"O dispertar"

46 6 2
                                    

O mundo sombrio, ou popularmente chamado mundo da morte, mundo dos mortos ou também purgatório. O lar dos deuses das trevas e ruína, Shafira olhou tudo e não conseguiu conter os calafrios pelo seu corpo, o ar era frio porém não avia neve, o solo era escuro, e no céu tinha uma espécie de luz azul, essa luz vinha de uma estrela gelada, avia ali umas construções destruídas, árvores retorcidas e secas, eles se depararam com um caminho de pedras, como uma espécie de trilha, resolveram seguir por ali, a impressão é que o lugar estava desabitado, sem vida, eles caminharam de vagar prestando atenção em cada detalhe da cidade em ruínas que eles estavam passando, e logo começaram a notar algumas semelhanças com a cidade Alexandria, dês de casas simples até prédios importantes, como o castelo do rei Arthur. Mas avia semelhanças com outros lugares também, como Grekos, Valas, e Atlantes, também avia algumas construções que não eram vistas no outro mundo, como uma estátua de um homem e uma mulher se beijando, a grande diferença desse monumento é que a mulher era a morte, seu rosto era belo, pálido, vestida com um grande capuz e uma foice em sua mão, já o homem, usava armadura e tinha uma aparência humana, aquele monumento aparentava abandono, estava cheio de sujeira, e aparentemente era muito velho. Eles viram uma escrita no roda pé da estátua que dizia "aqui reside o Deus da Destruição, junto a ele está a morte, que o segui pela a eternidade."
- Estávamos no caminho certo, provavelmente vamos encontrar logo o que procuramos. - Indagou Vlade.
- Sim. - Concordou Willian.
Eles prosseguiram com a caminhada, eles andaram bastante até chegar ao fim do misterioso lugar, eles então se depararam com uma paisagem com um pântano, e um cheiro horrível tomou conta, um cheiro de morte. Eles ficaram alerta e começaram a adentrar o pântano, as águas era turvas quase negras, de repente começaram a ouvir um barrulho estranho, alguém vinha a frente, mas não dava pra ver o que era, por uma neblina mistériosa que tomava o pântano, Shafira olhou para a água e disse - Estou com um mal pressentimento sobre esse som.
- Fiquem alertas. - Indagou Vlade.
Eles então ficaram um de costas pro outro, e os barrulhos se multiplicaram, parecia que algo estava cercando eles, de repente um silêncio terrível tomou conta e uma voz foi ouvida - O que fazem aqui? - A voz era rouca, parecendo que estava extremamente doente.
- Quem é você? - Gritou Shafira - Não interessa porque vinhemos, você vai nos levar até o Deus dormente!
- Hã! Não devem encomoda-lo! - A voz protestou.
- Vamos sim! Vamos encontrá-lo! - Vlade pegou no braço de Shafira e disse - Já chega!
De repente uma sombra em meio a neblina surgiu, era imensa, uma grande cabeça de serpente apareceu, e tinha três chifres, olhos amarelos, pele azul, com pequenas pintas douradas, ela então disse - Eu sou a guardiã do pântano. Ninguém passa sem que eu permito. Eu permitirei que vocês passem se vencerem um guerreiro já morto que eu escolher para lutar. - Eles olharam uns para os outros e Willian disse - Eu lutarei!
A grande serpente Dragão sorriu, e então do fundo das águas bolhas começaram a emergir, de repente um morto saiu de lá se arrastanto, em seu peito tinha um grande buraco, e sua pele era pálida sem vida, seus olhos eram brancos e ele trazia com sigo um grande e pesado martelo de guerra, Willian arregalou os olhos e disse - Zarbatas?! O que? O que faz aqui?
- Me perdoe lorde Willian, ela, ela me iludiu e eu morri ao enfrentar Vlade... - A voz de Zarbatas era cheia de angustia e dor, pois ele estava afogado no pântano do desejo, ali todos aqueles que morreram por um amor não correspondido, eram sempre lembrados de que nunca foram amados, e por essa razão ficariam no fundo do pântano até que suas almas fossem purificadas, pois nenhuma alma ficava para sempre no purgatório, ou iam para o inferno ou para o paraíso celestial.
Willian começou a chorar, se virou para Vlade e lhe desferiu um soco no rosto, Vlade não revidou, cuspiu um pouco de sangue e disse - Perdão. - Willian desferiu outro, dessa vez crom a outra mão e disse - Eu nunca vou te perdoar, ele, ele era, meu herdeiro, ele era meu filho! - Vlade ficou muito surpreso, e disse - Eu não sabia, eu juro!. - Willian se ajuelhou e começou a gritar e a chorar sem parar, sua dor tomou conta dele, ele em meio aos prantos disse - Ele era o meu único herdeiro. Perdão Zarbatas, perdão! Eu não podia ter te deixado sozinho. Eu não deveria ter escondido nada de você.
O morto deu um passo para frente e disse - Meu rei, eu não posso me controlar, por favor me liberte, pai...
Willian ao ouvir aquilo, se encheu de um sentimento que jamais avia sentido antes, ódio de si mesmo, ele se transformou, e se preparou para atacar, Zarbatas também se transformou, ele saltou sobre Willian, ergueu o martelo acima da cabeça, e tentou desferir um ataque devastador, mas Willian no momento certo desviou, em seguida Zarbatas começou a dar vários golpes com a marreta mais Willian estava se esquivando, Zarbatas em meio aos golpes disse - Eu estou feliz por saber que sou seu filho. - Ele tentou dar um soco, errou em seguida pergou o martelo - Eu não poderia ter desejado pai melhor! - Willian segurou nas mãos dele fazendo força - Eu não te encontrei na rua, sua mãe me deixou, ela te achava uma aberração, você nasceu transformado e isso assustou ela, então ela se casou com Vlade e teve um filho perfeito, sem pêlos, na segunda vez que ela engravidou do meu irmão ela morreu! Por isso não podia dizer a verdade, eu preferi que você não soubesse que sua mãe me abandonou! - Zarbatas sorriu e Willian arregalou os olhos - Tudo bem, apenas lute pra valer e me tire daqui - em seguida lágrimas comecaram a escorrer no rosto de Willian, ele então desferiu um soco poderoso em Zarbatas, atravessando seu peito, Zarbatas então começou a brilhar, e sua alma encontrou a luz, antes de subir ele disse a Willian - Eu sempre te vi como pai, não sei quem era minha mãe, mas o jeito como você disse parece que ela deixou um grande vazio em você. Não importa o que aconteceu pai, o passado já ficou para trás, eu vou ficar bem. Metatron me convidou para comer e beber com ele, você deve continuar, salve o mundo eu acredito em você. - depois de dizer isso ele sumiu no ar, a serpente então disse - Vejo bondade e honra em vocês, o templo do descanso do Deus dormente está além do pântano eu levarei vocês até o fim do pântano, subam em mim. - Willian pegou o Martelo deixado por Zarbatas fechou os olhos, e sentiu a paz dele, logo em seguida o martelo também sumiu se tornando luz, ele então olhou para a guardiã do pântano e assentiu com a cabeça. Todos eles subiram na cabeça da grande serpente, e ela começou a se arrastar pelo pântano, e conforme ela se rastejava podia se ouvir os Sussurros de sofrimento dos mortos, chamando pelas suas amadas e amados. Willian ficou sério, o clima entre ele e Vlade novamente ficou pesado, Shafira ficou muito angustiada pela situação, ela foi até Willian sentou ao seu lado e o abraçou e ele retribuiu. Depois de alguns minutos eles chegaram às margens secas do outro lado do pântano. A serpente se despediu e sumiu na neblina. Vlade ficou olhando para Willian sentindo um terrível remorso mas não sabia o que dizer. Então começou pelo mais fácil - Escuta. Eu sei que não tem como reverter o que eu fiz, mas aconteceu tá, não podemos controlar o destino, o garoto estava louco, atacou meu castelo. Ele me atacou mesmo depois de derrotado eu não tive escolha. - Willian respirou fundo olhou dentro dos olhos de Vlade e respondeu em alto tom - Meu filho morreu como herói! Ele jamais se daria por derrotado a não ser que fosse morto, o que aconteceu irmão, pelas suas mãos! - Vlade vendo que não tinha condições de discutir a questão no momento ficou quieto. Eles acharam novamente o caminho de pedras, e começaram a seguir por ele até que avistaram um tipo de portal negro no céu, e por aquele portal descia constantemente almas que caiam para outro portal, um de cor vermelha, ao sul se via um portal branco no céu e dele também despencava almas, porém essas eram calmas e serenas e tinham um brilho próprio, elas caiam num portal azul. E no meio desses dois portais tinha um castelo, grandioso. Nesse castelo tinha uma grande estátua na entrada, era o Deus Zorky, eles então saíram correndo em direção ao enorme palácio, assim que chegaram aos pés da estátua dois cães