Uma nova batalha me esperava.
Já eram tantas vezes que tinha corrido direto para uma batalha, direto para a linha de frente com a arma em mãos. Parecia parte da minha existência fazer isso atualmente, lutar.
O caos instaurado era visível, sem qualquer controle. O N.E.I.C.O.G.O.Z não nos controlava mais, mas nós também não tínhamos conseguido recuperar o controle. Uma faca de dois gumes, sendo que a lamina sempre apontava pelo lado mais fraco.
Nosso trabalho agora, se resumia em não deixar que esse lado fosse o nosso.
Quase tropecei nos pedregulhos desconjuntados no chão, os paralelepípedos, antes sempre arrumados simetricamente, agora quebrados e fora do lugar, como se as balas do tiroteio e do caos, tivessem conseguido arranca-lo do chão.
Corri para o beco mais próximo, a arma roupada de um corpo empunhando nos braços. Mais três pessoas que e não sabia o nome corriam comigo, todas portando uma pistola.
Me joguei atrás de uma casa, exatamente quando ouvi dois tiros passarem zunindo muito perto dos meus ouvidos.. Atirei varias vezes por cima do ombro, sem parar pra ver se os tiros do fuzil tinham atingido alguém.
Os outros três que estavam comigo também se jogaram, caindo amontoados perto de mim. Uma outra pessoa se encaixou, ombro a ombro comigo, os tiros rápidos direcionados de onde ela vinha.
Reconheci os cabelos castanho avermelhados, e uma onda de felicidade passou pelo meu corpo, relaxando cada poro. Me inclinei para beijar Mel, assim que ela virou o rosto sujo de fuligem. Mas quase recebo um tabefe em resposta, sendo empurrado pra longe.
O coração se rachou um pouco, mas, na esperança dela não ter me reconhecido, continuei com o sorrisinho sincero no rosto.
Mas ela já tinha percebido que era eu.
_ Mel..._ Comecei, os sons de mais tiros ao fundo. Ela cortou.
_ Eu sei o que você fez. Não esperava ter que olhar pra sua cara depois daquilo, sinceramente.
Abri a boca pra falar, mas a fechei de novo.
Ela disse a verdade, eu sabia que tinha feito muita merda, e que as minhas ações fizeram com que tudo isso acontecesse, mas encaminharam para isso.
_ Mel, eu posso me retratar, você sabe..._ Tentei começar, mas ela me cortou de novo.
_ Não estou com vontade de ouvir você. Depois que sairmos dessa, talvez dê uma chance de você se explicar, mas antes, precisamos sair vivos daqui.
Concordei. Não conseguia fazer mais nada se não concordar. Ela tinha a voz tão firme, decidida e concreta, que não conseguia retrucar.
Os tiros cortaram o clima de tensão, transformando nossos corpos em massas correndo em velocidade de escape. Apontei o fuzil pro ar, atirando mais algumas vezes, entre os gritos de agonia.
Uma criança passou correndo por mim, e isso pareceu iluminar minha mente. Agarrei o braço dela antes que pudesse ir mais longe, e o menino de roupas claras e cabelo quase raspado me olhou em pânico.
_ Ei, calma, calma!_ Pedi, segurando-o pelos dois braços._ Somos do mesmo time, não se preocupe!
_ Meus pais!_ Gritou._ Preciso achar meus pais!_ Arrancou o braço das minhas mãos e correu, mais rápido do que eu conseguia acompanhar.
As quatro pessoas à minha volta observavam, confusas.
_ Vamos, rápido!_ Gritei, continuando a correr.
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Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)
Science FictionLivro 3 da saga apocalipse. A 5 anos, o segundo apocalipse assolou o planeta Terra. Maior, mais forte, mais destrutivo do que nunca esteve. As pessoas moradoras da América, foram as principais desfavorecidas. Climas fáceis para o vírus se espa...