Capítulo Dezenove

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"Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro." -Sigmund Freud


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A mente humana é limitada e insuficientemente incapaz de compreender cem por cento o ambiente a sua volta. Nosso cérebro é traiçoeiro, pode nos enganar, ludibriar, oprimir, criando a impressão de que seu sonho mais ardente e secreto é totalmente possível ou que certa desgraça é inevitável. Uma série de fatos servem, no entanto, para nos mostrar quando estamos apenas nos iludindo e que o destino é uma das muitas forças sobre as quais os seres humanos não têm controle, por isso sofremos certo danos, tanto psicológicos quanto físicos, infligidos pela vida. 

Faz poucos dias que Isadora e eu estamos fugindo para nos mantermos vivos, porém, parece uma eternidade. Às vezes sinto vontade de jogar tudo para o alto, de desistir. Estar longe de casa, dos amigos, da família e do trabalho tem mexido muito com minha cabeça. E para ser sincero, o fato de ter que conviver com Isadora como se fossemos um casal tem sido estressante e bom ao mesmo tempo. Ter seus olhos luminosos sobre mim, seus dedos suaves sobre meus cabelos, enquanto seu polegar acariciava minha nuca como nesse exato instante, era como estar entre o céu e o inferno no mesmo segundo. Isadora era um sonho do qual eu não queria acordar. E era por causa desa doce garota, que me tinha tanto em seu colo quanto em suas mãos, que eu não recuaria. Eu iria até o fim, se fosse necessário, liquidaria qualquer um que ousasse ameaça-la. 

-Parece que seu namorado capotou no sono, hein? -ouvi Henriqueta comentar.

-É... ele está um pouco cansado da viagem. Estamos em lua de mel, na verdade...

-Ah, então são recém-casados? Que gracioso! -exclamou com o sotaque acentuado. -Formam um lindo casal. 

-Obrigada. -Isadora respondeu, parando o movimento em minha cabeça.

Senti falta do seu toque quando afastou as mãos, entretanto permaneci de olhos fechado fingindo estar dormindo. Queria ver até aonde aquela conversa entre elas iria chegar.

-E como é a vida de casado? Se não se importa que eu pergunte. -dessa vez foi o tal ratón que se intrometeu.

-Bem... -Isadora começou pensativa. -Não é um mar de rosas e perfeição como nesses filmes de comédia romântica que passam na tv. Mas, ainda assim é muito bom quando se está com a pessoa que se ama. As dificuldades superamos juntos, as brigas... a gente se arrepende e se perdoa no final das contas, por isso dá certo. A gente tem que fazer dar. Acredito que nada pode superar a força de um grande amor. Não há barreiras ou obstáculos suficientes para separar duas pessoas que se amam de verdade, porque quem ama, se empenha ao máximo para fazer o outro feliz, sem se importar com o que isso irá lhe custar. E meu... marido tem sido essa pessoa para mim há muito tempo. Sabe, nós éramos melhores amigos antes de tudo. 

Transgressores -Os Bertottis #3 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora