Capítulo 24 - Emily ( DANIEL) parte 2.

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     Eu precisava falar com Nando. Sobre Emily. Ele merecia saber, era irmã dele também.

     Aquilo poderia deixa-lo ainda mais louco e obcecado pela equipe de elite e por sei lá mais o que, mas aquilo era uma coisa que ele merecia saber, que ele precisava saber.

     Conversei um pouco com a Maylle, depois do incêndio, já quando estávamos no Reinald's, e acho que ela ficou mais surpresa do que eu com a noticia de que tenho uma irmã... Acho que isso se dá pelo fato de não ter dito que tinha pai, e por tabela, possíveis irmãos.

     _ Nossa... Então você não é um órfão!_ Ela afirmou, mais feliz do que pensei que estaria com a noticia.

     _ Não, eu sou órfão sim, meu pai morreu a muito tempo pra mim._ A respondi, minha voz carregada com uma mágoa pesada.

     _ Ah, ok, tudo bem._ Ela continuou, um tantinho surpresa._ Mas tem uma irmã, sobre isso está tudo certo, né?

     _ É... Quase tudo._ Comecei, vendo Maylle se debruçar sobre a mesa, curiosa._ Me incomoda ele ter colocado o nome dela de Hanna Emily. É.. É como se esfregasse na nossa cara que ela está morta, e que, o nome dela não vale mais de nada...

     _ Pra mim, mais parece que ele não a esqueceu._ A olhei, franzindo as sobrancelhas._ Ele ficou com uma mulher que é igual a sua mãe, colocou o nome dela na filha... Me parce claro que ele ainda a ama, mesmo que..._ Ela fez uma pausa._ Mesmo que ela não esteja mais assim.

     Concordei com a cabeça, ainda pensativo, e beberiquei meu capuchino, as mãos tremendo um pouco.

     _ Você deve contar pro Nando, tudo isso._ Concordei.

     _ Eu quero contar, mas acho que ele iria surtar, mais do que já está surtado._ Desabafei, balançando a cabeça levemente

     _ Não importa o que vai acontecer, ele merece saber. Afinal, é a irmã dele também, não é?_ Ela segurou minha mão, sorrindo com o canto da boca. Sorri de volta, espremendo os lábios.

     _ É._ Sussurrei, bebendo mais um pouco do meu café._ Vou contar a ele.

     Pedi para Melissa ir procurar ele assim que cheguei em casa. Ela e Clara jogavam cartas na mesa da cozinha, como se estivessem me esperando. A garota sorrio quando pedi que ela fosse, e voltou em dois minutos, como se Nando estivesse no andar de baixo, esperando.

     E eu, realmente não estava preparado para isso. Quando Nando entrou, comecei a suar frio, e minhas mãos pareciam duas gelatinas.

     _ Ei..._ Ele se assustou, dando um passo para trás._ O que está acontecendo? Suas caras não são nada boas...

     _ Nando, senta aqui._ Pedi, acenando da mesa.

     _ Cara, isso está mega estranho...

     _ Vem logo mano, ta tudo bem, eu só preciso te falar um negócio._ Revirei os olho, bufando._ É importante.

     Ele se jogou na cadeira a minha frente, e Clara e Melissa se sentaram também, se entreolhando nervosamente. Respirei fundo, me preparando para tudo aquilo.

     _ Louis, hoje mesmo me contou uma coisa que..._ Comecei, sem saber direito por hoje._ É muito importante, esmo...

     _ O seu suspense está me deixando com medo Daniel, fala logo vai._ Ele me apressou.

     _ OK. Nós temos uma irmã._ Joguei a bomba, vendo o rosto dele se distorcer pouco a pouco.

     _ O QUE?!!_ Nando gritou, os olhos arregalados.

     Então, contei toda a história pra ele. Tudo o que Louis me contou, sem faltar nem por uma só palavra. As expressões de Nando iam mudando dependendo do que eu dizia, mas em boa parte do tempo, ele alternava entre incredulidade e surpresa. Aquilo era algo extremamente importante. E pelo menos, ele não surtou tanto quanto eu achei que surtaria.

     _ Uma irmã..._ Ele refletiu, assim que parei de falar._ Uma irmãzinha... Isso é incrível... Impressionante!!!

     _ O que? O fato do nosso pai ter procriado mais um pouco com outra mulher?_ O respondi, ríspido.

     _ caramba Daniel, não somos animais! Não somos igual cachorros..._ Ele parou, fazendo cara de nojo._ Procriam!

     _ Isso é verdade Daniel, que babaquice!_ Clara reclamou._ Procriar? Isso é nojento de se dizer! Seu pai tem todo o direito.

     _ Ele não é meu pai!_ Cortei, quase com um grito._ E não tem direito a nada!

     _ Ele é seu pai sim!_ Nando rebateu, mais alto do que eu, fazendo eu dar um pulo de susto quando ele bateu as mãos na mesa._ Você querendo ou não, foi dele que viemos, e se quer conseguir ver Hanna...

     _ EMILY! O nome dela é Emily!

     _ Que seja! Se quer conseguir ver Emily... Vai ter que ver o André!_ Fernando deve ter visto que fiquei injuriado, já que continuou._ Ou o que? Achou que não seria preciso? Ela tem 4 anos, no máximo, é claro que está junto dos pais, e não sozinha no mundo!

   _ Ela tem mãe. Provavelmente ele fez com ela o mesmo que fez com a gente, e a abandonou! Ela nem deve saber quem ele é...

     _ Você deve estar contando com isso não é?_ Mandei a merda quem havia inventado a porra da ligação de gêmeos, que, naquele momento, destruía qualquer frio da sanidade mental do meu plano._ Vai ser bem mais fácil sequestrar uma criança de uma mãe que você nem conhece, do que dos braços do seu próprio pai, não é?

     _ Nando!_ Melissa o repreendeu, horrorizada.

     Mas eu fiquei em silêncio. Maldito seja os óvulos que se dividiram em Nando e eu... Maldito seja meu irmão gêmeo, que sempre sabe o que eu estou pensando.

     _ Somos os irmãos dela._ Sussurrei.

     _ E eles são os pais dela._ Nando rebateu, encostando-se na cadeira._ Não vou insensível é claro que quero conhece-la. Mas não vou ser o monstro que vai tirar nossa pequena da família dela, não vou fazer ela passar pelo que nós passamos. Ela vai crescer com pais, como deve ser.

     O silêncio se instaurou na sala, por longos minutos em que ficamos nos encarando, eu e Nando, fitando os olhos claros um do outro, tirando uma batalha de ideologias silenciosa.

     A primeira a sair da mesa foi Clara, que se levantou sem dizer uma só palavra, e caminhou para fora da casa, batendo a porta ao passar. Mel foi em seguida, revirando os olhos e dando tchau para Nando. Ele a olhou, quebrando nossa batalha, e voltou um olhar de nojo pra mim, acompanhando a namorada para fora, e me deixando sozinho, sentado na mesa e de braços cruzados.

     Me levantei, fiz uma xícara gigante de café ( provavelmente a quarta ou quinta hoje), e voltei pra mesa, com olhar contemplativo e as mãos frias envolta da xícara quente.

     Nando tinha razão. Sempre soube disso.

     Mas eu estava foda-se pra isso. Emily viveria conosco, isso eu prometo.

     Antes, eu tinha medo que Nando ficasse louco, quando eu contasse, mas acho, que quem enlouqueceu com isso, fui eu.

   Pode crer Dan! Você enlouqueceu de vez! Mas sequer sabe o que Nando pode fazer com essa informação agora... Decepcionados ou felizes com o Cap? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam daquela estrelinha linda!

   Cap 4 do mês de festas!! Até amanhã!!!

Gêmeos Contra O Apocalipse Zumbi (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora