Transgressores -Os Bertottis #3 [Completo]

Capítulo Vinte e Nove

"Isso é tudo o que temos, uma vida curta?
Me diga que temos tempo
Eu vi um mundo sem você lá
De alguma forma, você era meu

E não, por favor, não vá
Por favor, não vá e me deixe sozinha

Não quero dar meu coração para alguém novo
Não terá ninguém depois de você
E mesmo que um dia nosso tempo acabe
Não terá ninguém depois de você, depois de você
Eu nunca vou encontrar outro amante depois de você

Se você tem que ir, seja meu fantasma
Espero que você assombre meus sonhos
Pra que eu não fique sozinha, porque eu desistiria da esperança
Se você não estivesse lá por mim"

After You (Traduzida) -Meghan Trainor

Chego ao quarto do hotel simples e barato em estávamos hospedados e a primeira coisa que faço é tomar um comprimido para dor. Como já tinha jantado no restaurante durante o intervalo, cortesia de Carmem, tenho apenas que tomar um banho e fazer minha higiene pessoal antes de me deitar para dormir. Estou exausta, contudo feliz. Por isso acredito que terei uma boa noite de sono.

Com cuidado faço praticamente um malabarismo ao proteger meu braço engessado com um plástico e me enfio debaixo do chuveiro que jorra uma água quentinha e gostosa que me faz relaxar instantaneamente. Mantenho os cabelos presos para não molha-los, me ensaboo e enxaguo a espuma em questão de poucos minutos sem muita dificuldade. Ao final visto um roupão felpudo e fofinho, e me jogo na cama a espera de Maurício que deve chegar a qualquer instante.

Os minutos passam lentamente e logo se transformam em horas e nada de Maurício chegar. Isso me deixa cada vez mais preocupada. O que será que deve ter acontecido com esse homem? Estou de cabelos em pé andando de um lado para o outro pensando em possíveis coisas terríveis que possam ter acontecido com ele, e me sinto horrível pela última interação que tive com o mesmo ter sido uma briga.

Eu jamais me perdoarei se minhas últimas palavras ditas a Maurício tenham sido carregadas de ódio e mágoa, quando tudo no final das contas não passa de mentiras e mais mentiras. Eu amo Maurício e nunca desejei o seu mal, independente do que tenha acontecido com nossa história no passado.

Meus olhos estão marejados e minha garganta dói com o aperto que há em meu coração diante dessa situação angustiante. Quero me levantar, vestir uma roupa minimamente decente e ir atrás daquele cretino de olhos verdes pelo qual sou perdidamente apaixonada e me certificar pessoalmente que está bem. Pondero seriamente por alguns segundos, minha mente completamente confusa, porém tomo uma decisão e quando estou prestes a tomar uma atitude, sou interrompida por uma forte batida na porta.

-Já estou indo. -me apresso em direção a porta para abri-la e quando o faço, quase morro do coração com o susto.

-Isaaaaa, meu amorzinho! -um Maurício caindo de... espere aí, ele está bêbado?