Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)

Capítulo 20 - Tratamento de Choque ( DANIEL ) parte 2

     _ Essa, é a sala dos mapas._ Delanay disse, com sua voz transbordando orgulho._ Como Eloise disse, esse é todo o coração do que fazemos, tudo o que equipe de elite conseguiu construir nos anos que estamos nessa vila._ Aparentemente antecipando o que iria perguntar, a mulher continuou._ Todos esses mapas são resultado de anos de missões pelas florestas, e praticamente, mapeamos todo o novo golfo da antiga Europa. Tem estradas, bases descobertas do N.E.I.C.O.G.O.Z e localizações de vilas próximas, que as vezes ajudamos e nos ajudam muito. Também tem alguns relatórios importantes demais para os arquivos,  que se resumem em nomes e localizações do N.E.I.C.O.G.O.Z. Esses são poucos, e o que acreditamos ser bases principais e chancelers dos nossos inimigos. Importantes demais para o risco de vazamento. Se reunisse-mos tudo, e abrisse-mos todos os mapas, seria possível revestir os 3 lados das paredes aparentes do prédio principal.

     _ Mas isso é incrível!!! Completamente inacreditável!!!_ Eu dizia, com um sorriso bobo no rosto.

     _ É tradição trazer os novatos aqui pela primeira vez antes de sua primeira missão._ Louis se pronunciou._ Para que saiba, exatamente onde estão se metendo.

     _ Pra que conheçam nossa história, Louis quis dizer._ Robert a repreendeu, e Louis lançou um gesto obsceno.

     _ Hoje, ficaremos algumas horas armando todo o plano em cima desses mapas. Isso, porque sua primeira missão Daniel, será uma missão de ataque._ Delanay disse, me fitando nos olhos. Algo se remexeu dentro de mim, e o medo me subiu pela garganta, começando a sua frio.

     _ Um ata-ataque? Mas... Eu nunca nem saí daqui com a equipe de elite c-como vou atacar logo na primeira missão!?_ Comecei a gaguejar, ansioso e com mais medo do que nunca estive. Um medo imenso fez eu dar alguns passos pra trás, já completamente suado._ Eu... Eu acho que não tô preparado pra isso.. Por favor... É melhor por... Outra pessoa no meu lugar... Não-Não posso fazer isso!!!

     Eu tava surtando. Simplesmente surtando com aquela noticia, sem entender porque, mas também sem querer ir na missão. Era estranho eu ter aquele comportamento. Era forte, tinha me tornado forte... O que estava dando em mim? O apocalipse me mudou, deixei de ser um garotinho medroso, tive que lidar com a morte da Tia Fabiana, o naufrágio, a perda do resto da minha família... Mas agora... Tudo o que eu conseguia pensar era no medo que sentia, em como estava parecido com o antigo Daniel.

     Balancei meu corpo todo, em um espasmo de medo e receio. A euforia percorreu todos os meus nervos, e eu só podia pensar em ir embora, pensar direito, voltar outro dia. Mesmo sabendo que não podia. Eu murmurava aos prantos "Não posso fazer isso, não posso... Eu juro que esqueço tudo... Só vou embora...".

      Foi um movimento rápido, certeiro, e eu já estava no chão de pedra da sala, com Louis em cima de mim, me imobilizando. Ela segurava uma seringa na mão esquerda, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela enfiou a agulha no meu braço esquerdo. Uma onda de calma me inundou, e um suspiro saiu da minha boca.

     _ Tranque a porta Delanay, por favor._ Louis pediu, seus cabelos de pontas vermelhas caindo epas costas, enquanto dizia. Achei que a veterana de guerra iria protestar, mas ela apenas girou a chave na fechadura, nos trancando lá dentro, e se encostou na porta, cruzando os braços._ Já se acalmou, ou quer continuar estirado aí no chão?_ Assenti com a cabeça, e ela deixou eu me levantar.

     Com o corpo mole, me encostei na mesa em que estava o grande mapa, me preparando pra ouvir o maior sermão do mundo. Mas ao invés disso, Louis se aproximou de mim, me olhando no fundo dos olhos. Então, sem que eu esperasse, ela girou a mão e me deu uma bofetada na cara, fazendo meus olhos se arregalarem de surpresa.

     Então uma segunda bofetada veio, mais forte e mais estalada que a primeira, e a voz semi-gritada da menina feriu meus olhos e meu coração ao falar.