O barulho do alarme ensurdecia meus ouvidos, fazendo meu coração explodir contra os meus ouvidos, e a adrenalina percorrer cada osso do meu corpo. Não havia mais volta, não agora, era preciso continuar até o fim.
Fiz a minha melhor cara de assustado, com o intuito de, se alguém olhar a câmera, eu esteja tão assustado quanto deveria em caso de incêndio. Em meu show, eu corri para a porta, na minha melhor imitação e medo. Aos gritos, corri novamente para a salinha onde trabalhava, gritando ainda mais alto ao invadir a sala.
_ FIRE!!!FIRE!!!GET OUT, GET OUT!!! FAST FAST!!!_ Eu dizia, agitando as mãos bem no alto, com um falso medo. Os dois, que já estavam com medo por conta do alarme muito alto, correram sem nem olhar pra trás, me deixando sozinho na sala. Finalmente sozinho, e com a oportunidade perfeita em mãos.
" FOGO, FOGO. SAIAM, SAIAM. RÁPIDO, RÁPIDO"
Mesmo com a satisfação que sentia,mantive o rosto cheio de medo. Percebi que, para que conseguisse pegar a chave em segurança, eu ia precisar que não existisse uma câmera.
Minha sorte, era que os corredores sempre foram cheios de pontos cegos, onde as câmeras não enxergavam e, antes que entendesse o que fazia, arranquei a fiação exposta que todas as câmeras tinham, ouvindo o zumbido baixo que ela emitia ao se apagar e com minha cara de medo se anuviar em um sorriso.
Corri para a bolsa de Dianna, abrindo seus diversos bolsos e vasculhando casa cantinho com meus dedos. Havia um alfinete lá dentro, para o que eu não sei e acabei com um furo no dedo, puxando rápido a mão e vendo uma gotícula de sangue voar pelo ar e cair alguns metros a frente. Chupei o dedo, sem me preocupar muito com isso e continuei a busca.
Consegui encontrar a chave dois minutos depois, no bolso mais funda da bolsa de Dianna. Demorou demais, aqueles minutos eram preciosos para se perder com bobeira. Dariam chance para chegarem e me encontrarem aqui.
Coloquei no meu rosto aquela mascara de medo, atuando para a câmera. As chaves tilintaram levemente nas minhas mãos, enquanto corria para a porta e abria indo pelo corredor para o lado errado, o lado da sala de Mason.
Caminhando rapidinho, eu explodia a fiação das câmeras, indo por seus pontos cegos, e vendo as faíscas saírem como uma enxurrada. Sorri, assim que tive certeza que estava seguro. O plano estava indo bem exceto pelo fato de que o alarme explodia meus ouvidos, embaralhando meus pensamentos.
Testei todas as chaves do molho de chaves, uma por uma, me embananando pra conseguir encaixar na fechadura. Tentei varias, mas elas não giravam, até que comecei a ficar realmente com medo. Não, medo não, receio. Receio de que o plano falhasse a qualquer momento, de que o Mason ou qualquer outro chegasse para me dar um sermão e me obrigar a contar tudo. Mas então, para me acalmar, a chave verde, pequena e cheia de furinhos, girou na fechadura, leve e como um chá de camomila para meus nervos.
_ Obrigada senhor!_ Murmurei em felicidade, agradecendo por aquilo. Abri a porta devagar, olhando lá dentro e entrei trancando a porta.
Parei no meio da sala, olhando se as câmeras estavam viradas pra mim. Ironicamente, uma estava virada para a outra, como se se olhassem de longe. A câmera a minha direita se virava para os arquivos a minha esquerda, e a câmera da esquerda, aos sofás e poltronas e etc que estavam ali desde que cheguei, mas que se agora se encontravam encostados a direita da sala, bem na visão da câmera. No meio da sala, alinhado com a porta, estava a mesa de Mason, prostrada meio tortamente.
Não me importava se as câmeras me vissem ali agora. Daria um jeito de destruir as provas, rouba-las talvez, ou sei lá. A adrenalina fazia eu querer gritar de empolgação, e de medo também.
Abri as gavetas dos arquivos, procurando uma por uma, aquela pasta cinza e vermelha que tirava o meu sono e a minha razão. Nos arquivos ela não estava, e isso me deixou ainda mais apreensivo. Olhei pela janela de vidro que dava para um beco escuro e pouco movimentado da vila, tentando descobrir se eles estavam vindo. A demora a responderem, era ao mesmo tempo, perturbadora e reconfortante. Porém, não havia nada de muito diferente lá fora.
