Capítulo Nove

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"Fuja comigoAlmas perdidas em farraCorrendo selvagem e correndo livreDuas crianças, você e eu"

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"Fuja comigo
Almas perdidas em farra
Correndo selvagem e correndo livre
Duas crianças, você e eu"

Renegades (traduzitda) -X Ambassadors 



[SEM REVISÃO]



Eu meio que desacreditava da capacidade que Maurício possuía de ser absurdo, nas raras vezes em que o era.

O modo como ele me olhava nesse momento por exemplo, era estranhamente irritante e me deixava mais ansiosa que o normal.

-Fala logo, Maurício. Antes que eu perca a paciência. -bufei sentindo uma pontinha de dor no peito.

-É melhor você vir comigo, Isa. -ele tocou em meu cotovelo, guiando-me para fora do cubículo de atendimento.

Nos afastamos da maioria das pessoas do local, acenei para Rafael que passava ao final do corredor e me encostei na porta trancada de uma sala de atendimento. Não havia ninguém passando pelo local que pudesse nos incomodar, era óbvio, pela cara de Maurício, que queria ter uma conversa séria em particular comigo, e mesmo que desconhecesse o motivo, ali estávamos eu e ele. Sozinhos em um corredor mal iluminado do hospital onde minha irmã e meu recém cunhado trabalhavam.

Isso me fazia recordar de quando eu havia sido internada há alguns anos atrás e havia me perdido em um corredor semelhante a esse.

O motivo era bem banal, é até meio ridículo quando narro o episódio hoje em dia. Bem, Fernanda tinha acabado de se tornar residente na época e eu, bom, eu havia entrado na faculdade, era só mais uma caloura em meio ao mar de estudantes.

Como é de se imaginar, eu era e ainda sou, um ser humano naturalmente agitado e ansioso, com tendências a surtos quando não tenho o controle da situação ao meu redor. E foi isso que aconteceu comigo logo nas primeiras semanas de aula.

O primeiro trabalho em grupo havia sido designado por nossa professora há uma semana e meia atrás e, infelizmente o dia da apresentação chegou da noite para o dia sem que eu e meus colegas de grupo pudéssemos perceber. E eu estava mais do que​ nervosa, andava agitada de um lado para o outro pelo corredor da faculdade minutos antes de entrar em sala de aula e apresentar o bendito trabalho. 

Só que nada saiu como o planejado no final das contas. Minha agitação era tão grande que ao invés de roer as unhas, eu praticamente destruía a tampa da caneta que mastigava em minha boca. E como esperado, se algo ruim tivesse de acontecer comigo, certamente aconteceria... e aconteceu.

Eu acabei aspirando acidentalmente a maldita tampa, ainda me lembro como se fosse ontem, o formato comum da tampa azul da Bic que eu usava para prender meus cabelos em um coque no alto da cabeça.

Transgressores -Os Bertottis #3 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora