Capítulo 32 - A verdadeira batalha ainda está por vir. (FERNANDO) parte 3

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     Tivemos que explodir aquele lugar...

     Tivemos que fazer isso, foi preciso, mas eu não conseguia parar de pensar no Daniel, em Robert, e em Eloise. Eu, Delanay, Louis e Devon nos encontramos  quando o alarme começou a tocar, e conseguimos sair da base junto com o resto do povo. Mas não achamos Daniel, Eloise ou Robert, e isso me preocupava, muito. Não sabíamos onde eles estavam, isso me dava mesmo.

     Estávamos em meio a floresta, tentando continuar escondidos no meio das arvores e do matagal, e ainda observar a saída e as pessoas correndo em disparada pra fora. Tudo estava extremamente escuro, a noite tinha caído, e tudo o que iluminava aquelas pessoas correndo era a lua e as luzes de suas lanternas.

     _ Onde eles estão, eu não os vi sair! O que será que aconteceu...?_ Murmurei, tentando ficar calmo. Comecei a bater o pé na terra, apreensivo.

     _ Com eles, eu não sei..._ Delanay começou._ Mas eu e Robert conseguimos desligar o sistema de câmeras. Achamos que estava tudo certo, mas então, o alarme e as luzes começaram a tocar, e toda a confusão estava formada! Eu perdi o Robert de vista, e nós acabamos nos separando naquela multidão... Por isso que tudo está acontecendo... Eles tem um sistema contra invasões, não previmos isso...

     _ Ele pode estar MORTO, tem consciência disso?_ Perguntei, os olhos se enchendo com lágrimas, o medo me deixando fraco, dolorido._ E você está pensando em... Prever sistemas!

     _ Calma Nando, você precisa manter a calma, falar baixo._ Louis pediu, segurando meus ombros._ Estamos escondidos aqui, lembra?

     _ Como você me diz pra ficar calmo?_ Bradei, trincando os dentes ao falar._ Não saber onde eles estão, se estão vivos.... Isso não te incomoda, nem um pouquinho?!

     Ela ficou em silêncio, apenas segurando meus ombros e tentando me acalmar por um momento. Até que passos na mata nos tiraram daquele momento legal, me fazendo tremer um pouco.

     _ Não sei eles._ Uma voz disse, parecendo uma assombração vindo do escuro de algumas arvores. Todos nos viramos pra lá, pulando de susto._ Mas saber onde vocês estão, vai nos tirar um grande incomodo.

     Comecei a suar. Ele eram dez guardas, entre homens, mulheres e crianças, todos com  mascaras e metralhadoras armadas e preparadas para explodir nossas mentes. Poderíamos tentar cuidar deles, já tínhamos tentado lutar com um grande número de pessoas... Isso, se Louis não estivesse com três metralhadoras apontadas pra ela, desarmada e presa ao homem da voz.

       _ Não! Não atire nela, por favor!_ Delanay começou, a voz implorando, suplicando. Isso me assustou. Delanay sempre esteve em cima de um pedestal de força, pelo que Daniel me dizia e pelo que eu vi. Mas agora... Vendo Louis em situação extrema de risco, ela parecia ter deixado tudo isso de lado._ Podemos... Podemos negociar, por favor!

     A mulher estava completamente sem noção, agindo por impulsos. Acho que eu e Devon também estávamos no mesmo estado, em choque total, porque não nos opusemos a proposta.

     _ Todos aqui são acusados de serem intrusos, e deveriam morrer por essa acusação._ O homem de mascara, que segurava Louis a prendendo começou._ E essa aqui, será a primeira.

     _ Por favor, não mate ela, eu te imploro!_ Devon entrou na conversa, as lagrimas escorrendo pelas bochechas. Eu, que o conhecia bem, sabia que eram falsas, já que Devon nunca chorava, ainda mais, com tantas lagrimas assim. Mas o que importava, era convencer aquelas pessoas. 

