Sinto tanta dor nas costas, meu braço queima, sono, sinto sono, mas uma vontade incontrolável de fazer xixi, preciso me aliviar.
- Quero ir ao banheiro.- sussurro, mal ouvindo minha voz.
- A Srta Está com uma sonda, pode fazer.- escuto uma voz feminina ao meu lado, tento abrir os olhos, estão tão pesados.-pode fazer.- sinto massagem em meu ventre, não me seguro, ah que alivio.
- Ela acordou?- escuto sua voz, me lembro das palavras duras, das cobranças, dos julgamentos.
- Tira ele daqui.- murmuro.- por favor...-acho que choro, pois sinto meu rosto molhado.
- Calma, tudo vai ficar bem.- a voz feminina fala, sinto que continuo chorando, agora escuto meu soluço, me lembro do tiro, sei que perdi meus filhos por culpa dele, da família dele, perdi a chance de salvar Steph.- melhor o senhor sair, vamos ministrar um sedativo a ela.
- Preciso me explicar...- a voz dele é triste, desesperada, se pudesse, gritaria, não me interessa a dor dele, a minha dor foi ignorada, então para mim não me interessa a dele.
- É melhor sair senhor, ela está se agitando não é bom para ela.
Uma dor atravessa minhas costas, meu pulmão arde, queima, respiro fundo, onde foi o ar?
- Afastem-se!- escuto uma voz masculina, agora, gritar ao meu lado.
- Ela não pode morrer...- escuto seu desespero de novo, me sinto ser jogada ao alto e cair de novo na cama, uma, duas, três vezes, me sinto lançada ao fundo, ao frio.- não Ana!- é a ultima coisa que escuto.
Sinto um carinho tão gostoso em meus cabelos, aspiro seu perfume, perfume de casa, de mãe. Mãe, penso em quanto tempo não a vejo, meu peito se comprime de saudades dela, acho que estou com tanta saudade que estou sonhando com ela. Lembro-me da falta que ela me fez nos momentos mais importantes e difíceis de minha vida. Na vez que me entreguei a Christian, queria ter a minha mãe comigo, para contar a ela, como me senti, como toda garota faz com sua mãe. Quando descobri que estava gravida, quando Steph nasceu, quando descobri que ela estava doente, nas vezes que chorei e rezei sozinha para ela melhorar de cada crise.
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50 Tons- Sempre Fui Sua
Fanfiction"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...