18|Peace|

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Melissa.

Justin finaliza a ligação e eu continuo o olhando com curiosidade.

- Quem era? - perguntei.

- Meu pai. Ele está na cidade e quer que eu veja ele, mas amanhã faço isso. - no mesmo instante me levantei, preocupada.

- Tem certeza? Você parecia surpreso e preocupado falando com ele, o que houve? Ele está bem? E a Jazz e o Jaxon? - ele me olhou, mas seus olhos não continham o mesmo brilho cotidiano. Deu um sorriso triste.

- Não é nada demais, Mel, sério. - assenti, ainda desconfiada. - O que acha de ficarmos em alguma pousada por aqui? Está ficando tarde para dirigirmos e são seis horas e meia de viagem, amanhã cedo partimos.

- Por mim tudo bem. - dei de ombros.

...

Com os braços de Justin ao meu redor e minha cabeça apoiada em seu ombro, fechei os olhos, atenta aos sons das ondas colidindo e sentindo a brisa fresca bater em meu rosto.

Nós já havíamos nos instalado em um quarto e jantado no restaurante da pousada, agora estávamos em uma área em frente a praia, nela havia várias cadeiras, sofás e redes, e uma chaise redonda, na qual eu e Justin estávamos.

Enquanto observava o mar, senti o olhar de Justin em mim. Automaticamente o sangue subiu para meu rosto, deixando minhas bochechas avermelhadas. Corar por tudo é uma merda.

- Justin? - chamei, ainda encarando o mar.

- Uhm?

- Para de me encarar. - pedi, rindo e virando para o olhar.

Ele não me olhava maliciosamente, mas sim, com carinho. Seu olhar transbordava isso, como se ele quisesse me fazer sentir algo através dele.

- Desculpa. - riu, pouco nervoso.

Nosso silêncio era completamente confortável, mas eu raramente gostava de silêncio. E mesmo com essa vista maravilhosa, eu queria conversar.

- Como você acha que seria se fizessem os Jogos Vorazes se tornarem realidade? - perguntei, o encarando.

- Bom, sei que Los Angeles seria a capital. Os distritos 11 e 12 provavelmente seriam a África e o Brasil...? Algo assim. - ele respondeu.

Eu conversava sobre esses assuntos mais com Matt e Johnson, eles entendiam completamente minhas paranóias e completavam elas. Bom, parece que acabei de achar outra pessoa assim.

- Você sobreviveria, caso fosse sorteado?

- Acho que não. - ele riu. - Você se voluntariaria por alguém?

- Pela Alanna, sim. E você?

- Pelos meninos, todos eles.

- Tem prova de amor maior que essa? - digo rindo.

- Não, não tem. - ele ri. - Mas no caso, você é a Katniss, e eu sou o Peeta. Temos tudo haver com eles.

- Você não é padeiro e não perdeu uma perna, e eu não sei jogar arco e flecha e não sou forte como ela. - eu ri.

- Se tem algo que você é, é forte como ela, tenha certeza disso. - me olhou sério, logo depois voltando ao seu tom descontraído. - Eles tem que fingir estarem apaixonados para poderem sobreviver, assim como nós.

- Para VOCÊ poder sobreviver, certo? - rimos. - Gale seria Shawn, já que ele é meu melhor amigo?

- Não sei, você se imagina beijando o Shawn?

- Ele é praticamente um deus grego, mas... não. - ri. - Minha amizade com os meninos é daquele tipo em que você não consegue imaginar nada a mais, sabe?

- Ah, então você já imaginou algo comigo? - gargalhou.

- É óbvio, idiota. - revirei os olhos, rindo. - Você foi a primeira pessoa que eu beijei, e eu tinha 11 anos, é claro que fantasiei uma vida com você.

- Uh, é mesmo? E o que você fantasiou? - ele perguntou, com um leve divertimento na voz.

- Que nós namorariamos até os dezesseis, e aí iriamos casar, ter um filho e dez gatos. - ele gargalhou.

- Claro, até porque todos casam quando fazem dezesseis anos. E quem é que tem dez gatos e apenas um filho?

- Eu, oras. Crianças dão muito trabalho, gatos são melhores.

- Nós não podemos ter cachorros? - fez um biquinho.

- Podemos, mas serão cinco gatos e cinco cachorros então. - ele assente. - Ah, e um tubarão!

- Um tubarão, okay. Seu desejo é uma ordem! - gargalhou.

- Daí se alguém me irritar, eu jogo para o Nemo.

- Ele vai se chamar Nemo?

- Sim.

- Okay. As primeiras pessoas que vamos jogar serão Becky e Ariana.

- E Dallas. - completei.

Ele me olhou confuso, pois estávamos evitando esse nome a todo custo. Mas se eu tivesse a oportunidade de fazer com que Cameron sofra, eu o faria sem pensar duas vezes.

- E Dallas. - concordou, balançando a cabeça.

- Você está louco para me perguntar sobre ele, não está?

- Na verdade, não. Sei que se quiser me contar algo, você vai contar. Tudo no seu tempo. - o encarei, surpresa.

- O que tem acontecido com você? Sério, você não é assim!

- Isso é uma reclamação? - deu uma risada fraca.

- De forma alguma. Prefiro você desse jeito.

- Isso é bom. - sorriu, voltando a olhar para o mar.

Me aconcheguei em seu abraço novamente, e lá ficamos. Apenas ouvindo o pedaço de paz ao nosso redor, observando a imensidão azul a nossa frente e agradecidos por ter a companhia um do outro, um cais em meio a esse mar conturbado.

fake dating • justin bieber (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora