Capítulo 12

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Capítulo 12

Hermione Malfoy

Voltou a consciência e ainda de olhos fechados pode perceber o ambiente claro no qual se encontrava. Respirou fundo e soltou o ar com calma. Abriu os olhos devagar e encontrou o teto abobadado do quarto onde dormia todas as noites. Sentiu seu corpo exposto e descoberto. Tentou mover-se minimamente e sentiu-se dolorida. Seus lábios se esticaram num sorriso discreto sem que ela pudesse perceber. Havia perdido a conta de quantas vezes Draco havia feito com que ela atingisse seu clímax na noite passada. Aquilo estava acontecendo com frequência quase todas as noites já fazia mais de uma semana. Ela já não sabia mais onde buscar forças.

Virou a cabeça e o encontrou deitado sobre a barriga ao seu lado. Um de seus braços estava jogado desleixadamente sobre ela e sua respiração era a mesma pesada de todas as noites. Hermione achava incrível como ele sempre parecia tão inocente com as feições relaxadas, os olhos fechados, os cabelos bagunçados e o rosto liso. Ela suspirou e seu sorriso morreu. Ele não era inocente. Sabia que ele não era nem um pouco inocente.

Olhou a janela do lado oposto e viu o dia cinza do lado de fora. Por um segundo ela lamentou por não ter o sol e no segundo seguinte a realidade lhe bateu.

- Draco. – o chamou escutando a própria voz fraca, fina e falha. Ele não respondeu, sequer se mexeu, e Hermione estranhou o quanto ele parecia estar tendo um sono pesado. Draco tinha um sono muito leve até onde ela havia notado. – Draco. – o chamou novamente e dessa vez ele soltou algo num murmúrio baixo, mas sem mover um músculo sequer. Hermione arrastou a mão hesitante até ele e o tocou nos cabelos fazendo seus dedos deslizarem sobre os fios loiros. – Draco. – o chamou com a voz mais limpa e clara dessa vez.

Demorou alguns segundos para que ele abrisse os olhos cinzas e tentasse se localizar no espaço e tempo. Eles trocaram olhares rápidos até ele conseguir recobrar por completo a consciência, desviou o olhar dela, ergueu um pouco do tronco para olhar a janela e perguntou:

- Que horas são?

- Tarde. – ela respondeu sabendo que não importavam as horas. Estavam muito atrasados de qualquer maneira.

Ele precisou se apoiar no colchão passando por cima dela para alcançar o relógio na cabeceira. Olhou as horas e soltou um palavrão. Saiu da cama e Hermione puxou os lençóis para se cobrir enquanto sentava-se para o ver andar nu pelo quarto tentando encontrar o casaco de sua farda. Ele não tinha nem idéia do quanto era sexy fazendo aquilo, e com o passar dos dias ela se descobria fascinada por observá-lo andar pelo quarto sem roupa, apenas como veio ao mundo. Não havia como expressar as sensações que seu corpo respondia ao ver a figura imponente e intimidadora que ele todo era. Tudo nele parecia bem trabalhado, bem esculpido, bem simétrico. Talvez fosse o sangue dele, a linhagem da qual vinha.

- Vai a catedral comigo? – ele perguntou parando e a encarando como se já estivesse preparado para agredi-la verbalmente por estar parada na cama.

- Não tenho planos de fazer com que você se atrase ainda mais. – ela resolveu não provocá-lo já que não tinha ânimo para começar e vencer uma discussão logo pela manhã. – Vou depois do meio-dia.

Eles trocaram olhares em silêncio por alguns segundos como se esperassem que em algum momento um deles fosse obrigado a começar a discussão e ali parecia que nenhum deles realmente estava disposto. Draco se aproximou, pegou o relógio do seu lado da cabeceira e seguiu para o banheiro. Hermione se viu sozinha no quarto, fechou os olhos e esperou ansiosamente pelo som das duchas. Não demorou e ela foi capaz de as escutar.

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