Capítulo Vinte e Três

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"Lenços usados, problemas com confiança
Copos na pia, eles não te consertaram
Travesseiros solitários na cama de um estranho
Pequenas vozes em minha cabeça
Segredos mantidos, pare o sangramento
Perdi um pouco de peso porque não estava comendo
Todas as almas que eu não consigo ouvir
Para ser honesta

Te amar foi juvenil, selvagem e livre
Te amar foi legal, quente e doce
Te amar foi luz do sol, foi estar sã e salva
Um lugar seguro para baixar minha guarda
Mas te amar teve consequências

Hesitação, conversas constrangedoras
Convivendo com a expectativa baixa
Cada sinal que estive ignorando
Estou pagando
"'

Consequences - Camila Cabello

Consequences - Camila Cabello

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Estou desnorteada e não faço a mínima ideia de onde me encontro no momento. Meus braços e pernas estão amarrados com algo que acredito serem cordas. Minhas faculdades mentais ainda não estão plenamente cem por cento em atividade, me sinto entorpecida, um tanto grogue, mas imagino que estou em um veículo neste instante. O movimento e os sons do trânsito me dão a quase certeza de estar na estrada. Há somente o silêncio em um primeiro momento, mas em seguida, aos poucos com a audição se adequando melhor ao ambiente, consigo ouvir murmúrios inteligíveis e alguns soluços abafados. Eu não estou sozinha. Por mais que esteja vendada e não possa enxergar a minha volta, sei que há mais alguém aqui e não por vontade própria assim com eu. 

Tudo em que consigo pensar é, que droga estava acontecendo comigo? Pois isso não aparentava em nada ser coisa da Tríade, porque se assim o fosse, eles já teriam me matado imediatamente, certo? Como queima de arquivo. Mas a situação ao que parece não é essa, eu estava... sendo sequestrada? Como se minha vida já não estivesse complicada o suficiente e não bastasse ter que viver fugindo para sobreviver, agora eu estava imersa em mais um problema, um pesadelo do qual eu provavelmente não poderia escapar a menos que houvesse uma intervenção divina.

Sinto quando o carro ou van, seja lá o que for, para e passos pesados descem do mesmo. Em seguida o barulho de uma porta de correr soa próximo de meus ouvidos e mãos, que sem delicadeza ou cuidado algum, seguram-me pelos ombros como garras de um animal grande e feroz, me puxam em direção ao seu dono. Minhas pernas caem para fora e batem violentamente no chão, fazendo com que eu sinta uma dor fina e aguda percorrer meus ossos desde a altura dos joelhos até os tornozelos devido o impacto.  

-Mais cuidado aí, homem. Não queremos carga danificada ou nada de acordo. -uma voz masculina grita a reprimenda em espanhol, mas eu entendo tudo.

Carga? Por acaso o estúpido que que gritara estava se referindo a mim? Isso não poderia ser o que eu estava pensado... ou poderia? Um frio me percorre a espinha e eu estremeço mediante a possibilidade. A pessoa que me carrega como um saco de areia para algum lugar, mais quente e abafado, pela mudança de ar percebo, me sacode com violência e continua a caminhar enquanto permaneço imóvel temendo a reação que possa ter caso eu faça algo.

Transgressores -Os Bertottis #3 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora