"O tempo não apaga as marcas,alguma coisa dentro de nós as faz parar de doer, aos poucos nos acostumamos com a dor, em noites frias rostos estranhos perturbam e violentam nosso sono, sei que marcas são só marcas, mas as vezes a ferida se abre e não...
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Steph demorou alguns dias para melhorar do resfriado e ter liberada as visitas novamente, mas estava um pouco debilitada, então mesmo liberadas, as visitas eram limitadas, eu e Ana não podíamos ficar tanto tempo com ela no quarto, e Alanis era sua companheira constante.
Ana estava se segurando, eu sei, muitas vezes quando saia do quarto, ouvia seu suspiro, nesses momentos, não tinha como não passar meus braços em redor de seus ombros e lhe dar força. Eu mesmo procurava força nesse gesto.
- Ela nunca demorou tanto assim a se restabelecer de uma gripe.- Ana fala, assim que saímos do quarto de Steph.
- Ela está bem cuidada, pense nisso.- coloco a mão no seu cotovelo, a dirigindo pelo corredor, sentido ao consultório da médica, onde ela fará um ultrason para saber se a gravidez desenvolveu.
Ela para de andar e me olha:
- Obrigada por toda a força que está me dando nesses dias, acho que se não fosse você, me sentiria perdida.
Suspiro tão forte, ela prende a respiração.
- Estou fazendo o meu papel de pai, apenas isso.
- Obrigada, mesmo assim.
- Ok, vamos, a médica está nos esperando.
Continuamos a andar, e chegamos à ala, onde Dra Reynolds já está nos aguardando na sala dela.
-Bom dia, Sr Grey e Srta Steele.- Eu e Ana respondemos, nos sentando em frente a mesa da médica.- como a senhorita passou depois da inseminação?
- Passei bem, tentei descansar, mas minha filha não está muito bem, isso vem me preocupando.
- Isso não é bom, toda gravidez recente corre risco e vocês estão correndo contra o tempo, então, quanto mais a senhorita manter a calma é melhor para vocês.
- Eu sei.- Ana fala e sei que ela está se segurando de novo, passo meu braço por sobre seus ombros.
- Vamos fazer o ultra? Dependendo do resultado, passo os exames necessários.- Ela se levanta e nos levantamos também.- pode ir por ali.- fala mostrando uma porta para Ana.- o senhor quer assistir? – fico em duvida, Ana olha para mim e seu olhar é um pedido silencioso, faço que sim.- então vamos.
Ana vai à frente, eu e a médica a seguimos.
Uma enfermeira ajuda Ana a se deitar em uma maca, fico ao lado dela, ela suspira entrecortado, parece nervosa.
A médica começa a fazer o exame, juro que estou nervoso.
- Bom, mesmo de apenas vinte dias, dá pra ver nitidamente os fetos, são dois, os embriões que implantamos estão se desenvolvendo e bem.
- Meu Deus.- Ana murmura, sua voz é tão fraca, meu mundo parece que parou e voltou a girar. Vou ser pai e de gêmeos, é muita felicidade, não é só por Steph, mas porque vou ser pai! Vou ter a chance de ver meus filhos nascerem e crescerem, viver cada estágio, cada dia de suas vidas. Olho para Ana, ela está em lágrimas, merda, que toda magoa vá para o espaço, me abaixo e beijo seu rosto banhado pelas lágrimas.
