The Fame (Concluída)

Desamparado

Pov Jamie

Fui chamado para a reunião de elenco do filme. A situação foi bem complicada. Pelo que fiquei sabendo, eles vazaram a informação sobre a reunião do filme. Quando cheguei ao local combinado, haviam milhares de jornalistas e paparazzi. Eu não tinha me preparado para aquilo. Por isso entrei sem falar nem uma única palavra. Meu advogado havia me orientado a não dizer nada.

Entrei na sala onde a reunião aconteceria. Grande foi o meu susto ao notar que só estavam cinco pessoas me aguardando. Achei que todos se reuniram hoje.

— Bom dia! — Disse eu fechando a porta da sala.

— Bom dia! — Os outros responderam.

Só tinham dois atores na sala, eram os protagonistas. Eu era o vilão. As outras pessoas eram o diretor, o produtor e o roteirista.

— Senhor Dornan nós vamos direto ao assunto. Estamos sendo criticados na mídia por estarmos produzindo um filme com você.

Já esperava por esse tipo de comentário. O próximo é eles dizerem que não irão mais trabalhar comigo por causa das malditas acusações. Estou começando a me acostumar com a minha nova vida.

— Nós conversamos e decidimos que mesmo com tudo isso que você tem passado, vamos continuar com você no elenco. Afinal de contas isso pode ser benéfico para a divulgação do filme. Acho que podemos aproveitar bem essa situação.

Fico puto ao escutar o que o diretor diz.

É estranho pensar que eles só me querem no filme porque a merda que tem acontecido em minha vida, vai dar mais audiência para o filme. Se fosse em outra época, provavelmente eu teria desistido do papel, mas infelizmente não posso mais fazer isso. Não tenho nenhum trabalho a vista, então tenho que me contentar com esse.

Ao sair do local vejo mais alguns jornalistas ali. Sinto meu peito se apertar em desespero.

— Por que você as matou? — Alguém pergunta.

— Como pode ser tão desumano?

Quando é que esse inferno vai acabar?

Quando eu poderei ter a minha vida de volta?

Volto para casa e mais uma vez me sinto só. Não tenho mais nenhum amigo. Meus amigos me abandonaram quando as coisas começaram a se complicar. É triste pensar nessa minha vida. Sei que nunca fui um exemplo a ser seguido e nem nada do tipo, mas não ter amigos é horrível. Eu só queria que alguém me escutasse por alguns minutos. Que alguém me desse uma palavra de conforto. Meu pai me ajuda, mas não é a mesma coisa.

Me sinto angustiado e desolado. Completamente só.

É incrível perceber que as pessoas só se aproximam de você quando você tem algo a oferecer a elas. Mas as coisas mudam quando você não tem nada. Elas simplesmente somem.

A casa está em total silêncio, bem diferente do que era há alguns meses atrás.

Sinto falta das risadas e das festas. Mesmo que aquilo fosse uma grande mentira e muito fútil. Ainda assim é melhor do que esse silêncio sepulcral.

Meu pai só volta de suas férias daqui a quinze dias e nesse tempo terei que me contentar com minha própria companhia.

Entro em meu quarto fazendo barulho. Corro ao ver que alguém está prestes a cair da cadeira. Assim que meu corpo toca o da pessoa, eu a reconheço. É a morena de olhos azuis que acabou de começar a trabalhar pra mim. Seu corpo quente acende o meu. Acho que estou em total estado de abstinência. Percebo que ela fica sem graça ou com medo, não sei ao certo. Mas aposto na última alternativa. Ultimamente as mulheres fogem de mim como o diabo foge da cruz.