Capítulo 26

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26. Capítulo 26

Theodoro Nott

Desceu as escadas que davam direto para o hall principal e assim que saiu para o pátio sul onde sua carruagem o esperava a raiva ficou entalada em sua garganta quando foi seguido pela imprensa. Estava cansado. Havia publicado sua sutil justificativa e mesmo assim eles ainda o seguiam gritando seu nome e perguntas diretas demais para serem respondidas.

Fazia quase um mês que Hermione armara uma bendita conferência pública por suas costas e soltara informações de seu departamento que o acusavam como sendo um corrupto, o que na verdade ele era. Sim, ele havia acabado com o trabalho que ela fizera com as Casas de Justiça no momento em que ela se ausentou da Catedral, mas a verdade era que ela não entendia que estava lidando com um mundo de comensais e não com a velha bancada de conselheiros da Corte Superior do Ministério da Magia, composta de homens que haviam vivido a utopia de um ideal nobre e honrado.

Fugiu como pode se fechando em sua cabine segundos depois. Parou alguns minutos para fechar os olhos e se livrar do ódio que tinha quando a imprensa lhe perseguia em momento que tinha que justificar algum erro que havia cometido. Maldita cidade! Aquele lugar era cheio de hipócritas! Pessoas que o acusavam de corrupto como se fossem os seres mais santos a andarem sobre a face da terra. Soltou o ar e bateu duas fezes na madeira a suas costas, não demorou e entrou em movimento.

Desde que Hermione tivera a coragem de expô-lo, Lord Voldemort havia deixado claro que seu fracasso na arte de ser sutil lhe custaria a proximidade com o mestre que com tanto esforço conseguido e todas as regalias que isso lhe proporcionava até que ele se provasse mais útil.

E era apegado com a ainda chance de se tornar a mão direita do mestre que ele não desistia. Assim que sua carruagem chegou aos portões da mansão de Draco Malfoy na Vila dos Comensais ele teve que descer e usar a varinha para persuadir a segurança deixa-lo passar. Ele não era bem vindo. Nunca era bem vindo.

Quando bateu a campainha da porta principal foi recebido pelo elfo doméstico da casa que o mandou embora informando que Hermione havia dito que a próxima vez que usasse algum feitiço nos seguranças para invadir sua propriedade seria reportado a Catedral com risco de que seu nome fosse parar na imprensa mais uma vez. Theodoro apenas chutou a elfa abrindo passagem. Sabia onde Hermione estaria e conhecia a casa de Draco.

Abriu a porta que passava para a cozinha e encontrou Hermione envolvida de um roupão pesado de banho, os cabelos presos no topo da cabeça, os pés descalços, um dedo enfiado na boca e um pote de geleia na mão. Céus, ele queria odiar aquela mulher, mas toda vez que a via não conseguia pensar em outra coisa além do quão exótica, linda, sexy e inteligente ela podia ser. Ela tirou o dedo da boca e colocou o pote de geleia sobre a extensa mesa no centro de todo o ambiente enquanto o encarava com um desgosto aparente.

- O que fez com minha elfa? – ela perguntou usando um tom seco e nada convidativo.

- Deveria contratar uma equipe de funcionários para essa casa como todo mundo faz. Ajudaria na segurança. – ele disse.

- Quero você fora da minha casa agora. – decretou ela.

- Não vou embora. – teimou ele.

- Nott, você sabe que poderiam te mandar para Askaban pelo que faz todas as vezes que invade minha casa, não sabe? Eu tenho poder para levar isso para o Ministério e longe das suas Casas de Justiça corruptas alguma bendita alma honesta por lá te jogaria aos Dementadores!

- Sabe que eu não iria precisar fazer isso se simplesmente respondesse meus pedidos. Tudo que eu quero fazer é conversar, Hermione!

Ela passou por ele.

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