VIII

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        Tindom.

       Talvez esse não seja o melhor jeito de representar uma campainha, mas chegou perto.

      Desliguei o fogo, em seguida tirando a panela de cima do fogão e colocando na pia. Respirei fundo, jogando o pano de prato em cima de meu ombro e caminhando até a porta.

      — Omma, não se preocupe. — disse assim que minha mãe ameaçou levantar do sofá, quando passei pelo corredor. — Eu atendo, continue descansando.

      Fui rapidamente até o sofá e ajeitei as pernas de minha mãe, puxando a coberta.

       — Não precisa me tratar assim, seu bobinho. — ela sorriu, o que me fez acompanhá-la. — Não demore.

       — Não demorarei, deve ser apenas o carteiro.

       Eu sabia que não era. As batidas frenéticas na porta provaram que estava longe de ser, mas não queria assustar minha mãe. Ela havia acabado de voltar temporariamente do hospital, precisava fazer com que ela acreditasse que eu estava tendo uma vida tranquila.

        — Fique aí, Omma.

       Ela assentiu com a cabeça, voltando a prestar atenção no dorama que passava. Corri até meu quarto, tropeçando no piso solto. Grunhi, não enrolando nem mais um segundo para pegar o dinheiro embaixo da cama e indo em fim para a porta.

       — Que demora, Nakamoto. — fechei a porta atrás de mim rapidamente, trancando a mesma. Olhei os homens a minha frente, todos mais altos e fortes, me fazendo engolir em seco. — Mas vejo que não esqueceu do nosso trato dessa vez.

       — Está tudo certo, podem conferir. — umedeci os lábios, entregando o envelope para o homem.

       — Óbvio que iremos conferir. — o "líder" deles entregou para outro, que começou a contar. O mesmo veio até mais próximo de mim, passando o braço por meu ombro e me levando para longe da porta de casa. Agradeço mentalmente por isso, minha mãe não precisava saber de nada. — Como vai, garoto?

      — Melhor que vocês, pelo visto. — abri um sorriso sarcástico para ele, que travou o maxilar.

       — Chefe, está faltando 200 dólares. — um deles disse.

       Respirei fundo.

      — Vamos ver por quanto tempo você vai continuar melhor. — o homem começou a caminhar comigo do mesmo jeito até onde já conhecia muito bem.

       A noite estava agradável, apesar de tudo. Enquanto era socado em todos os lugares possíveis, só conseguia pensar em qual desculpa inventaria para minha mãe daquela vez. Talvez ela já estivesse dormindo, se eu desse sorte, e eu poderia entrar em casa sem que me perguntasse da onde surgiu os roxos em meu corpo.

       Quando o líder deles, Hanjin, se cansou, simplesmente me largaram ali. Minha boca e nariz sangravam, tudo se contorcia e eu mal conseguia me mover. Mas aquilo já estava virando costume, logo em nem mais sentiria tanta dor.

        Levantei, apoiando na parede. Tinha que terminar o jantar, colocar minha mãe para dormir e separar o dinheiro para enviá-la para o hospital novamente, afinal.

~

        — Bom dia, Yuta. Como está sendo o seu namoro com a machienho? — Taeyong passou por trás de mim, rindo com seu grupinho de garotas daquele trocadilho que, sinceramente, foi quase genial.

mangirly ➳ nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora