volta para o lobby principal da Catedral, diminuiu o passo quando passou perto das escadas que davam para a subida da torre onde Pansy ainda residia. Ficou surpreso por não se lembrar da última vez que tomara aquele caminho. No passado aquele era um caminho quase diário.

Parou.

Queria voltar para casa. Queria porque Hermione estava lá. Queria estar com ela, queria dormir com ela, queria sentir seus filhos se movendo dentro dela, queria discutir sobre o futuro e se livrar de todo peso das discussões que haviam tido durante o dia. Era um sentimento e uma sensação que ele nunca tivera com ninguém, nem com Pansy, uma mulher que ele achara que fosse tão especial. Não conseguia acreditar no quão insignificante tudo com relação a Pansy se tornara agora que ele colocava em ordem sua vida com Hermione. Ainda se questionava se aquilo seria duradouro, e se fosse passageiro, por quanto tempo duraria. Será que ele voltaria a enxergar Pansy como a enxergara no passado? Será que ele se arrependeria?

Apesar de suas certezas se tornarem mais certezas conforme os dias se passavam e ele construía mais e mais sua vida com Hermione, sentia que devia algum tipo de respeito pela história que tinha com Pansy. E foi esse exato pensamento que o levou a subir aquelas escadas até o quarto dela.

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