Olho para o relógio nervosa, a consulta era para ser as dez da manhã, o médico se atrasou e já são quase onze horas e nada dele aparecer.
Minha mãe aperta minha mão sorrindo, confiante, retribuo o sorriso. Penso que foi sempre assim, a vida toda, desde pequena, depois meu pai apareceu, e também me ajudou, me segurou em seus braços, me protegeu de tudo e sei que se dependesse dele, eu nunca teria tido a doença que assombrou os meus primeiros anos de infância.
Apesar de não me lembrar de muito, lembro-me do cuidado que eles tinham comigo, para não me resfriar, para não ficar doente, com medo de eu ter uma recaída, com medo da minha doença voltar, foram anos difíceis, mas graças a minha família, meus pais, minhas avós e tias e meu irmão, que apesar de mais novo, parecia entender todo o cuidado que tinham comigo, então superei tudo.
Olho o relógio novamente, agora quem segura minha mão é Greg, acabo sorrindo doce para ele.
- Calma amor, daqui a pouco Dr Silvayn chega.
- É bom mesmo, senão suas filhas vão nascer aqui no corredor.- falo tentando parecer naturalidade, mas estou uma pilha de nervos.
Minha mãe solta uma risada, a risada que gosto tanto de ouvir desde pequena, olho para ela e acabo rindo também.
- Isso foi a torcida do seu pai, que ficou preso em Nova Iorque, ele queria tanto estar aqui, estou vendo que vai dar tempo.- minha mãe fala, sorrindo e suspirando, sei que está morta de saudades dele. Foi assim desde que eles decidiram ficar juntos de verdade, viviam grudados, se abraçando, se beijando, aperto um pouco a mão de Greg, penso o quanto ele é parecido com meu pai, e a vida que vivemos é como a deles, me sinto realizada com isso, e agora muito mais com a chegada de minhas meninas.
E falando no meu pai, o vejo vindo apressado pelo corredor do hospital, rebocando Teddy, acho graça disso, meu irmão é a cara de meu pai, a mesma altura, olhos, até a força que emana do meu pai, ele possui, tenho orgulho de ter esses dois homens na minha vida, do mesmo modo que tenho orgulho de ter Greg como marido.
Minha mãe se levanta e vai encontrar os dois no corredor, primeiro beija Teddy, que se abaixa para receber o beijo, depois é envolvida pelos braços de meu pai, que beija sua testa, acho graça do modo que minha mãe fica ao lado dele, a fortaleza que ela é, se desmancha quando está ao lado dele.
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50 Tons- Sempre Fui Sua
Fanfiction"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...