Capítulo 34

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Capítulo 34

Hermione Malfoy

Sentia que seu coração não batia mais desde que Severo Snape havia lhe dito numa voz tediosa e sem emoção o porque ela havia sido levada até a Catedral com urgência. Recebera a informação como se alguém estivessem proferindo uma blasfêmia contra seu nome, mas quando foi colocada naquele salão e vira o efeito do que o seu sangue era capaz de fazer com Lorde Voldemort, seu cérebro começou a dar tantas voltar que ela não conseguia encontrar nenhuma reação para expressar.

Nunca havia visto Tom Riddle em sua vida, nem mesmo nas memórias que Harry guardava em sua Penseira. Não havia nada de assustador naquele homem, pelo contrário, ele era incrivelmente bonito e elegante. Até mesmo sua voz, que ecoava pelo salão naquele momento, soltando palavras que seu cérebro era incapaz de processar, era forte, clara, grave e poderosa.

Mas não durou muito. Logo, quase que em menos de um minuto, sua aparência e seu calor humano começou a se desfazer de volta para o Voldemort que todos conheciam.

- ... e como todos podem ver, o sangue dela é fraco, muito misturado, muito comprometido... – Voldemort continuou seu discurso.

Snape veio logo em seguida, explicando que a propriedades do sangue fresco foram suficientes para tornarem a poção mais duradoura, diferente dos testes que haviam feito antes, com o sangue congelado. Ele explicou como a mistura de um sangue como o de um Malfoy, que descendia diretamente de Merlin, com o dela, de uma criatura mágica, teria o poder de fazer com que aquela poção fizesse efeito por meses, se não até por anos.

Hermione sentiu seu estomago embrulhar a casa segundo que se passava. Seu cérebro parecia travado, sua roupa parecia apertada demais, embora fosse apenas um vestido solto, seu pulmão não parecia ser capaz de conter todo o oxigênio que precisava e ela sabia que tinha que sair dali antes que começasse realmente a passar mal. Foi quando deu as costas sem se importar que Voldemort ou Snape ou todo o resto do círculo interno estivesse presente, a encarando como se ela fosse algum tipo de alienígena.

Quis vomitar quando escutou o som da voz de Draco as suas costas a chamando, tentando alcança-la. Ignorou e continuou apertando seu passo em direção a porta principal, de onde havia passado. Podia escutar Voldemort ao fundo anunciando que teria seu filho, assim que nascesse. Sua visão embaçou e ela lutou para não desmoronar ali.

Sentiu os dedos de Draco quererem fechar em seu pulso, mas ela o puxou antes que ele tivesse a chance. Quis gritar pela milésima vez que ele não encostasse nela, mas não teve forças. Ele tinha que deixar que ela sumisse então foi capaz somente de dizer, numa voz fraca e seca, sem parar por um segundo sequer, que ele precisava deixar que ela fosse.

E ela foi. Ele deixou e Voldemort, surpreendentemente, também deixou. Viu-se perdida, mas não parou. Queria apenas ficar o mais distante possível dali, talvez assim não existisse nenhuma chance de ser arrastada de volta. Sua respiração a acompanhava como uma lembrete constante da aflição sentia. Não queria pensar. Não queria pensar. Não queria pensar!

O que tinha que fazer para que não pensasse? Sabia que se começasse a pensar no que havia acontecido, no que havia presenciado, no que estavam a acusando de ser, iria a loucura. Embora soubesse que precisava ser racional, que precisava simplesmente parar, pensar, colocar tudo no lugar, para poder provar que tudo aquilo era um terrível engano, seu próprio corpo parecia estar contra ela. Não era capaz de controlar sua própria ansiedade, sua própria aflição, sua vontade de querer desmoronar em lágrimas. Malditos hormônios. Péssima hora para se estar grávida.

Viu-se do lado de fora da Catedral. Flashes vieram de todos os lugares da mídia que estava sempre, vinte e quatro horas, amontoada em todas as entradas. A primeira carruagem que avistou foi a que a trouxera de Gringotes. Não queria aquela e assim que viu a de Draco logo atrás avançou como se aquela fosse a única coisa boa que vira em muito tempo. Mas a mídia empilhou-se a sua volta antes mesmo que tivesse a chance de completar metade do caminho.

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