     _ Podemos fazer uma troca! Uma que será bem vantajosa pra vocês!!!_ Delanay pediu, a voz implorando. Os caras pareceram se interessar, voltando seus rostos com mascaras pra ela._ Deixem ela aqui, e me levem no lugar dela!

     _ Não, Delanay, não faz isso, você não precisa fazer isso!_ Louis começou, mas o homem apertou mais a arma contra sua cabeça, e ela silenciou.

     _ Eu sou uma veterana de guerra, sobrevivi a um  apocalipse, a uma guerra... Os três são crianças, mal sabem dar um tiro! Eu seria extremamente mais útil pra vocês do que eles._ Ela praticamente cuspiu as palavras de uma vez só, tremendo um pouco. Suas mãos estavam no ar a sua frente, como se aquilo pudesse impedi-los de estourar a cabeça de Louis se realmente quisessem._ Viva, eu poderia passar informações importantes pra sua equipe, eu poderia ajudar no que quer que precisasse. Por favor, me levem, mas deixem os três vivos!

     _ Você acham mesmo que eu acreditaria em você, assim, de cara?_ O homem disse._ Que garantia temos que está contando a verdade? Exatamente, nenhuma.

     _ Tem minha garantia._ Ela continuou._ Acha mesmo que mentiria quando a vida da minha menina está em risco? Se querem outra garantia, eu posso lhes dar!_ Delanay desceu a manga do uniforme, mostrando algo como uma tatuagem em seu ombro, com o formato de um brasão. Ela colocou dois dedos na tatuagem, e disse._ Eu juro por minhas armas, meu coração e minha vontade de voltar pra casa. Juro por minha nação, meus pais, meus descendestes, meu mestre e meu rei! Juro por tudo o que me manteria no plano terreno, que essas crianças não são uma ameaça!

     Aquilo foi a coisa mais estranha que já ouvi Delanay dizer. Parecia algo como um juramento importante, mas, se era isso, aquela mulher era bem mais perigosa do que eu imaginava. De um escalão bem mais alto também.

     Mas aquilo pareceu bastar para os homens. Três ou quatro baixaram suas armas, extremamente assustados. O que segurava Louis, parece sorrir por baixo da mascara de gás. Ele deu uma violenta coronhada na nuca da menina, que caiu no chão de terra, desmaiada. Eu e Devon demos um grito de susto, mas Delanay não esboçou reação. Provavelmente, sabia que algo assim aconteceria.

     _ Coloque as mãos na cabeça soldado. Seus protegidos ainda estão em perigo. Se ousar nos atacar, eles serão cassados por todo o mundo, e serão mortos, tem a minha palavra quanto a isso._Delanay obedeceu, colocando as mãos atrás da cabeça e andando cuidadosamente até onde antes esteve Louis._ Apesar, deu não achar que sobreviverão muito na floresta. Apaguem eles.

     Algumas das pessoas que estavam ali se adiantaram. Gritei não, sabendo o que aconteceria em seguida. Dois homens ( bem baixinhos na verdade), se adiantaram as nossas costas, coronhando nossa nuca também. Senti uma dor lancinante, e vim ao chão, a mente girando e a visão embaçada. Procurei Delanay com o olhar, vendo que estava algemada, comas duas mãos nas costas. Mas ainda tinha escondido no bolso e entre os dedos, o acionador das bombas. Com um gesto rápido, ela apertou o botãozinho, e uma grande explosão veio ao longe. Ela jogou o dispositivo desapercebidamente na mata.

     Os homens se adiantaram, fugindo das explosões. Ela foi escoltada por três metralhadoras nas costas, nos olhando por cima do ombro. Sua expressão era de medo, mas tinha um força incrível contida. O força que eu precisava.

     A inconsciência me levou, junto com uma promessa.

     Nós já tínhamos completado o que viemos fazer, mas a verdadeira batalha a ser travada, ainda estava por vir.

   Nossa Delanay foi levada! Eu estou mais triste do que vocês, podem acreditar... Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e n se esqueçam de dar aquela ☆ linda!!!

   Cap 14 do mês de festas! Até amanhã!

Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora