"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...
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Um mês e pouco se passou, Ana e eu estávamos cada vez mais unidos, cada vez mais felizes. Ela trabalhava no restaurante e era muito elogiada por Aaron e Elliot, eu claro me enchia de orgulho por ter uma namorada linda, dedicada e talentosa.
Só me incomodava quando ela trabalhava a noite, apesar de Ryan a buscar no trabalho, eu não conseguia dormir enquanto ela não chegava e isso me acarretava problemas no dia seguinte, pois dificilmente conseguia ir trabalhar na parte da manhã. Mas ia levando isso de boa, com humor, afinal, eu era o dono da empresa e passei a minha vida toda me dedicando a ela, já estava na hora de eu relaxar um pouco e aproveitar a vida ao lado da pessoa que amo.
Meu celular toca, sorrio em ouvir o toque dela, deixo o Note de lado, e atendo sorrindo.
- Oi minha Linda.
- Oi meu Lindo, daqui a pouco vou embora.
- Que bom, - olho no relógio e vejo que são quase duas da manhã.- estou com saudades.
- Eu também.- escuto seu riso, penso que nunca mais vou conseguir viver sem ele.- você pede para Ryan vir para cá, daqui a uma hora?
- Claro, amor.- Ryan a deixava no serviço e vinha para casa, não queria que ela se sentisse constrangida em ter alguém a vigiando.- ele chega daqui a pouco aí.
- Obrigada, beijos.
- Beijos amor.
Desligo e tenho uma ideia, no dia seguinte minha agenda estaria livre, já estava pretendo passar o dia com ela, então porque não fazer uma surpresa a ela?
Ligo para Ryan, já indo para o closet, me trocar, dizendo que vou com ele.
Saio do closet e vejo que está caindo uma chuva forte, penso no pavor dela, droga, tenho medo que ela tenha um ataque de pânico, decido ir mais cedo do que o combinado, nem que seja para espera-la no carro.
Pego o elevador e me encontro com Ryan no estacionamento, seguimos para o restaurante, ao sair do estacionamento, vejo que a chuva cai mais forte ainda.
O restaurante fica a alguns minutos dali, pouco mais que vinte minutos de carro, torço para que a chuva melhore um pouco, assim, fica mais difícil ela entrar em pânico. Vejo que o transito está difícil, sinto a tensão de Ryan, que consulta algo em seu celular, enquanto o carro está parado, ele faz uma careta.
- Algo errado, Ryan?
- Sim, a chuva está afetando a rede elétrica, a maior parte dos semáforos, estão parados, o trânsito está um caos.
- Droga.- falo suspirando fundo.
- Pode ser que demore muito a chegar até o trabalho de Srta Steele.
Tento manter a calma, penso que se demorar a chegar, ela pode ter uma crise, isso me deixa em desespero, olho mais uma vez para fora do quarto, vejo que a chuva está cada vez mais forte, e o trânsito todo parado. Tenho uma ideia.
