"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...
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— Seu apartamento ficou pronto então?- Mia pergunta, enquanto acabamos de comer, vamos a mais uma consulta, para verificar meus pontos e estou na torcida para que os retirem, já não sinto tanta dor, então de qualquer jeito, pretendo voltar para minha casa, ainda essa semana.
— Sim, vou voltar para lá ainda essa semana.
— Poxa, o Natal já é semana que vem, você já não vai trabalhar mesmo, fique aqui com a gente.- Droga isso me faz lembrar do Natal em Nova Iorque com o qual até cheguei a cogitar, penso o quanto ela iria amar meu apartamento, em como seu olhar iria brilhar em ver as luzes da Time Square, balanço a cabeça, afastando isso.
Faço que não, preciso sair daqui, mas não vou contar a ela a razão, levanto meu olhar e a razão entra na sala.
Temos mantido distância, quer dizer eu me mantenho distante dela, depois daquela conversa.
— Bom dia.- ela fala se sentando.
— Bom dia.- Mia responde nos olhando, com certeza ela percebeu algo estranho.
— Bom dia.- respondo voltando a atenção para meu celular, acabando de tomar meu café, vejo que ela começa a se servir. Guardo o meu celular no bolso, já me levantando,-Já terminou Mia?- ela faz que sim.- Então vamos.
— Christian?- Ana me chama e olho para ela, seu olhar é confuso.- boa sorte, que você possa retirar esses pontos.
— Obrigado.- respondo seco, é claro que ela quer que retire logo, só então vai se ver livre de mim, bufo e vou para o carro, sem esperar por Mia.- Bom dia, Taylor.- o cumprimento já entrando na parte de trás do carro.
— Bom dia Senhor.- responde e vê Mia chegando, praticamente correndo, pela sua cara vou levar bronca.- Bom dia Srta Grey.
— Bom dia, Taylor.- responde e entra no carro, se sentando ao meu lado, espera Taylor fechar a porta, levanta o vidro de proteção, lá vem.- que porra é essa que está acontecendo entre vocês?
— Olha a boca.- advirto, mas ela finge que não ouviu, continua me encarar com aqueles olhos azuis, como os de minha mãe.- não está acontecendo nada.
— Está sim. Você quase fez a maior cena semana passada no hospital, depois disso pensei que você tinha se dado conta do que sente por ela, mas depois tudo piora, vocês se afastam mais ainda e o pior, dá uma resposta dura para ela ao ponto de fazê-la chorar e bancar o insensível e sair correndo, o que está acontecendo Christian?
Suspiro pesado, que droga, detesto ficar falando de mim, do que sinto para as pessoas, inclusiva para minha irmã.
— Tivemos uma conversa, percebemos que estávamos muito grudados, e isso não estava fazendo bem nenhum a nenhum dos dois, em especial para Ana, então falei que ia me afastar.
— Por isso a insistência em voltar o mais rápido para seu apartamento?
— Sim, não quero ficar impondo minha presença a ela.
