XXXI

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YUTA

      Da maneira que fui empurrado até a maneira que caí sentado no gramado que parecia recém cortado, assim fiquei. Era como se um sentimento puro e nada complexo de felicidade me atormentasse, me causando estranheza.

        Ri sozinho, mesmo tendo quase certeza que Chie me acompanhava dentro da barraca.

         — Vish. — O estranho riu.

         Minha cabeça girou 90° graus para encarar o intrometido que estava parado ali. "Lucas", como se auto nomeou, me despertou um instinto de irmão mais velho que não suporta seu irmão mais novo escandaloso, mesmo que aquele fosse nosso primeiro encontro. Bom, primeiras impressões são as que ficam, eles diziam.

         — O que é?

         Ele agachou-se lentamente, apoiando as mãos em suas pernas e me olhando.

         — Você é um idiota apaixonado. — Balançou a cabeça negativamente, como se tivesse muita experiência e muita decepção perante minha pessoa.

         Sua atitude fez com que eu levantasse a sobrancelha, piscando algumas vezes.

         Ele era realmente uma figura. Levantei-me, limpando minha calça e esticando meus braços, ocasionando no estralo de vários ossos.

         — Ok, Yukhei, vamos supor que eu seja. — Virei-me para ele. — E com isso, essa história morre aqui. Não conte a ninguém sobre Chie.

        — Não vou fazer isso por você. — Lançou uma piscadela desafiadora, em seguida abrindo um sorriso largo em direção a barraca. — Você é rápida, Noona!

        Chie já havia aberto o zíper dali, enrolando-se um pouco com suas coisas e demonstrando nervosismo. Ri nasalado, colocando minhas mãos no bolso e olhando para outro lado. Ouvi sua risada de deboche, juntamente com o barulho dos movimentos apressados para se retirar dali.

          — Idiota, está rindo de mim? — Já em pé, em minha frente, Chie soprou uma mecha de seu cabelo e manteve sua pose de durona. — Hein?

        Sorri dessa vez, puxando seu capuz e apertando o mesmo o máximo possível, de modo que apenas seu rosto pudesse ser visto. Aquela cena era ainda mais cômica com o semblante sério que Chie estava forçando para manter. Nisso, saí andando de braços cruzados, não sabendo explicar qual parte daquilo tudo estava fazendo surgir sorrisos bobos em meu rosto toda hora. Saco, saco, saco.

        Aquela trilha passou a ser menos chata em questão de segundos, quando nós nos vimos dentro de um assunto sobre Apocalipse Zumbi que parecia genuíno demais para não comentar algo. Ver Chie sorrindo abertamente, mesmo que não fosse diretamente para mim, me deixou feliz.

       — Não, Yuta, é loucura querer imitar os filmes. Você nem tem a capacidade física deles.

     — Você está me chamando de fraco? — Fingi engasgar-me e em seguida estiquei as mangas de minhas blusas, mostrando meus músculos incríveis e bem definidos com vários nada de massa muscular.

      Ela assentiu, e juntamente a ela, Yukhei. O olhei como se nada tivesse o perguntado, se é que esse olhar existe. Só sabia que estava na minoria ali e que ambos estavam se divertindo com isso.

mangirly ➳ nakamoto yutaOnde histórias criam vida. Descubra agora