"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...
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Abro os olhos, minha mãe está sentada aos pés da minha cama, sua expressão não é nada boa, péssima para falar a verdade, péssima para quem está acabando de acordar, se recuperando de uma ressaca.
- Não comece.- falo me levantando, enrolando o lençol em minha cintura e indo para o banheiro.
Ligo o chuveiro, regulo a temperatura para frio e entro debaixo, me xingo quando me lembro do lençol, o tiro e o jogo em um canto do box, merda! Estou com uma ereção dolorosa, preciso de um alivio, mas minha mãe está no quarto, que merda!
- Vou buscar seu café.- escuto falar da porta e dou graças por isso. Apesar de estar com uma dor de cabeça fudida, preciso me liberar, senão vou passar o dia todo de mal humor.
Começo a me massagear, com as minhas mãos em concha, fecho os olhos e a maldita se materializa a minha frente, se ajoelhando para mim, tomando meu pau em sua boca, me chupando, me lambendo, me fazendo bater em sua garganta, quase posso sentir sua quentura, sua maciez, porra isso é quente, acelera suas chupadas, e então gozo, em um gemido agoniado, sentido, abro os olhos e encaro minhas mãos sujas, a agua caindo em meus pés, encosto a minha testa no azulejo frio, pensando em até quando vou ter que passar por isso, até quando ainda vou sentir desejo por ela, ser obcecado por alguém que me abandonou sem dó ou piedade, que jogou meu amor no lixo como se faz com um objeto usado que não serve mais. Merda!
Regulo a agua para quente, acabo meu banho, saio, me seco e coloco um roupão e uma boxers por baixo, vou para meu quarto, minha mãe já está entrando com uma bandeja de café, antes de me sentar, procuro um remédio na gaveta ao lado da minha cama.
- Se não bebesse, não precisaria disso.- fala em tom reprimenda.
Penso que se Ana não tivesse me deixado, não precisaria da bebida, merda!
Sento-me a mesa e minha mãe a minha frente, tomo o remédio com o suco.
- Mãe, por favor, não estou para sermão e se isso resolvesse, já teria parado de beber há tempos.
- Mas você está se destruindo, Chris, será que você não vê isso?
- Me destruindo? Só porque tomo alguns goles antes de dormir?- pego uma torrada e a como, tem gosto de plástico.- trabalho com um louco, de segunda a segunda, inclusive quando venho para casa, será que não tenho direito a beber um pouco?
- Não é só isso, você não pode ficar trazendo qualquer mulher para dentro de sua casa, isso é perigoso.
- Mãe, foi apenas uma garota que conheci no bar, apenas isso.
- Sei e de novo a menina saiu daqui chorando, por que você não faz terapia, tenta uma ajuda profissional, desde que...
- Não fale o nome da maldita.- falo baixo, estreitando os olhos.