Convencido de que nos arquivos da parede não havia nada, corri para o ultimo lugar em que poderia procurar, a mesa do prefeito. Era minha ultima chance, se aquilo desse errado, eu não sabia o que faria depois.
Usando as chaves, eu abri a primeira gaveta da mesa, encontrando uma caixa de fósforos, uma caderneta e uma porção de canetas velhas e lápis apontados demais.
Comecei a bater o pé no piso, quando abri a segunda gaveta, encontrando dezenas de pastas com folhas amareladas, mas nenhuma a que eu precisava. Um lápis com ponta extremamente fina abriu o buraquinho que o alfinete da bolsa de Dianna tinha feito, fazendo mais uma gota de sangue sair dele e se prender na ponta do lápis. Fechei a gaveta, murmurando pra mim mesmo " Tem que estar aqui, tem que estar aqui...", e me embananando para cocar as chaves na fechadura.
Suspirei, respirando fundo para abrir a gaveta destrancada, o alarme ainda soando alto em volta, como se me dissesse " Ainda há tempo, calma". De uma vez, puxei o puxador da gaveta, de olhos fechados para não ver se tudo desse errado. Meu coração palpitou extremamente forte, quando abri os olhos e vi, não uma, mas si, três pastas cinza e vermelha, na companhia de outras varias pastas amareladas. Das três, duas eram extremamente gordas, e a terceira, estava mais ou menos preenchidas. Eram as pastas de elite.
Então, não existiam apenas uma, e sim três pastas de elite... Daniel comentara uma vez que a equipe era antiga, mas eu não imaginava que teria tudo isso. É claro que as informações que preciso estão na pasta mais fina, mas... Que outras informações valiosas estariam nas outras?!
Meu coração estava calmo, sereno. Eu havia conseguido achar, tinha cumprido o plano... Tudo estava certo, calmo...
Foi aí que reparei que estava quieto demais. O alarme! Ele havia desligado!!! Se antes o alarme dizia que eu tinha tempo, agora, afirmava em meu ouvido, "O tempo acabou, corra". Obedecendo, peguei as três pastas, agarrando como se minha vida dependesse daquilo! Fui rápido ao estourar as fiações das câmeras, mas aquilo não seria o suficiente. Arranquei-as da parede, esmagando com toda a força que tinha, e vendo-as escorrer óleo escuro e pegajoso. Peguei o cartão de memória das duas câmeras, com as imagens da minha estada ali. Coloquei-as dentro do bolso da calça, correndo para a porta. Não daria tempo de xerocar tudo... Precisaria lidar com aquilo.
Parei assim que coloquei as mãos na maçaneta, ouvindo uma movimentação longe no corredor. Eles chegaram... E hoje, sou um homem morto.
Havia apenas um jeito de eu escapar de tudo aquilo. Eu não queria chegar a fazer isso, mas, não tinha escolha agora. Olhei a janela, vendo o beco deserto dez andares abaixo. Arriscado, quase impossível. Mas minha única chance.
Ainda precisava de uma distração. E tinha uma perfeita na gaveta. Ela transformaria minha mentira em verdade, mas tinha pouco tempo para isso.
Abri os arquivos, joguei folhas para o ar e admirei a bagunça necessária na sala. Abri a primeira gaveta da mesa de Mason, tirando a caixa de fósforos e olhando-a um ultimo momento. Acendi um fósforo, observando a chama queimar e suspirando com a loucura que estaria fazendo, colocando a vida de tanta gente em risco.
Mas já havia passado de todos os limites hoje, e mais um não faria diferença.
Ateei fogo a sala, nos papéis, no chão e nos arquivos, vendo a temperatura subir enquanto forçavam a porta.
Estava feito.
Corri para o parapeito da janela, subindo e olhando para o parapeito abaixo. Sem tempo a perder, escorreguei para o parapeito do andar de baixo, escapando no ultimo momento dos olhares de quem quer que tenha explodido a porta e se deparado com o incêndio.
Havia escapado. O plano deu certo. Eu tinha conseguido.
Mas a que preço?
Nosso Nandinho fez uma loucura daquelas gente... O que acham que ele poderia pagar por isso? Coloquem suas opiniões e teorias no comentário, e não se esqueçam daquela estrelinha linda!
Hoje começa nosso mês de férias!!!!!! Iniciando os Caps todos os dias de GCAZ! Até amanhã pessoal!
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Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)
Science FictionLivro 3 da saga apocalipse. A 5 anos, o segundo apocalipse assolou o planeta Terra. Maior, mais forte, mais destrutivo do que nunca esteve. As pessoas moradoras da América, foram as principais desfavorecidas. Climas fáceis para o vírus se espa...