- Anastásia, esse é o Sr Grey, estamos apresentando a Ala Oncológica para ele.- Sra Miller fala, e Ana arregala ainda mais os olhos, eu estreito os meus, chega de farsa.
- Já nos conhecemos não é Srta Steele?- faço questão de demonstrar todo o desprezo em minha voz.
- Sim, olá Christian.- ela fala com a voz controlada, ainda abraçada a filha, filha! Só aí percebo, ou tenho um palpite, Steph é minha filha! Porra! E ela está doente!
- Oi.- respondo atônito, agora a raiva se dissipa, meu pensamento é querer saber de tudo, que ela me explique tudo, principalmente que ela confirme minhas suspeitas. Caminho até ela, me abaixo de novo, acaricio o rosto de Steph, meu coração se acelera, olho para Ana, está em lágrimas, porra vou ter um infarto.- porque?- pergunto sem me importar com a emoção que transparece em minha voz e em meus olhos, ela suspira fundo, e se abaixa ao lado da filha, a faz olhar para ela e a beija no rosto.
- Mami, precisa conversar com o moço, você promete ficar boazinha com a Tia Lóris?
- Sim, Mami.- ela acaricia o rosto de Ana com as mãozinhas frágeis, olha para mim e sorri, sorrio também, porra não resisto, seguro seu rosto e lhe dou um beijo em sua bochecha, demoro um pouco, uma emoção atravessa meu peito, algo parecido como voltar para casa.
- Já voltamos.- sussurro olhando para ela e me levantando, balanço a cabeça, preciso me controlar.
Sem olhar para mais ninguém, somente para Ana, saio da sala, respiro fundo no corredor.
- Podemos conversar na minha sala, é no fim do corredor.- ela fala já indo em direção a sala, sinto que está se contendo, eu a sigo calado, mas acho difícil me conter, continuo suspirando fundo, sinceramente estou com medo de passar mal. Entra em uma sala, vejo que é pequena, mas muito bem organizada e limpa, entro atrás dela e fecho a porta, ela para próximo a uma janela, e se vira para mim, seu olhar é de medo, sabe que estou puto da vida com ela, mas no momento, quero saber é de Steph, o que ela tem e o que está sendo feito para ela se curar.
- Ela é minha filha?- vou direto ao assunto, ela faz que sim. Abaixo a cabeça, tenho vontade de chorar, mas me seguro.- o que ela tem?- falo levantando a cabeça, tenho medo de sua resposta, mas preciso saber, preciso agir, mover os céus, mas ela terá o melhor tratamento possível.
- Começou quando ela completou três anos, eu a deixava na creche e ela sempre voltava para casa com manchas roxas, questionei as funcionárias, mas elas se isentavam, um dia a coordenadora me chamou, achando estranho ela cair muito e parecer não ter forças para segurar os brinquedos, fora que sempre estava chorando, dizendo que estava com dor no corpo, como já trabalhava aqui, conversei com meu superior, ele me indicou um pediatra e depois de vários exames, descobriram que ela estava com Leucemia.- sua ultima palavra é um sussurro, e cai com uma bomba em mim. Nunca pensei em ter filhos, e de repente descubro que tenho uma filha de quatro anos, e ainda por cima com uma doença tão terrível como essa.
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50 Tons- Sempre Fui Sua
Fanfic"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...