O caminho até a montanha.

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- Vamos. Eu sei de uma trilha segura até os dragões. - Agatha foi na frente, seguida por Willian e Shafira. O dia estava lindo, pássaros cantavam, e servos pastavam atentos a qualquer som. Eles andaram por algumas horas em uma trilha em silêncio, até que chegaram em um paredão e uma trilha apertada na encosta de uma montanha.
- Que lugar é esse? - Indagou Shafira.
- Aqui é o caminho até a montanha aonde os dragões vivem. - respondeu Agatha. Era um caminho perigoso, qualquer descuido poderia resultar em uma queda de 120 metros.
- Cuidado aonde pisa Shafira. Agatha use suas asas e vá na frente.
- Não é boa ideia. Os soldados estão patrulhando os céus agora, um anjo chamaria a atenção com toda a certeza. - Cortou Shafira.
- Ela tem razão Willian. Eu vou por terra com vocês. Vou esconder minhas asas. - As asas dela se encolheram e se uniram a sua carne sumindo em suas costas. - Pronto. - ela colocou uma bolsa na costas e disse - Vamos. - eles acenaram em positivo com a cabeça, e eles começaram a fazer o caminho um atrás do outro. Tudo estava indo bem, eles já estavam quase na metade do caminho, Shafira olhou de canto para Willian que vinha atrás dela e falou - Agora é uma boa hora, para você me contar mais da sua relação com o meu pai, não acha?
- Por que justo agora?
- Sei lá. Estamos nesse caminho a umas meia hora, e ninguém fala nada, é só pra ter algo para conversar. - Ele respirou fundo, fechou os olhos e fez um sinal de positivo com a cabeça, ele começou a se lembrar de tudo, de como tudo havia começado, ele se lembrou do dia em que ele perdeu tudo.
- Eu e seu pai. Somos mais que inimigos, mais do que amigos, somos irmãos! - Ela parou de andar, se virou para Willian e disse - Eu sabia! Eu sabia! Que meu pai tinha uma família! Eu sabia! Ele sempre ficava sem jeito quando ia falar de você evitando tocar no seu nome e... - ele ergueu a mão e tampou a boca dela, que reagiu de um jeito que surpreendeu ele.
- Me deixa terminar. - Ela fez um sinal de positivo e ele largou a boca dela.
- Vlade e eu eramos unidos, até que um dia. Bom. Tudo mudou mas antes devo te contar o início. - ele respirou fundo, e prosseguiu - No início o universo foi palco de muitas batalhas entre os deuses, Jawé e Zorky, era isso que meu pai me contava. Um era a luz e vida, ao contrário do outro que era a escuridão e destruição. Eles não se davam muito bem, e num ato de loucura, eles começaram uma guerra, nessas grandiosas batalhas, as energias positivas e negativas escapavam constantemente, eles nem perceberam que em volta deles tudo mudava. De alguns golpes de Jawé em Zorky a escuridão e buracos negros surgiam no cosmos vazio, e de outros golpes de Zorky em Jawé surgiam estrelas, e alguns planetas, depois que a briga acabou um novo universo vasto havia sido criado, tanto com coisas boas, quanto coisas ruins. Os Deuses primordiais então descansaram, os elementais, seres que representam aspectos da natureza como fogo, água, raio, vento e terra entre outras coisas, foram uma das coisas que surgiram das batalhas dos Deuses. Zorky então arrancando uma parte da sua própria carne criou sua esposa, era a Morte, um aspecto frio e insensível que tira a vida de tudo que toca. O Deus luz, em um momento criativo, também usando um pedaço de sua carne criou cinco Deuses, os quais ele chama de filhos, e para servi seus filhos ele criou um clã, os anjos. Zorky de seu sangue criou a Deusa das Trevas Apocalipse, somente para que ele pudessem ter um filho, pois sua esposa não podia dar a vida porque ela só tira a vida. Lufrain o Deus do Gelo nasceu frio como pedra, ele logo cresceu e seduziu algumas soldados de Metatron e teve relações com elas, e então elas perderam a vida ao dar a luz aos seus sete filhos. Samael então pediu ao seu pai um mundo inteiro só para ele e seus irmãos governarem, Lufrain então criou o inferno, mas eles não se deram por satisfeitos e logo quiseram tomar outros mundos.
- Espera aí - Interrompeu ela - E o nosso mundo, e os clã?
- Aqui era chamado de "Fonte", pois era aqui um mundo aonde tinha portais dimensionais, dos quais você pode viajar rapidamente de um mundo para o outro, foi aqui que as primeiras guerras entre anjos e demônios foram travadas, até que um dia Metatron o rei dos Anjos derrotou Samael e enviou ele e seu pai para o inferno trancafiando todos os demônios lá. Uma primeira raça apareceu, anjos que abriram mão das suas asas agora era chamados de Leviathans, o líder deles era o meu pai Minus, eles vinheram em dez, mas logo eram vinte, e logo muitos mais, construíram uma vila, mas aí de repente. - Ele parou de andar parecia ter congelado, as memórias de sua vila em chamas, seus pai escondendo ele e seu irmão, em um fundo falso e logo em seguida estavam todos mortos. Por um momento ele se desligou de tudo.
- Ei "Tio" você está bem? - falou Shafira estralando os dedos perto de Willian que saiu de seu desvaneio.
- Sim. Sim. Estou. Me desculpe. - Ela ficou quieta para ouvir o resto da história.
- Bom os Leviathans abandonaram os reinos da luz, porque estavam cansados das guerras, eles eram um povo pacífico. Alguns demônios escaparam do inferno, mas não queriam mais guerras também, então eles se uniram e transformaram a "fonte" em um santuário e com o passar do tempo anjos e demônios acabaram tendo relações sexuais, o que gerou uma nova raça que se dividiu em cinco povos. Esses outros povos temiam o poder dos Leviathans, então resolveram fazer uma aliança entre os cinco, e massacraram todos. Só sobrou eu e meu irmão.
- Eu lamento! Como conseguiram os seus poderes? - interrompeu Shafira com um tom de voz pesado.
- Eu fui mordido por um lobo, e Vlade por um morcego, e aí descobrimos que nosso DNA e o deles estavam ligados de alguma forma. Depois muitos humanos buscaram nosso poder e assim surgiu mais dois clãs. Tudo estava bem, até que Leonor rompeu o selo do portão do inferno libertando ainda mais demônios. O exército do inferno e um rei demônio pelo que dizem anda nessas terras.
- Chegamos - interrompeu Agatha. - O lar dos dragões. - Era uma caverna enorme, com um grande pátio circular e umas estátuas de um grande dragão de três cabeças do lado esquerdo e direito da entrada da caverna tornava o lugar pouco convidativo. Eles ouviram um par de asas, estavam no meio do pátio, e um vendaval quase os derrubou no chão, um grande dragão estava chegando.
- Rápido se escondam. - Falou Agatha. Eles correram para trás da estátua do lado esquerdor da entrada da caverna. De repente no meio das nuvens pode-se ver uma sinueta enorme, um grito pavoroso anúnciou a chegada de um dragão, ele pousou no grande pátio de frente as estátuas, e deu um grande rugido. Seu rugido era como ouvir uma águia e um leão ao mesmo tempo. Shafira deu uma espiada, era um monstro colossal, tinha uns cinquenta metros de altura, era coberto de penas brancas angelicais, seus olhos eram azuis, tinha três cabeças, parecendo cabeças de aves, assim como as estátuas, suas asas eram grandes com pelo menos oitenta metros, e na cabeça do meio tinha algo que lhe chamou atenção, um cavaleiro de dragão, era o rei Arthur.
- Merda! - Shafira deixou escapar ao perceber. - É o rei Arthur. - Willian pediu silêncio, e deu uma olhada, e logo reconheceu o dragão, era Smalk.
- Escutem! - Gritou o Rei Arthur. - Eu sei que estão aqui. Vocês não vão passar por mim sem serem notados. - Sua voz fazia eco dentro da caverna escura - Esse é Smalk o rei dos dragões de fogo, ninguém jamais batalhou contra ele e viveu para contar a história, mas a uma possibilidade de vocês saírem vivos dessa, estão ouvindo Shafira e Willian! Saiam das sombras e se entreguem para mim eu juro que vão viver, se resistirem vão morrer! Nesse instante uma frota de trezentos aviões e cento e cinquenta helicópteros estão cercando este lugar, o seu Valquíria não pode lutar contra todos nós, ou pode? - Eles ficaram escondidos enquanto Willian bolava um plano, ele contou seu plano para elas. Então ele saiu acampanhado de Shafira com as mãos para cima, o Dragão imediatamente rugiu baixo para ele, e as tres cabeças prestaram atenção neles, dando assim uma abertura para Agatha que conseguiu passar despercebida.
- Tudo bem Arthur. Você venceu!
- Poxa - Arthur bateu palmas três vezes e completou - Que belo plano, não? - De repente Agatha surgiu atrás dele e quando ela ia apunhalar ele pelas costas, ele se virou segurou a mão dela, e torceu, enfiando a faca contra seu peito, da ferida começou a escapar um brilho - Corram! - ela então agarrou o Arthur com todas as suas forças, e Willian e Shafira correram para dentro da caverna, Agatha sentiu a vida lhe abandonar rapidamente junto com sua força. - Morra de uma vez! - ele gritou, e desferindo um chute na altura do estômago dela, fazendo ela planar para as costas do dragão, ele deu um sorriso sarcástico, e ordenou o dragão pela conexão mental, a ir atrás dos dois. Mas antes que o dragão reagisse outro dragão saiu voando de dentro da caverna, carregando Shafira e Willian em suas costas, se desviou do imenso dragão de três cabeças, que tentou o abocanhar, e voou em direção ao horizonte. Arthur fez uma expressão de ódio, e começou a ouvir uma gargalhada, era Agatha debochando da falha dele. - Você ainda...
- Do que? Do... Que... Você... Tem tanto medo, poderoso Arthur!?
- Da morte! Mas para você ela já chegou. - finalizou arrancando o coração do anjo ferido, uma luz intensa saiu dela enquanto ela gritava e logo apagou, seus olhos ficaram abertos, e seu corpo frio.
- Eu não tenho escolha. Terei que te matar Willian! - falou enquanto via Willian voando em direção a montanha proibida.

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