A semana se passou rápido. Contei para Devon sobre Hanna, de como Daniel parecia doido, e obcecado por ela. Tecnicamente, eu estava doido e obcecado pela equipe de elite, tanto quanto ele... Mas aquilo era um tipo diferente de obceção. A dele era mais destrutiva, até pra mim, que coloquei fogo na sala.
Descobrimos o local olhando as pastas, e Devon afirmou já ter feito sua parte com os guardas. Parecia que tudo estava indo bem, e a missão seria amanhã. Parecia, até eu entrar m casa e encontrar o prefeito lá dentro, junto com os dois guardas, Daniel, Clara, Mel, Maylle, tia Lua e Tio Rodrigo, sentados na sala e tomando café.
_Hã... Oi, Nando, o prefeito quer fazer algumas perguntas pra você._ Tia Lua disse, com o sorriso mais forçado que já a vi fazer.
_ Oi, eu... Não to entendendo... Que tipo de perguntas?_ Perguntei, me sentando e tentando ficar calmo, porquê já sabia que viriam alguma hora, precisava bolar um plano, uma história que seja crível pra contar.
_ Perguntas sobre o dia do incêndio. _ Mel jogou na lata, segurando meu braço.
_ Tudo bem, não tenho nada a esconder._ Menti, balançando a cabeça em concordância.
_ O que aconteceu naquele dia?_ Mason perguntou, direto e reto, o olhar firme e irredutível.
Mil coisas passaram pela minha mente pra responder, mas decidi optar não por mentiras completas, mas por meias verdades. Pontos sem razão, seria melhor do que uma história inteira inventada.
_ Eu estava lá em cima, trabalhando, e fui levar as pastas prontas prontas pro arquivo, já que era dia disso. Foi quando o alarme tocou, e eu corri para avisar Dianna e Victor. Aí, peguei minhas coisas importantes e saí da sala._ Até agora, cada palavra era tecnicamente uma verdade, mas isso não continuaria por muito tempo._ Então, vim direto pra cá, pro apartamento.
Mason me encarou por um momento, como se avaliasse a minha história. Meias verdades Nando, meias verdades... Ela passou o olhar pelos dois guardas, e fez que sim com a cabeça.
_ Isso bate com as câmeras, mas quase todas as nossas poucas câmeras foram quebradas, e a sua história não condiz com algumas de nossas provas encontradas. Tem gotas de sangue seu no chão da sala, me explique porque._ Naquele momento, soube que Mason não acreditava muito em mim... Mas isso ainda poderia ser mudado.
_ Piquei o dedo em um alfinete na mesa, e pingou um pouco de sangue, nada demais._ Calma Nando, sem tremer a voz, você precisa ficar calmo. Mas isso estava ficando difícil....
_ Hum..._ Ele resmungou._ Nas cinzas da minha sala, encontra,os madeira de um lápis com sua amostra de sangue. Como explica isso?
_ Provavelmente, furei o dedo no lápis, que sempre estão muito apontados, e Dianna levou pra lá sem querer._ Meu Deus, como aquele mísero lápis poderia ter me dado tanta dor de cabeça mais tarde? Deveria ser meu carma me atacando..._ Só ela tem a chave da sua sala entre nós três, sabe disso prefeito.
Mason não parecia nem um pouco convencido. Ele tomou um gole de seu café, nos fitando em silêncio por um tempo, enquanto a tensão pairava no ar. O prefeito colocou a xícara na mesinha de centro, franziu as sobrancelhas e anunciou:
_ Teremos que leva-lo preso preventivamente._ Meu queixo caiu, e Mel praticamente arfou de medo._ Não quer dizer que não acreditamos em você, mas precisamos investigar tudo isso, culpar alguém, e você atualmente é o maior suspeito.
_ Mas eu sou inocente!_ Menti, aos berros._ Vocês não podem culpar um inocente! Olha pra minha cara, vê se eu realmente seria capaz de algo assim?
Sinceramente, tenho muito medo de mim mesmo, das mentiras que posso contar e de quem posso enganar.
_ Nando, não posso fazer nada por agora, você já é o maior suspeito, precisamos te levar preventivamente. Coopere conosco._ Mason fez sinal para os guardas, que se adiantaram para me algemar.
_ Vocês não podem leva-lo, ele não fez nada!_ Daniel gritou, me defendendo, e quase pedi que ficasse quieto.
_ O que aconteceu com aquela frase " Inocente até que se prove o contrario?"_ Tio Rodrigo reclamou, resistindo e me puxando de volta das mãos do guarda.
_ Você não pode fazer isso, somos a autoridade por aqui!_ Um dos guardas reclamou, sem terminar de prender minha algema. Aproveitei a deixa, e corri pra trás de Tia Lua, me protegendo.
Realmente, eu deveria ganhar o óscar, ou ser preso logo e acabar com essa farsa. E ainda me sentia um tanto mal, das pessoas a minha volta me protegerem. Protegerem o culpado. Protegerem o criminoso.
_ Estamos no meio de um apocalipse, as leis morais e básicas não se aplicam ao mundo em que vivemos agora!_ Mason rebateu, fulminando Tio Rodrigo com o olhar.
_ Mas não é exatamente isso que o S.J.G está tentando fazer nesse mundo?!_ O ruivo deu um passo a frente, ficando bem em frente ao prefeito, os dois da mesma altura se enfrentando._ Proteger as pessoas, a moral e a respeitar a verdade e as leis?! Não estão tentando cuidar para que o mundo continue organizado, justo?
_ Estamos tentando cuidar para que o mundo continue vivo! Porque, se mais incêndios como esse acontecerem, se mais incendiários atacarem, nosso objetivo estará em risco!!!_ Mason fez uma longa pausa, encarando Tio Rodrigo._ E seu menino, Fernando, que está ali se protegendo na barra da saia da sua mulher, é o nosso principal suspeito, a pessoa que será culpada por tudo o que fez, sendo ele o culpado, ou não!
_Você não fará isso._ Daniel anunciou, prostrando-se à minha frente, sua expressão séria e calma.
_ Tenha a certeza disso._ Mel se prostrou ao lado dele, com Clara e Maylle fazendo o mesmo, e Tio Rodrigo recuando um passo em minha direção.
_ Não me façam fazer algo estupido._ Mason ameaçou, fazendo um sinal indefinido com a mão._ Porque, o que eu tenho certeza, é que levarei Fernando, custe o que custar.
Então, os guardas prostraram-se com armas em punho, mostrando que não estavam para brincadeira. Os dois rifles estavam apontados para nós, as ameaças veladas subentendidas no ar. Mesma assim, minha família continuou irredutível, parada, me protegendo.
_ Vocês são corajosos. Ou extremamente burros._ Mason deu um sorriso de canto de boca._ Mas sabe, as coisas são um tanto impostas aqui, você mesmo disse que precisamos manter a ordem e tudo o mais...
Os guardas se aprumaram, os rifles apontados, o dedo no gatilho. Só tive tempo de fechar os olhos antes do barulho do tiro ecoar e o cheiro do sangue me atingir, acompanhado do medo.
_ Pai!_ Ouvi Mel gritar, sua voz estridente.
_ Rodrigo!!!_ Tia Lua veio logo depois.
Vários outros gritos ecoaram, e o cheiro de sangue e medo se instaurando a nossa volta. Abri os olhos, vendo Tio Rodrigo jogado no chão, os dois tiros no peito e o sangue manchando o tapete da sala.
Meu grito veio, o de Daniel e o de Clara também, nos jogando ao lado dele, chorando aos berros.
_ Estamos em guerra, o mundo está em apocalipse. O que são alguns tiros, uma pessoa em meio a um mundo para se salvar não é...?_ Mason se encostou na parede, maliciosamente.
_ CANALHA! CANALHA! COVARDE!!!_ Tia Lua se levantou, de súbito correndo para esmurrar Mason. Ele a segurou facilmente, revirando os olhos._ HIPÓCRITA! CANALHA! DESGRAÇADO!!!
_ Levem o garoto para a cadeia, e o cara para a ala hospitalar._ Os guardas fizeram que sim com a cabeça. Um deles me algemou, de dando uma forte coronhada na cabeça.
Minha mente girou, fazendo tudo ficar embaçado, e os gritos e choros se distanciando até desaparecerem, deixando apenas a escuridão e a culpa, palpáveis no coração do criminoso que eu era.
Tio Rodrigo baleado, por conta do Nando, E DE MASON... As coisas começaram a esquentar nesta coisa! Coloquem suas opinioes e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha que me ajuda demais!
Cap 6 do mês de férias! Até amanhã!
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Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)
Science FictionLivro 3 da saga apocalipse. A 5 anos, o segundo apocalipse assolou o planeta Terra. Maior, mais forte, mais destrutivo do que nunca esteve. As pessoas moradoras da América, foram as principais desfavorecidas. Climas fáceis para o vírus se espa...