Capítulo 4 - O lago dos mortos (DANIEL) Parte1

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   Só paramos de correr, quando minhas pernas doeram tanto que eu tive que parar, me ajoelhando na terra. Nos só paramos, quando eu já não reconhecia nenhuma arvore, e nem mais nada em volta.
   _ O QUE FOI AQUILO!!!_ Henrrique deu um grito, que ecoou e foi tão alto, que meus ouvidos zuniram e eu podia jurar que agora uma orda de Zeloides estão vindo nos devorar._ Meu Deus, que ideia horrível entrar naquela casa...
   _ Não foi tão ruim..._ Eu disse, deitado com os braços e as pernas esticados no chao._ Conseguimos comida, e isso é uma otima coisa. E também ficamos sabendo de coisas...
   _ Tipo o que? Eu não diria que descobrir que estão fazendo Zeloides de escravos é uma coisa muito útil._ Tio Rodrigo revirou os olhos, me ajudando a me levantar._ Mas a parte da comida foi importante. Temos o suficiente para dois, três dias no máximo. É suficiente por enquanto.
   Me levantei e encostei a mão na árvore, respirando ofegante. Dei um risinho interno, pensando em como estava patético.
   _ Um pouco de água, por favor._ Pedi, e recebi uma garrafa pela metade da Tia Lua._ Obrigada.
   Abri a garrafa e tomei dois longos goles, deixando bem pouco lá dentro. Foi revigorante.
   _ Vamos continuar andando. Não estou a fim de ver amigos ou conhecidos daquele cara._ Todos concordaram, e voltamos a andar, agora bem mais lentamente.
   Os passos eram lentos, mas os melhores que já dei. Aquela parte da floresta tinha uma energia tão diferente... Melhor que o resto, mas ao mesmo tempo, melancólica. Parecia que havia vida inteligente alí, que os sentimentos fluiam. Algo novo. E pela primeira vez em anos, voltei a sentir aquela fagulha de felicidade, que estava tão bem escondida por baixo da necessidade de sobrevivência. Senti que estávamos no caminho certo, que aquela trilha nos levaria a algum lugar. Foi bem estranho, mas foi exatamente isso que eu senti.
   Andamos pelas trilhas apreensivos, cientes do que estavamos sentindo (a cara da Juliana era como se ela estivesse esperando que pulasse um unicórnio do meio da mata).
   Passaram-se dez minutos caminhando, quando a trilha se dividiu em duas, e uma das trilhas, a menor, dava para um grande lago, com as arvores rodeando.
   _ De onde isso saiu?!_ Tia Marina perguntou, com o rosto completamente incrédulo.
   _ Eu sei lá! Mas acho que eu vou tomar um banho, se for de água doce!_ Melissa disse, correndo para o lago. Ela de agachou na borda e pós a mão dentro da agua do lago. Então, ela voltou voltou mão, e cheirou-a.
   Eu já não estava entendendo mais nada, quando a Mel começou a tirar os casacos, e a blusa.
   _ Ei, ei, ei!!! Será que podíamos parar de tirar a roupa, por favor?!_ Fernando deu um grito agudo, idêntico a uma chaleira, e eu um giro, correndo para perto da Melissa.
   _ Essa água está super quentinha! E é um lago de água doce! Eu vou dar um mergulho!_ Melissa tirou o jeans, ficando de calcinha e sutiã.
   Olhei para o chão, constrangido (coisa de caras, de gêmeos, irmãos, sei lá, mas ela é a namorada nao assumida do meu irmão...), e olhei pra cara do tio Rafael, buscando alguma resposta. Ele me olhou de volta, e ouvimos o barulho de água remexendo.
   Criei coragem e olhei para frente, vendo que a Melissa tinha entrado dentro d'água, e estava com a água até o pescoco, e um sorriso molhado no rosto.
   _ Entra gente! A água está muito boa!_ Ela chamou, balançando os braços.
   Fernando tirou a blusa e a calça, ficando apenas com sua cueca boxe, e as costelas aparecendo na pele. Ele deu um saldo para perto da Mel.
   Yasmim tirou a blusa de lã e o jeans, as meias e as botas de neve ( dois números a mais que o dela), e se jogou na água também.
   Um por um, fomos nos soltando, e entrando naquele lago, com as águas mornas ( que naquela floresta era como uma jacuse de água quente.). Eu fui o penúltimo a entrar, e todos pareciam felizes dentro do lago.
   Coloquei minhas roupas no meio do bolo de roupa que estava perto do lago, e me joguei dentro d'água. Meu corpo relaxou, e eu fiquei de pé dentro d'água.
   Clara se sentou perto do lago, sem os tênis e com as calças levantadas até o joelho. Ela colocou as pernas até o joelho dentro d'água, e parou ali. Eu realmente não esperava que ela fosse entrar, mas achei que, talvez, aquele resquicio de sanidade que vimos naquela cabana, fosse continuar. Pelo visto, não...
   Acho que aquele era o primeiro banho que tomamos desde que o outono começou, o que faz umas 3 semanas... Um banho descente era completamente impossível, então nos contentava-mos com isso.
   Yasmim come ou a nadar para o meio do lago, se afastando um pouco da gente. E o resto estava mais preocupado em se limpar o melhor possível, naquelas águas azuis escuras.
   Um momento depois, ouvi Yasmim dar um grito, e nadar desesperadamente para a borda do lago.
   _ Saíam da agua!!! Saíam da agua!!!!_ Ela gritou, saindo do lago.
   Todos obedecemos assustados, e saímos do lago, ficando na borda com o frio do dia congelando minha pele.
   _ O que foi Min!_ Gabriel correu  até a irmã, só de cueca, e abraçou Yasmim, que tremia (não sei se pelo frio ou pelo que tinha visto na água.
   Coloquei o casaco por cima da pele exposta, e fui até eles, com Fernando e Mel a tiracolo.
   _ Meu Deus do céu! Jesus, Maria e José! Todos os santinhos me ajudem, por favor!_ A garota balbuciou, atônita.
   _ O que foi, o que você viu?!_ Mel a abraçou, chacoalhando um pouquinho Yasmim.
   _ Eu vi um braço! Um braço humano! E uma perna também! Boiando na água!_ Yasmim teve um tremelique, mas continuou._ Eu quase encostei em partes desmembradas do corpo de uma pessoa!!! Arght!!! Me sinto suja!!!
   _ Pernas e braços?! Na água!?_ Falei, surpreso.
   Eu e Fernando fomos para perto da agua, tentando encontrar o que Yasmim descreveu.
   Levei um susto! O lago estava cheio de partes humanas boiando!!! Pernas, braços, troncos, orelhas e até cabecas inteiras flutuando na água! A imagem era perturbadora, e se estendia por todo lado.
   Aquela sensação boa desapareceu, e tudo o que sobrou foi um pressentimento ruim no lugar.
   _ Oh meu Deus.... VAMOS EMBIRA DAQUI!_ Fernando gritou, vestindo suas roupas afobadamente.
   Fiz o mesmo, e outras pessoas vieram olhar o lago, espantados com Yasmin e com o que estavam vendo.
   Todos corremos e nos vestimos rapidamente. Voltamos para a trilha por onde viemos, deixando a quem lugar macabro.
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   Oieee Milhos pra pipica!!!! Td bem?!!!
   Mais um capítulo meio macabro. Esse livro vai ser bem mais assim, triste, depressivo, macabro...
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   Queen pop corn.

Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora