fake dating • justin bieber (HIATUS)

13|best intentions|

                                Justin

- Tem certeza de que não quer ir, dude? - Austin pergunta pela milésima vez hoje.

- Tenho, cara. - respondo. - Não tô no clima pra um festival desses agora, e eu também aproveito pra ficar de olho na Mel.

- Você é quem sabe. - se rende. - Tenta tirar ela daquele quarto, tá legal?

- Sim senhor. - bato continência, ele ri e sai da sala, se dirigindo a saída, onde todos já o esperavam.

Um festival de música eletrônica é o último lugar em que eu quero estar agora, certamente eu acabaria com o bom humor de todos os meus amigos.

Mel convenceu todos eles a irem, porque basicamente a única coisa que fazemos agora, é tentar animá-la. Ela até tentou me convencer a ir, mas teimosia é o meu forte e ela sabe bem disso.

Tudo o que eu quero agora, é dirigir sem rumo por aí. Eu faço isso várias vezes quando tenho tempo, é bom, pois ficar sozinho é uma das coisas que eu menos faço. Mas agora eu não iria sozinho, é claro que não, eu tinha de tirar Mel do quarto, e se ela não quisesse sair comigo, nós faríamos o que ela quisesse. Até me surpreendo por essa frase não ter um pingo de malicia.

Subi as escadas e fui até seu quarto rezando pra ela não estar chorando. É horrível vê-la chorar, ver qualquer pessoa chorar é ruim, mas ver a Mel, especificamente, é pior, não sei explicar bem o porquê.

Bati na porta e esperei ela responder, o que não aconteceu.

- Mel? - sem resposta. - É o Justin. 

Boa garoto, agora é que ela não abre mesmo. 

- Quer fazer alguma coisa? - novamente sem resposta. - Maratonar alguma série, sair, ir comer algo, piscina... qualquer coisa, mas sai daí, por favor. 

Escutei barulho de passos e no mesmo momento Mel abriu a porta. Ela estava acabada. Olhos inchados, cabelo despenteado e pijama todo amassado. 

- Você tá acabada. - disse entrando em seu quarto e me sentando num puff.

- Eu não iria me arrumar só pra abrir a porta pra você, Bieber. Além disso, você já me viu em estado pior. Quando a gente dormia na mesma cama, por exemplo. - diz se sentando na cama.

- Não, Mel, você não é assim acordando, acredite. Parece que você não dormiu a noite toda. - disse.

- É tão visível assim? - riu sarcástica. - A insônia acabou se tornando minha fiel companheira nos últimos dias. - se joga em um monte de travesseiros.

- É, ela se tornou a minha também. - ela me olha estranho. - O que foi?

- Você parece perfeitamente bem pra mim. - diz.

- Isso é porque eu sou lindo a todo momento, até quando não durmo. 

- E iludido também, porque né... - me mede de cima a baixo. 

- O que? Eu assim sou ainda mais lindo, olha, vai dizer que não gosta? 

- Não gosto, e você sabe bem disso. - sorriu. 

- Ah, e é por isso que vai namorar comigo? - sorri provocativo. 

- E quem foi que disse que eu vou namorar com você? Porque, que eu saiba, essas palavras nunca saíram da minha boca. 

- Mas logo elas vão sair. - pisquei. - Okay, o que quer fazer?

- Não sei, só me leva pra longe daqui. 

- Espera. Você quer sair, tipo, comigo?

- Não, com o Ian Somerhalder.

Me aproximo mais dela e ponho minha mão em sua testa, fazendo uma expressão surpresa logo em seguida.

- Tem certeza que não tá doente? -revira os olhos.

- Se você ficar de drama, eu desisto.

- Não está mais aqui quem falou. - levanto as mãos em rendição.

- Antes, quais são suas intenções comigo, sr. Bieber? - semicerra seus olhos para mim.

- Tenho as melhores intenções, eu juro. - rio.

- Okay, vamos logo.

- Você manda, eu obedeço. 

- Só vou tomar um banho, tá bom? - diz, já se direcionando ao banheiro. 

- Okay, te espero lá embaixo. - ela assentiu e fechou a porta do banheiro. 

Desci para a sala e liguei a TV, lembrando que essa hora passava Bob Esponja no discovery kids. Só lembrando uma coisa: pra Bob Esponja não tem idade. 

Comecei a pensar em porquê eu estava fazendo isso pela Melissa. Porque eu bati no Cameron por ela, porque eu a defendi acima de tudo e porque eu me importei tanto.

A maioria das pessoas acham que nós nos odiamos, mas eu não odeio ela. Nem por um segundo eu consigo odiá-la. Gostamos de implicar um com o outro, provocar o outro, isso é tudo. Eu meio que gosto, e acho que no fundo, ela também. É legal ter alguém para provocar, você nunca fica entediado, pelo o menos não enquanto aquela pessoa estiver por perto. Mas eu me importo com a Mel, gosto dela. Afinal, crescemos juntos.

Houve uma época em que eu a tratava muito mal, muito mal mesmo, a época em que eu fazia merda atrás de merda, aquela coisa de implicância acabou saindo do controle e ela se tornou mais uma das pessoas em que eu descontava toda a minha raiva, sem motivo algum. Ela não merecia ser um alvo para mim, mas eu fazia dela um da mesma forma, e me arrependo disso hoje em dia.

Tenho tentado me transformar numa pessoa melhor a cada dia, e isso inclui tratar as pessoas ao meu redor como elas merecem, e Mel merece ser tratada da melhor forma possível. Tento melhorar nossa convivência, e isso veio bem antes de todo aquele drama acontecer, e mesmo agora, eu não sinto necessidade de tratá-la bem, eu faço porque quero, entendo que ela precisa de uma atenção a mais agora, mas se não for algo sincero, de que adianta? 

Ela me odeia, sei disso. E tudo porque eu fui um idiota enquanto ela queria me ajudar a melhorar. Eu geralmente não me importo com a opinião das pessoas sobre mim, apenas com as opiniões das pessoas que eu amo, minha família, minhas fãs e meus amigos. Eu não consigo suportar a ideia de que ela me odeie, mesmo tendo a consciência de que mereço esse sentimento. 

Escuto o barulho de passos vindos da escada e espero ela chegar até mim. 

- Você parece bem concentrado. - diz rindo pelo nariz enquanto para em minha frente. 

(N.A: eu não consegui colocar a foto da roupa dela, mas imaginem: macacão preto curto daqueles de tecido, casaco jeans amarrado na cintura e all star branco.)

- Bob Esponja requer o máximo de concentração possível. - pisco. 

- Eu concordo totalmente. - ela sorri. - Então, pra onde vamos?

- Você verá quando chegarmos. 

- Eu tenho que levar alguma coisa?

- Só a si mesma. - estendo a mão, ela sorri, pegando na mesma.