Capítulo Três

2.4K 234 38
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


"Existem verdades que a gente só pode dizer depois de ter conquistado o direito de dizê-las."- Jean Cocteau  






Droga.

Porque eu sempre tenho que fazer merda na vida? Porque?

Essa noite foi de longe o que eu esperava que fosse. Sei que deveria estar contente com a felicidade da minha melhor amiga, mas um gosto amargo invade meu paladar toda vez que relembro as palavras que ouvi vindas daquela boca.

Confesso que mereço cada segundo de dor e sofrimento, cada palavra que me atingira como golpe, o tratamento frio como as calotas polares, eu merecia tudo isso.... mas nem por isso deixou de doer.

Contudo não devo continuar me lamentando, eu provoquei essa situação em que vivemos, então só me resta aceitar.

Jogo o terno do smoking sobre a cama e me sento retirando os sapatos.

Você perdeu o direito de se importar a muito tempo, Ferraz. -ela dissera uma vez.

E o pior foi constatar a verdade que foi escancarada em minha cara quando ela terminou aquela conversa, a última que tivemos, com a sentença que destruiu-me por completo.

Você partiu meu coração no dia em que me abri para você, no dia em que eu mais precisei. Mas não tem problema não. -ela enxugou com violência uma lágrima que escorria.  -Não precisa se preocupar com a garotinha aqui. Sabe por que? Ela não existe mais, e o mais importante, também deixou de te amar nesse exato momento.

Fecho os olhos e me deixo cair sobre o colchão da cama king size. Eu não gostava de me lembrar dessas coisas, fazia tanto tempo.... mais precisamente há dois anos atrás.

Termino de me despir e me jogo debaixo dos lençóis. Não demora muito e logo o sono vem. Em algum momento entre um sonho ou pesadelo, tenho a sensação de ouvir um celular tocando. E cada vez o som ia ficando mais alto até que salto da cama e me deparo com uma luz vindo do travesseiro ao meu lado.

Meu celular.

Franzi o cenho enquanto meus olhos machucados pela luminosidade tentavam focar na parte escrita. Deslizei o dedo pela tela do aparelho atendendo a ligação.

-Alô? Quem tá falando? -perguntei ainda grogue.

A pessoa respondeu e eu imediatamente fiquei alerta.

-Pai? Por que está me ligando a essa hora? São... -conferi no relógio. - três e dezessete da manhã.  -resmunguei.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos o que acabou por me deixar mais nervoso.

Transgressores -Os Bertottis #3 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora