Capítulo 8 - "Me beija!"

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Mil perdoes pela demora, espero que gostem!

Ana entrou com suas coisas em casa e deu de cara com Augusto que a encarava com ódio nos olhos e ela suspirou sabendo que teria problemas. Augusto a olhava de cima a baixo tinha tanto desejo por aquela mulher que queria ela em sua cama de todo jeito, mas já não era possível com sua invalidez.

- Aonde estava? – se aproximou mais com a cadeira.

- Olha, eu não tenho que te dar satisfação de onde vou ou deixo de ir! Porque você não vai comer a sua empregadinha e me deixa em paz? – ela caminhou para subir as escadas.

Augusto se enfureceu e a pegou pelo braço e tudo que ela tinha nas mãos caiu no chão, ele a pegou com tanta força torcendo seu braço que ela ajoelhou frente a ela sem poder gritar ou a filha veria aquela cena.

- Está doendo? – torceu mais e viu os olhos dela encher de lagrimas. – Vai doer ainda mais se não me dizer aonde esteve, ou melhor, quem é o corajoso que está te comendo por aí nas madrugadas?

Ana sentiu tanta dor que seus olhos choraram e ela sentiu ódio por estar presa a aquele maldito.

- Me larga! Me larga ou eu vou gritar! – ele riu.

- Você é petulante mais eu vou te ensinar que a mim, você não vai tratar como quer! – e ele torceu mais o braço dela e um golpe só destroncou e ela gritou de dor chorando e ele a soltou. – Eu quero saber onde foi!

Ana o olhou chorando e com ódio segurou seu braço e com o pouco de força que lhe restava ela foi até ele e com o braço dele sentou dois tapas em sua face e o jogou da cadeira.

- Desgraçado! – ela pegou sua bolsa largando tudo que tinha em mãos e subiu para o quarto. – Maldito... – a outra mão dela tremia e ela sabia que precisava de um medico mais como iria dirigir aquela hora? Não tinha como e com um pedaço de pano ela amarrou seu braço e foi para o banho.

Ana chorou sentido o velho estava ficando ainda mais perigoso, mas isso não era novidade para ela mais sim saber que ela permitia todos aqueles maus-tratos por anos a destruía ainda mais. Que tipo de mulher vive um inferno como aquele e se deixa maltratar por medo dos filhos? Ana não sabia como sair daquela casa, não sabia e não era por ela e sim por sua filha que tinha o pai em um pedestal e ela não sabia como ir contra os sentimentos da filha.

Amava tanto aquela menina que não sabia nem como se portar e seguia sendo maltratada por ele, tinha tanto nojo dele e de si mesma por permitir que ele a maltratasse que as lagrimas vinham como cacos saindo de seus olhos e ela se perguntava o porque chorar se era ela mesma quem permitia todas aqueles abusos e não tomava a frente, não tomava as rédeas de sua própria vida.

Ana ficou ali meditando sobre todos aqueles anos em que sofria e chorou, chorou muito de decepção ate que Pedro inundou seus pensamentos e ela mais uma vez se perguntou porque aceitou aquela aposta e se deixou beijar e com toda aquela paixão e ela fechou os olhos e recordou os lábios dele nos dela e o podia sentir ali novamente, ela tocou os seus e sorriu o homem era um safado mais beijava maravilhosamente bem.

Ana sabia que era errado se deixar levar e espantou aqueles pensamentos e saiu do banho, se secou com certa dificuldade e vestiu uma camisola e foi para cama e em sua mente ecoou as palavras de Pedro... "Eu gosto de você Ana e não é pelo fato de você ter uma mão pesada ou por ter uma esquerda que deixa hematomas!"

- Maluco! – ela sorriu e se cobriu com cuidado no dia seguinte queria que ir ao médico.

[...]

NO DIA SEGUINTE...

Ana despertou as sete da manhã o braço doía mais que na noite anterior e ela gemeu sofrida já com lagrimas nos olhos, mas mesmo assim levantou fez sua higiene e depois de se vestir com mais dificuldade ela desceu querendo sair logo de casa, mas se deparou com Augusto e Maria Flor a esperando.

- Bom dia! – ela falou sem humor segurando o braço.

- Bom dia! – Maria a beijou. – O que aconteceu com a senhora?

- É o que aconteceu com você meu amor? – Augusto foi cínico querendo saber o que ela diria.

- Quer mesmo saber "meu amor"? – ela falou com deboche e ele tirou o sorriso do rosto.

- O que está acontecendo com vocês dois? E o que aconteceu com seu braço? – ela olhava os pais.

- Filha, eu cai ontem a noite e preciso ir ao hospital, então tome café com seu pai e nos vemos mais tarde na associação! – Ana beijou sua filha e saiu de casa apressada.

O motorista a levou direto para o hospital e quando chegou foi examinada e teve que colocar uma tala no braço. Ana amaldiçoou tanto Augusto que saiu do hospital o praguejando e foi ate uma cafeteria tinha fome e sentou para comer perdida em seus pensamentos querendo pelo menos uma pessoa para conversar naquele segundo em que ela estava a ponto de chorar.

Era um fardo difícil demais de carregar e quando ela percebeu que o choro era inevitável, ela pagou a conta e saiu da cafeteria e andou depressa para a praça da cidade que as nove da manhã estava ainda vazia, ela sentou em um banco e através de seus óculos escuros ela chorou silenciosa para não chamar atenção de ninguém.

Pedro que já andava pela cidade resolvendo seus negócios parou frente a praça e desligou o carro pegando seu telefone que tocava, ele atendeu e falou com alguns de seus fornecedores por quase trinta minutos e quando desligou outra chamada entrou e agora em sua tela piscava o nome "Lisa" ele bufou não queria atender e quando colocou no ouvido a porta de seu carro bateu fechando e ele olhou para o lado e não acreditou em que seus olhos viram.

- Dirigi! – tomou o celular dele e desligou. – Anda dirigi! – falou ao perceber que ele apenas a olhava.

Pedro depois de alguns segundos voltou a si e ligou o carro e saiu dirigindo ate que quando parava em uma estrada de chão parou e desligou o carro e virou a olhando.

- Isso é um sequestro? – ele riu olhando para ela.

Ana o olhou de volta e o analisou por vinte segundos e tirou seus óculos com certeza ele perceberia que ela tinha chorado e ele definitivamente havia percebido.

- O que... – ela não o deixou terminar e falou.

- Me beija...

- O que? – ele falou espantado.

- Você não me disse que só ia me beijar se eu pedisse? Então eu quero que me beije!

DOMANDO OS CORAÇÕESOnde histórias criam vida. Descubra agora