de três cabeças pularam na frente deles, eram do tamanho de um urso, e de suas bocas espumava um ácido verde, eles rosnavam e ameaçavam atacar, Vlade então se transformou e partiu para cima deles, os dois pularam nele, e ele berrou - Vão! Eu cuido deles! - Shafira quis ir ajudar, mas Willian pegou em seu braço e a puxou, eles então adentraram o gigantesco castelo. Um dos cães se agarrou no braço de Vlade e o puxou para perto do portal vermelho, tentou jogar Vlade lá dentro, e o outro tentava atacar seu rosto, ele jogou pra longe o que estava mordendo seu braço, e começou a socar as duas cabeças do cão que estava agarrado no seu peito, ele não estava conseguindo, então ele invocou seu poder elementar, o relâmpago, o seu corpo se encheu de raios e começou a fritar o cachorro, que caiu tonto no chão, Vlade aproveitou e desferiu um chute que lançou o cachorro no portal vermelho, de repente o outro cão se agarrou nas suas costas, e mesmo levantando choque não quis soltar, ele então invocou mais poder e deu uma grande descarga no cachorro horrível, uma explosão de energia fez o cachorro em pedaços, Vlade então voltou a sua forma humana, um pouco cansado, ele não usava sempre seu poder elementar pelo desgaste físico que trazia. Ele também adentrou o castelo, e Willian e Shafira estavam a sua espera, Willian então ironizou dizendo - Que demora para lidar com cães.
- Eles não eram cães normais. - Respondeu Vlade.
Eles olharam a sala de entrada do castelo, e como era de se esperar, era enorme, avia uma grande escada que levava ao segundo andar, e outras várias portas no primeiro andar. De repente uma figura apareceu no segundo andar, era alguém familiar. Começou a descer a escada, era uma mulher, usava um grande vestido negro com penas nos ombros, tinha um grande cachimbo na mão, era extremamente sensual, seus cabelos eram negros, seus olhos verdes, todos já conheciam ela, Sophia. Ela desceu até o meio da escada, observando a cara de espanto de todos ali em baixo, então ela soltou um sorriso diabólico, Willian berrou - Sophia o que faz aqui!? É você mesma?
- Claro que sou eu, idiota! - Ele não acreditou, ele não podia acreditar que ela estava ali.
- Mas você não ficou em Atlantes, e como uma sereia pode andar em terra firme?
- Seu tonto. Eu não sou sereia. Meu nome nem é Sophia.
- O que? Você está louca?!
- Não. Estou é cansada desse teatro. Eu sou Lilith. - Vlade imediatamente se transformou, e Willian ficou pasmo, um suor frio começou a escorrer pelo seu rosto, e Shafira ficou sem entender nada, e resolveu protestar - Quem diabos é você Sophia, Lilith, o que isso tudo quer dizer? - Lilith começou a rir, se debruçou no corre mão da escada, e começou a fumar, soltou uma fumaça em forma de um rosto diabólico e respondeu - Eu sou a esposa do Deus do inferno, sou mãe de todos os demônios. Eu custumava ser uma celestial muito importante, mas, eu me apaixonei por aquele cara, ele era, bom, charmoso, aí tivemos filhos, os sete os reis do inferno, só porque a gente tentou expandir nosso reino fomos punidos, eu fui separada do meu grande amor, ele foi quase totalmente destruído, mas eu vou trazer ele de volta e a Ponte será toda minha. Pra isso só preciso matar vocês, e pegar a lança. - De repente coerentes saíram do chão e agarraram Willian, que ficou totalmente pasmo com a revelação de Lilith. Shafira conseguiu se esquivar e Vlade acabou preso também, Shafira partiu então pro ataque, Lilith subiu no corre mão e deslizou, Shafira a seguiu, as duas começaram a lutar no primeiro andar, porém os ataque de Shafira eram inúteis nenhum chegava nem perto de acertar, Lilith se movia numa velocidade sônica, ela desferiu um soco nas costas de Shafira que acabou sendo arremessada em direção a uma parede mais antes de tocar a parede, Lilith apareceu em sua frente e desferiu outro golpe fazendo ela voar em outra direção, Lilith passou a arremessa-la de um lado para o outro, depois de vários golpes ela atirou ela no chão, Shafira caiu com tanta violência que afundou dois metros no chão, Lilith a agarrou pelo pescoço e a retirou do buraco a erguendo do chão e a enforcando, Shafira tentou abrir os braços de Lilith, mas ela era muito poderosa, quando tudo parecia acabado, Vlade usou seu poder elementar e arrebentou as correntes indo para cima de Lilith, ele desferiu um soco com raios que acertou em cheio o rosto dela, ela foi arremessada na parede atravessando três salas do palácio. Vlade olhou para sua filha e disse - Vá. Tente libertar Willian. Eu luto com ela.
Lilith se levantou tirando os escombros de cima dela, e começou a rir sem parar e disse em meio a um sorriso - Vai precisar de muito mais pra me deter. - ela estendeu a mão e fez uma esfera de energia vermelha e atirou em Vlade, ele rolou se esquivando, a bola de energia explodiu, e todo o castelo tremeu. Ela fez mais duas, juntou elas em uma e atirou na direção de Willian que ainda estava amarrado pelo pé, e não teria como fugir, então ela gritou - Morra! - Shafira se posicionou em sua frente, para receber todo o impacto da grande bola de energia, de repente uma grande explosão, destruiu todo o castelo e Lilith, abriu suas asas e alçoou vôo para fugir do raio da explosão, ela ficou observando do alto, a poeira cobriu tudo, vários destroços foram lançados para os portais, que ficavam do lado esquerdo e direito do palácio, a cerca de um quilômetro de distância, a explosão foi tão grande que vários destroços foram arremessados para cima também. Lilith já confiante da vitória sorriu, e deu de ombros, mas quando a poeira baixou, ela viu um escudo de pura energia que protegeu eles da explosão, Vlade então se ajoelhou ofegante, e voltou a forma humana, Lilith ficou nervosa e disse - Criaturas irritantes! Eu sou a Deusa do inferno! Morram logo! - Ela ergueu as mãos para cima, e começou a reunir energia, uma arma então começou a ser criada, era um arco e flecha de pura energia. Ela puxou a linha do arco e uma flecha apareceu. Ela então pensou "Qualquer ser que não seja divino, ao ser atingido por isso virará pó, só preciso acertar", ela mirou e atirou, Willian se transformou pegou Vlade e Shafira e os jogou em suas costas, e começou a correr, por pouco a flecha não acertou. Lilith novamente puxou outra flecha, mas dessa vez ela invocou lava para cerca-los eles ficaram em uma pequena ilha cercados por um rio de lava fervente. Willian pegou distância e pulou, passando por cima da lava, Lilith se encheu de ódio e desceu mais perto seguindo eles de perto, ela preparou a flecha mirando em Shafira. Ela atirou, Willian mudou de direção e a flecha atingiu o chão, ela soltou um berro de ódio, e invocou árvores negras que agarraram Willian, e Shafira, Vlade conseguiu escapar, e se escondeu, Lilith então preparou a flecha, apontou para Willian e atirou quando a flecha estava prestes a atingir o alvo, Vlade pulou na frente sendo acertado no peito, a flecha o pregou numa árvore, Lilith desceu até ele que cuspia sangue sem parar, ela olhou dentro de seus olhos e disse - Pobre Vlade. Só adiou o inevitável. - ele começou a se desfazer, aos poucos pirar pó, olhou para Shafira e disse - Eu. Eu te amo... - Willian arrebentou as árvores foi na direção de Vlade retirou ele da flecha agarrada na árvore e o abraçou, aos poucos Vlade foi sumindo em seus braços, mas antes de sumir totalmente ele disse - Lembre-se quem você realmente é, só assim poderá vencer... - depois de dizer isso ele desapareceu totalmente. Willian se encheu de fúria, uma aura branca começou a surgir de seu corpo, ele começou a voltar a forma humana, seu cabelo ficou curto, e se tornou branco, seus olhos começaram a brilhar e ele disse - Sim. Eu sou um celestial!

The Seven ClansOnde histórias criam vida. Descubra agora