II

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       — Caralho, Yuta, você apanhou de um monstro. — Doyoung dizia enquanto tocava meu rosto sem o menor cuidado.

      — Aish, está doendo. — fiz uma careta.

      Havia acabado de chegar no karaokê, ainda tentando entender como um soco de uma garota tão pequena como ela poderia ter feito um estrago daqueles em meu rosto. Ainda tinha que contar esse pequeno detalhe aos meninos.

       — Quem foi? Vamos dar um jeito nele. — Taeyong levantava as mangas de sua blusa, ri daquilo.

      — Não precisará de tanto esforço. — dei uma pausa, olhando a confusão na feição de cada um deles. — Foi uma garota.

      A sala ficou em silêncio por um segundo, apenas para recompensar o barulho de risadas escandalosas que vieram logo em seguida. Pareciam que estavam numa rave de tantos pulos e gritos, me chacoalhando diversas vezes.

     — YUTA, VOCÊ É UM LIXO!

       Eu só conseguia rir de tudo aquilo, mas ainda estava indignado. Teria volta, Kim Chie.

Aliás, Chie não é um nome japonês?

~

   
      Não demorei muito tempo no karaokê, tinha que ir ao emprego. Era a primeira vez que iria naquele horário, já que além de tudo Senhor Kim aumentou minha carga horária. Revoltante.

       Entrei na loja e pulei o balcão, como de costume. Deixei a mochila encostada ali perto e coloquei meu avental, em seguida batendo na parede próxima a escada onde meu patrão geralmente ficava, apenas para ele ter noção de que eu tava cumprindo com o acordo.

       — Já cheguei, senhor Kim.

       — O que você tá fazendo aqui? — uma voz feminina fez com que eu me assustasse, olhando para o balcão. Era ela. Usava uma bermuda, camiseta larga e boné. Se eu não soubesse, o chamaria de parceiro.

       Pensei várias vezes em qual seria a resposta mais educada para garantir meu emprego, mas aquela marca em meu rosto falou mais alto.

      — Trabalhando, não está vendo? — apontei para o avental e em seguida desviei o olhar para uma senhora que vinha passar no caixa, ignorando totalmente a cara debochada da garota. — É só isso, senhora?

       — Sim, muito obrigada querido. — a mais velha retribuiu um sorriso assim que pegou a notinha, saindo.

       Assim que voltei a olhar Chie, desejei ter gravado sua reação. Estava tão incomodada que deu as costas, voltando a trabalhar na reposição nas prateleiras. Ri sozinho, talvez pudesse sacanea-la um pouco antes de ajudar.

       Quando ela terminou sua função, caminhou até o balcão e, por eu estar em frente a portinha que abria passagem, ela simplesmente tentou me imitar com o pulo. Acontece que sua altura dificultava aquilo, fazendo com que a mesma quase caísse feio no chão.

       Quase.

       Segurei em sua cintura antes disso acontecer, mas desequilibrei devido ao impulso que ela havia dado, caindo dolorosamente no chão. Chie havia caído de joelho, já que não larguei sua cintura nem por um segundo sequer. Inutilmente, já que agora ambos estávamos machucados. Deveria ter deixado ela cair sozinha. Merda de instinto.

        — Você está bem? — perguntei involuntariamente. Não me importava com aquele projeto de garota.

       — Acho que... — ela passou levemente as pontas dos dedos pelo joelho, mas parou a frase no meio, me encarando. Maldito orgulho daquela garota. — Não foi nada.

      Revirei meus olhos, me ajeitando e segurando suas panturrilhas. Ela deu de hesitar, mas assim que estiquei sua perna algumas vezes ficou mais tranquila. "Tranquila".

      — Vai inchar, e muito. Não tente ser tão durona. — me levantei, checando se havia clientes ali e felizmente não tinha.

       Chie também tentou se levantar, mas agachei-me antes e a peguei no colo, ignorando todos seus protestos.

       — Não toque em mim, você nem me conhece! — ela dizia histericamente, parecendo uma garotinha.

— Você não me conhecia quando me socou.

        Seu boné caiu, também desmanchando seu mini rabo de cavalo e deixando com que seus curtos fios de cabelo balançassem. Ela pareceu incomodada, fazendo mais peso até que eu fosse obrigado a desce-la no chão, em frente à porta da casa dela. Apesar de forçar uma expressão indiferente, checava toda hora seu joelho, até que seu pai abriu a porta.

        — Ela se machucou, senhor. Eu cuido lá de baixo sozinho, não se preocupe. — disse sem esperar a resposta para descer as escadas imediatamente.

       A primeira coisa que fiz ao chegar em frente ao balcão foi me apoiar, sentindo uma puta dor nas costas e traseira. Fiz uma careta, também sentindo meu rosto doer. Aquela garota já havia me machucado duas vezes em um só dia.

       Me peguei pensando em quão realizado eu me sentiria se pudesse retribuir aquele soco, mas estranhamente senti um aperto por querer fazer isso.

        Levantei minha cabeça, mordendo o lábio inferior. Era meu primeiro dia, mas não via a hora de apagar Chie de minha vida e ela voltasse a ser a mesma insignificante de sempre.

Não que ela já tivesse significado algo para mim.

Ela só era um meio fácil de ganhar dinheiro. Apenas.

                         ~  ~

       HAPPY YUTA DAY!!!
hoje esse príncipe de osaka tá ficando mais velho e eu só queria saber demonstrar em palavras o quanto eu o amo
yuta, saranghae/ai shiteru 💕

       HAPPY YUTA DAY!!!hoje esse príncipe de osaka tá ficando mais velho e eu só queria saber demonstrar em palavras o quanto eu o amoyuta, saranghae/ai shiteru 💕

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mangirly ➳ nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora